Nesta quinta-feira (1º), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Galopeira, com o objetivo de combater o tráfico internacional de drogas, em especial de produtos químicos controlados, provenientes do Paraguai.
Segundo a PF, cerca de 80 policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ponta Porã/MS, Goiânia/GO, Trindade/GO e Rio Verde/GO.
Os indivíduos investigados possuíam antecedentes criminais por contrabando de mercadorias ilícitas, como agrotóxicos e cigarros.
Conforme informações da investigação, os produtos químicos eram transportados em embalagens de origem paraguaia e ostentavam, além das informações inverídicas sobre a presença de agrotóxicos, as siglas das substâncias verdadeiramente contidas em seu interior (“F” – Fenacetina, “L” – Lidocaína e “K” – Cafeína).
O levantamento da PF concluiu que, em solo brasileiro, esses insumos eram vendidos a narcotraficantes e utilizados no “batismo de cocaína”.
Tal processo consiste na mistura de produtos químicos que são adicionados à cocaína pura, com o objetivo de aumentar a quantidade da droga e maximizar o lucro dos traficantes.
A PF explica que essas substâncias possuem a forma de pó branco e causam efeito anestésico ou estimulante do sistema nervoso central.
Em razão dessas características, esses insumos são misturados à cocaína pura, permitindo que o traficante aumente o volume da droga e, ao mesmo tempo, dê ao usuário a falsa sensação de que está adquirindo uma droga de “boa qualidade”.
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Com relação ao transporte, os insumos eram colocados em embalagens de agrotóxicos, algo que fazia parte da estratégia de defesa dos criminosos no caso de prisão em flagrante, pois, apesar da importação de agrotóxico também configurar crime, a pena é bem inferior à do tráfico internacional de drogas.
Assim, no caso de apreensão, os criminosos poderiam afirmar que estavam transportando tão somente agrotóxicos e que desconheceriam a existência de produtos químicos em meio à carga.
Durante a operação, além do cumprimento dos mandados de busca e da apreensão de bens dos investigados, as contas bancárias dos envolvidos também foram bloqueadas.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico internacional de drogas e contrabando, cujas penas mínimas somadas atingem 10 anos de reclusão.