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Concessão do Consórcio Guaicurus não precisa de reequilíbrio, aponta perícia

Estudo feito a pedido do Poder Judiciário indica não haver necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão do transporte

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Instituto de perícia designado pelo Poder Judiciário apontou que não há necessidade de estabelecer o reequilíbrio econômico-financeiro no contrato de concessão do transporte coletivo de Campo Grande. 

A conclusão foi da empresa Vinícius Coutinho Consultoria e Perícia (VCP), designada pela 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, em processo movido pelo Consórcio Guaicurus para produção antecipada de provas. O objetivo do concessionário era ingressar com um possível pedido de reequilíbrio do contrato. 

O revés pode provocar uma mudança na estratégia do Consórcio Guaicurus ao negociar com a prefeitura, uma vez que a análise dos documentos, que incluem contratos, fórmulas para reajuste de tarifas e indicativos de cumprimento do contrato, apontou para uma taxa de retorno ainda bem acima da esperada para que o reequilíbrio econômico-financeiro seja de fato calculado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, o poder concedente. 

A perícia, porém, reconheceu a queda de renda do Consórcio Guaicurus na operação entre os anos de 2012 (início da concessão) e 2019 (ano em que a ação foi ajuizada). Essa queda, porém, não foi suficiente para fazer com que a renda auferida pelo Consórcio Guaicurus ficasse aquém da taxa de retorno prevista em contrato. 

Mesmo com uma receita bruta inferior à projetada, a taxa de retorno do investimento (calculada sobre o patrimônio líquido do concessionário) foi de 21,75%, porcentual ainda muito superior à projeção de 12,24% estabelecida no contrato de 2012, indicou a perícia (veja fac-símile em anexo). 

Os números de 2019, ano da propositura da ação, mostraram que as reclamações do Consórcio Guaicurus, anexadas na petição inicial da ação para produção antecipada de provas, eram bem mais enfáticas que a realidade em si. 

Enquanto o contrato de concessão projetava uma receita bruta anual para o ano de 2019 de R$ 168,7 milhões para o Consórcio Guaicurus, os balanços apresentados e periciados indicam que, no mesmo ano, o concessionário faturou R$ 166,5 milhões de receita bruta, auferindo um lucro de R$ 18,8 milhões no mesmo ano. 

Em 2019, o que prejudicou mesmo o Consórcio Guaicurus foram as escolhas da gestão da empresa e as dívidas com bancos. Naquele ano, o resultado financeiro foi negativo em 
R$ 8,6 milhões. 

GESTÃO CONSERVADORA

A análise da empresa de perícias VCP ainda demonstrou que o Consórcio Guaicurus teve redução no volume de passageiros transportados nos primeiros anos da concessão, mas que, ao mesmo tempo, reduziu a oferta de ônibus e a quantidade de quilômetros rodados. 

A análise da pesquisa também mencionou que o público que usa o transporte público em Campo Grande, desde 2012, o considera pouco atrativo: 80% usava o transporte público por falta de opção. 

Ao responder os questionamentos feitos pelo Judiciário, a VCP alegou que a recusa da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Campo Grande (Agereg) prejudicou estabelecer algumas informações, como, por exemplo, se houve redução da velocidade média dos veículos ou se o município investiu em estruturas físicas e operacionais. 

A perícia, contudo, indicou que o volume de passageiros transportados caiu de 56.951.544 passageiros pagantes transportados em 2013, primeiro ano cheio da concessão, para 42,545.069 em 2019.

Nesse mesmo período, as gratuidades, tão criticadas pelo concessionário e endossadas pela bancada de vereadores que apoia o Consórcio Guaicurus na Câmara Municipal, mantiveram-se praticamente estáveis quanto ao peso no sistema, mas caíram 4,73% no volume bruto, de 14.763.377 em 2013 para 14.064.787 em 2019. 

Entretanto, por causa da queda de passageiros pagantes, as gratuidades passaram a representar 30% do total de passageiros transportados em 2019, ano da propositura da ação, contra 28% em 2013.

CONCORRÊNCIA EXTERNA

A insatisfação inicial do usuário com o transporte público fez com que fatores externos contribuíssem para drenar parte do sistema de transporte coletivo de Campo Grande, que viu o volume de passageiros transportados cair, no mesmo período em que a população da cidade passou de 740 mil habitantes para mais de 900 mil. 

A frota de motocicletas aumentou 60% no mesmo período, de 2010 a 2020. “Serviços de transporte por aplicativos começaram a operar e se popularizaram, a partir de 2016, e atualmente o número de denominados motoristas de aplicativo já supera os 10 mil”, indicou a perícia.

INVESTIMENTO

A VCP, ao analisar o contrato de concessão, ainda respondeu à pergunta sobre a necessidade de ajustar a frota de ônibus à realidade (volume) de passageiros transportados.

Os peritos foram enfáticos sobre a necessidade de monitoramento constante da operação, para que a frota atendesse com qualidade e eficiência a realidade dos passageiros.

“Isso deve ocorrer em qualquer cenário, seja ele de aumento ou de diminuição da demanda”, explicou. 

CONTEXTO

A perícia, embora concluída em novembro do ano passado e revelada apenas no fim de janeiro, analisou somente os dados até 2019, por tratar-se do ano da propositura da ação. 

