Cidades

CAMPO GRANDE

Equipe vence mais uma licitação de R$ 38 milhões em obras no Nova Lima

Atrasada em mais de seis meses, relicitação das etapas C e D sai cerca de quatro milhões mais barata e cai no colo de "velha conhecida" da administração pública

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Atrasadas em mais de seis meses, as relicitações dos lotes C e D das obras no Nova Lima foram publicadas, na manhã desta quarta-feira (14), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), com essas duas frentes de trabalho saindo cerca de quatro milhões mais barata que o previsto, por R$ 38 milhões, que caem no colo de uma "velha conhecida" da administração pública. 

Como detalha o texto oficial sobre a proposta, homologado pela prefeita, Adriane Lopes, em 26 de julho deste ano, a Empresa Equipe Engenharia Ltda., respectivamente, levará R$ 15.544.997,96 e R$ 22.479.999,99 pelas etapas D e C. 

Em valores totais, a contratação de empresa especializada para as duas frentes de trabalho no Nova Lima custou R$ 38.024.997,95 aos cofres públicos, como é possível observar no recorte abaixo: 

Em 1º de fevereiro, a rescisão do contrato com a Empresa GTA foi publicada no Diogrande, sendo que ambas as frentes já tinham valores executados no início dos trabalhos, sendo: 

  • Etapa C| R$ 20,5 milhões empenhados e R$ 6,1 milhões executados: 30% da obra concluída
  • Etapa D| R$ 11.455.706,87 empenhados e R$ 700 mil executados: 6% da obra concluída

Ainda, pode se considerar que a relicitação dessas frentes saiu cerca de quatro milhões de reais mais barata, já que, como bem acompanhou o Correio do Estado, a previsão de gastos do Executivo Municipal com as obras no Nova Lima giravam em torno de R$ 42,8 milhões. 

Obra antiga

Mesmo que os serviços tenham sido paralisados, oficialmente, desde 2023, vale ressaltar que os projetos de infraestrutura urbana; pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais para o Nova Lima estão prontos desde junho de 2013. 

Após o surgimento das frentes C e D em 2021, como promessa de concluir a pavimentação do bairro Nova Lima, sendo que após a desistência, conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) ainda restam: 

  • Etapa D: 2,15 km de drenagem | 6,9 km de pavimentação
  • Etapa C: 418 metros de drenagem| 12,14 km de pavimentação

Velha Conhecida

Agora, as esperanças da prefeitura municipal para conclusão dessas obras recai sobre o colo da Empresa Equipe, que possui 540 dias de prazo a partir do recebimento da ordem de serviço, ou seja, até meados de fevereiro de 2026, para entregar os serviços. 

Cabe apontar que há tempos Equipe Engenharia vence licitações milionárias em Mato Grosso do Sul, como os R$ 43 milhões recebidos em novembro do ano passado para obras no Nova Campo Grande e Córrego Imbirussu. 

Antes disso, é possível listar licitações vencidas pela Equipe que datam, pelo menos, desde 2015, quando recebeu R$ 32,1 milhões para pavimentar a rodovia MS-460, em Maracaju; seguido de reajuste de R$ 3,4 milhões em 2016

Depois disso, uma das obras mais memoráveis da Equipe- não pelo bom sentido - foi a calçada com acessibilidade "em zigue-zague" instalada de maneira irregular no Parque dos Poderes, em Campo Grande, ainda em meados de 2018. 

Além disso, contemplada até com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Equipe levou R$ 4.392.305,41 milhões para implantação de corredor na rua Bahia, região central da Capital. 

Entram na conta da empresa ainda a etapa B do projeto de pavimentação do Nova Lima, orçado em R$ 24.315.829,19 para pavimentação de 17 km; mais os R$ 4,5 milhões abocanhados da licitação da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), para recapear trecho da Avenida Mato Grosso.

