Nesta sexta-feira (18), agentes do Departamento de Trânsito do Mato Grosso do Sul (Detran), atuam desde às 05h para previnir que as aglomerações na região do Comando Militar D'Oeste aumentem.
Dizendo que multas são jurisdição do municipio, o diretor-presidente do Detran, Rudel Trindade, afirmou ter medo de que seus 20 agentes se machuquem em campo.
Ainda ontem (17), como tratou o Correio do Estado, o promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri pediu, ao diretor do Detran e ao comandante-geral da Polícia Militar de MS, esclarecimentos sobre o que tem sido feito com os manifestantes, há 19 dias em concentração.
Em parceria com a Guarda Municipal, Polícia Militar e funcionários da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), entretanto, o responsável pelo Detran negou que a ação de hoje (18) tenha sido em função da determinação do Ministério Publico Estadual.
Conforme o diretor-presidente do Detran, essa ação "já estava prevista com a coordenação da Secretaria de Segurança Pública", dizendo que é o Comando de Policiamento Metropolitano quem comanda a iniciativa.
Rudel confirma que recebeu o ofício do promotor - encaminhado também para coronel Marcos Paulo Gimenez -, ressaltando que fez um pedido ao jurídico do Departamento, para quem fosse levantada "qual a autoridade do Detran" nessa situação.
"A jurisdição da via, ela é municipal. Quando vai atuar alguma coisa, você sempre procura atuação conjunta com o município, que tem também a sua guarda municipal e agentes de trânsito", disse Rudel.
Ele defende que iniciativas do Detran são as campanhas de Lei Seca, que são executadas com auxílio da Polícia Militar.
"O Detran, sempre entra como apoio às forças policiais. Temos uma equipe muito boa, equipamentos, veículos e tal... pequena, mas sempre perto de apoio".
Ainda, ele frisa que, houver coordenação, do comando de policiamento metropolitano, "todo mundo ali" (Guarda Civil, Agetran, Detran e PM) pode autuar.
Com força, mas nem tanto
Ainda que o Estado já conte com duas ações do Ministério Público de MS, cobrando providências para agir contra as manifestações, para Rudel, ainda é preciso "pensar".
"É uma situação excepcional. Estamos vivendo uma manifestação. Então toda essa estratégia, de como vai atuar, se vai multar... tem que ser governamental", disse
Ele complementa dizendo que, nas manifestações, consideradas antidemocráticas - pelo Ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes -, há diversas irregularidades.
"No rigor do código, primeira coisa que você não pode colocar um carro em cima do canteiro. Se você tem uma via que tem um canteiro central, você não pode estacionar nessa lateral (nem em rotatória nem em ponte)", completa.
Por fim, eles afirmam atuar "em consenso" para que não haja probblema, feridos ou confusões.
"O Detran não vai atuar sozinho, porque ele sempre foi nessa área um órgão de apoio. O PM é armado, nosso agente não tem nada, nem cacetete", finaliza.
Como está agora
Antes do horário do almoço, a região próxima ao Comando Militar D'Oeste, na Av. Duque de Caxias, apresentava um fluxo diferente dos últimos dias.
Em parte da faixa da direita, onde havia maior concentração de veículos, agora figuram os tradicionais cavaletes laranjas com as chamadas "fitas zebradas", para impedir o avanço dos manifestantes para cima do canteiro central.
Entretanto, próximo da entrada do Comando, onde havia a concentração inicial, diversos caminhões, barracas e veículos ainda marcam presença, com os típicos cartazes que pedem apoio das Forças Armadas.
Negando que houve operação hoje (18), conforme a Polícia Militar, o Comandante de Policiamento Metropolitano, Coronel Almeida, nesta sexta, "foi até o local do CMO para orientar os manifestantes acerca da disposição dos veículos na via".
Também, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública foi procurada, porém, até o fechamento da matéria não obtivemos resposta.