Mesmo antes da pandemia de Covid-19, o Consórcio Guaicurus já se queixava das condições financeiras para cumprimento do contrato e, ainda que indiretamente, falava em pedir reequilíbrio econômico-financeiro. 

De lá para cá, o concessionário passou a ser subsidiado pelo poder público. No ano passado, recebeu ajudas milionárias da União, do Estado e do município. Para este ano, o auxílio do município está garantido, mas os valores a serem pagos pelo Estado ainda serão definidos.

A prefeita Adriane Lopes aguarda a definição de quantos milhões a administração de Eduardo Riedel (PSDB) pagará como subsídio ao Consórcio Guaicurus para definir a tarifa que será cobrada da população neste ano.


 

Saiba: A análise da pesquisa também mencionou que o público que usa o transporte público em Campo Grande, desde 2012, o considera pouco atrativo: 80% usava o transporte público por falta de opção. 

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rio apa

Caminhonete cai de balsa durante travessia a rio e motorista morre afogado

Homem embarcou veículo para atravessar de Caracol ao Paraguai e conseguiu sair do veículo após a queda, mas foi arrastado pela correnteza

21/12/2025 17h00

Caminhonete caiu de balsa durante travessia

Caminhonete caiu de balsa durante travessia Foto: Divulgação / Bombeiros

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Um homem de 42 anos, de nacionalidade paraguaia, morreu afogado durante a travessia de uma caminhonete por meio de balsa, no Rio Apa, em Caracol. O veículo caiu no rio e a vítima foi arrastada pelas águas. O acidente aconteceu na última sexta-feira (19) e o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo (21). 

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu na última sexta-feira homem estava dentro do veículo e o embarcou na balsa, para fazer a travessia que liga uma base do Exército Brasileiro a um destacamento do outro lado da margem, pertencente à Armada Paraguaia.

O veículo foi embarcado sem estar devidamente travado e, durante a travessia, caiu no rio. 

Já na água, a vítima conseguiu sair da caminhonete, mas não conseguiu retornar até a balsa, pois foi arrastado pela correnteza e desapareceu no rio.

O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas no sábado (20). Equipe de mergulhadores de Campo Grande se até o local para ajudar no resgate.

A caminhonete foi localizada, retirada do rio e devolvida aos familiares ainda no sábado. Já o corpo da vítima foi encontrado na manhã deste domingo, a cerca de 1,5 km do ponto onde ocorreu o desaparecimento.

A balsa de travessia manual é utilizada para cruzar o rio Apa.

O Corpo de Bombeiros reforça a importância do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança em travessias fluviais, a fim de prevenir acidentes dessa natureza.

As circunstâncias do incidente serão investigadas.

 

Economia

Procon de Campo Grande atendeu mais de 2,3 mil consumidores em 2025

Durante o ano, o órgão realizou 822 audiências de conciliação e 486 ações fiscalizatórias através de denúncias no canal 156

21/12/2025 16h30

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital

Procon realizou ações em vários estabelecimentos da Capital FOTO: Valdenir Rezende/Arquivo Correio do Estado

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Ao longo de 2025, 2.306 consumidores precisaram acionar o Procon Municipal de Campo Grande para receber desde orientações técnicas até formalização de reclamações. 

O balanço divulgado pelo órgão, ligado à Secretaria de Assistência Social (SAS) apontou que, destes atendimentos, 242 casos foram solucionados diretamente pelas notificações, sem a necessidade de abertura de um processo administrativo. Ao todo, foram realizadas 822 audiências de conciliação.

Através do canal 156, foram recebidas denúncias que resultaram em fiscalizações diretas e 486 ações fiscalizatórias. 

Além disso, foram fiscalizados supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de combustível, lojas de suplementos, agências bancárias, óticas, pet shops e todos os shoppings da Capital. 

O superintendente do Procon Municipal, José Costa Neto, destacou que a gestão 2025 focou em equilibrar a fiscalização rigorosa e o empoderamento do consumidor. 

“O balanço de 2025 reflete um Procon cada vez mais presente no dia a dia de Campo Grande. Superamos a marca de 2.300 atendimentos priorizando a agilidade; resolver 242 casos apenas com notificações mostra que as empresas estão mais atentas ao peso do órgão. Mas o nosso maior legado este ano foi a prevenção. Quando monitoramos preços por quatro semanas antes da Black Friday ou levamos palestras de educação financeira aos bairros, estamos dando ao consumidor a ferramenta mais poderosa que existe: a informação. Nossa fiscalização, que percorreu desde os postos de combustível até todos os shoppings da capital, garante que as regras sejam cumpridas, mas é a educação do consumidor que transforma o mercado a longo prazo.”

Ações de fiscalização

O Procon intensificou o monitoramento em estabelecimentos de Campo Grande em datas estratégicas, marcadas por grande movimento. 

Na Black Friday, o órgão acompanhou o comportamento dos preços de 29 produtos em grandes lojas do Centro durante quatro semanas. 

Durante o dia das mães, as ações do Procon orientaram 462 consumidores. No Dia dos Pais, o foco foi no setor de serviços, resultando em visitas técnicas em 12 barbearias por toda a cidade. 

Educação Financeira

O setor de Projetos e Pesquisas do Procon levou 6 palestras orientativas por toda a Campo Grande, com temas cruciais como Educação Financeira e Prevenção de Golpes. 

No total, aproximadamente 500 consumidores participaram das palestras, fortalecendo a cultura do consumo consciente e seguro. 

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