A Capital do Pantanal desapareceu na tarde desta sexta-feira (13) em decorrência da densidade de fumaça das queimadas do Pantanal, assim como dos países fronteiriços (Paraguai e Bolívia) que também estão em chamas.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado em julho deste ano, o MapBiomas divulgou um relatório que apontou a Cidade Branca como o município que mais queimou naquele período no país.
Mudanças atmosféricas causadas pela movimentação de uma frente fria ‘empurraram’ a nuvem de fumaça, que se intensificou em Campo Grande, que registrou o pior índice de qualidade do ar no ano.
“Realmente, essa questão da fumaça foi em função do vento, porque a frente fria entrou um pouquinho no sul e sudoeste do estado. Esse vento sul fez com que empurrasse e concentrasse toda aquela fumaça que estava na Bolívia e no Paraguai em direção ao estado do Mato Grosso do Sul. Assim, acabou piorando a condição de fumaça e, consequentemente, a qualidade do ar”, explicou o meteorologista do Cemtec-MS, Vinícius Sterling.
Alerta
Corumbá não possui uma estação de medição de qualidade do ar. No entanto, o IQAir, plataforma de monitoramento do ar, apontou que a qualidade do ar no município está insalubre, com a presença de Material Particulado (PM2.5) em 24,3 vezes acima do valor recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A Organização Mundial da Saúde estabeleceu como parâmetro seguro para PM2.5 o nível de 5 µg/m³.
O material particulado é apontado como causador de diversas doenças e potencializador de quadros respiratórios crônicos.
Estudos apontaram que a longa exposição ao PM2.25 resultam em graves danos a saúde como:
Impacto na Gravidez
- Exposição de 5 microgramas por metro cúbico deste poluente durante a gravidez aumenta em 4% a chance de o bebê nascer com baixo peso.
Efeitos na Saúde dos Adultos
Exposição a 5 microgramas por metro cúbico por ano:
- Eleva em 13% o risco de ataques cardíacos e mortes relacionadas a doenças cardiovasculares.
- Aumenta em 4% a chance de desenvolver câncer de pulmão.
- Mais que dobra o risco de desenvolver Alzheimer.
A fumaça oriunda das queimadas traz outros poluentes, como monóxido de carbono (CO), compostos orgânicos voláteis (COVs), óxidos de nitrogênio (NOx) e ozônio.
Mudança de cenário
*Arraste a barrinha para o lado para ver Corumbá antes das fumaças e como ficou.
Fotos: Guilherme Giovanni
Pode chover no Pantanal?
Segundo o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul, Vinícius Sterling, a chuva pode ocorrer em algumas regiões do Estado.
No entanto, para o Pantanal, a chance de chuva neste final de semana está baixa. O alívio ficará por conta da queda de temperatura em Corumbá, que, após máximas de 40 graus, deve cair para 30 graus.
“Para o domingo, não há chance de chuva para o Pantanal, infelizmente, ou com muita pouca chance. Pode eventualmente haver um aumento de nebulosidade ou uma garoa, mas é mais difícil”, explicou o meteorologista e complementou:
“Corumbá sairá dos 40 graus [registrados durante a] semana, e a temperatura deve ficar em torno de 30 graus no sábado e 25 graus no domingo, uma queda de 15 graus na máxima.”