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PIVÔ DE ESCÂNDALO

Com reajuste de 55%, "Patrola" renova contrato milionário com o Estado

Quarta renovação revela que aumeto está bem acima dos índices da IPCA e do Índice da Construção Civil dos últimos quatro anos

13/12/2024 13h20

Empresa de

Empresa de "André Patrola" foi alvo de operação do Ministério Público em junho de 2023 e por conta dessa investigação virou réu

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Quase um mês antes do fim do atual acordo e mais uma vez sem licitação, o Governo do Estado renovou um contrato que vai garantir R$ 21.352.841,07 por ano ao empreiteiro Andre Luiz dos Santos, o “André Patrola”, pela manutenção de estradas estaduais com e sem asfalto na região de Miranda. 

O extrato da renovação do contrato para manutenção de 859,8 quilômetros na região pantaneira foi publicado na edição desta sexta-feira (13) no diário oficial do Estado. O novo contrato terá validade de 5 de janeiro de 2025 até 4 de janeiro de 2026. 

O valor inicial deste contrato, que entrou em vigor no começo de 2021, era de R$ 13.803.963,85 pela manutenção das mesmas rodovias. Embora a licitações apontem validade de um ano desse tipo de contrato, normalmente eles são prorrogados por mais quatro sem que haja nova licitação. 

Desde o começo, o contrato sofreu reajuste de quase 55%, num período em que a inflação medida pelo IBGE foi da ordem de 28%. O reajuste também supera Índice Nacional da Construção Civil (INCC), que desde o começo de 2021 acumula alta da ordem de 36%. 

Em outubro de 2023, o governo do Estado firmou um aditivo neste contrato reduzindo as exigências iniciais do acordo, mas mantendo o valor original.

Para justificar a redução das exigências naquela época, a Agesul publicou nota informando que "o contrato de manutenção passou por reprogramação de serviços, sem alteração financeira. Devido ao excesso de chuvas no início do ano, foi necessário ampliar as ações de recuperação das rodovias pavimentadas, como correção de defeitos, remendos profundos e imprimação, entre outras, para manter a segurança dos usuários. Para não alterar o valor contratual, foram reduzidos serviços como pintura de ligação e roçada mecanizada." 

ESCÂNDALO

“André Patrola” foi um dos principais alvo principal da operação Cascalhos de Areia, desencadeada em junho do ano passado pelo Ministério Público Estadual em Campo Grande. 

Depois da conclusão da investigação, ele e outros onze envolvidos em um suposto esquema fraudulento para manutenção de ruas sem asfalto e aluguel de máquinas foram denunciados à Justiça, que aceitou os argumentos do MPE e todos viraram réus. 

Em segredo de Justiça, o caso tramita na quinta Vara Criminal de Campo Grande, sob responsabilidade do juiz Waldir Peixoto Barbosa. Os 12 réus foram denunciador por fraude em licitações, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes. 

A operação foi desencadeada em 15 de junho do ano passado e apontou desvios da ordem de R$ 46 milhões em contratos superiores a R$ 300 milhões entre a prefeitura de Campo Grande.

Os principais alvos da operação foram “André Patrola” e Edcarlos Jesus Silva, controladores das empresas AL dos Santos, Engenex e MS Brasil.  Oficialmente,  as empresas Engenex e MS Brasil pertencem a Edcarlos Jesus, mas os investigadores do MPE suspeitam que o verdadeiro proprietário seja André Patrola.

Mas, apesar de a denúncia ter sido aceita pela Justiça, os envolvidos seguem aptos a participarem de licitações. 

SUSPEITAS

A operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual, foi desencadeada depois de denúncias de servidores municipais indicando que as empresas recebiam os pagamentos mesmo sem fazerem a manutenção das ruas sem asfalto. 

Além disso, as denúncias apontavam que as mesmas empresas também recebiam pela locação de máquinas que nem mesmo tinham.

PANTANAL 

Além do contrato para manutenção das estradas na região de Miranda, “Patrola” tem três contratos com a prefeitura de Corumbá que lhe garantem faturamento anual de R$ 25,34 milhões. Em Ladário, venceu licitação para faturar outros R$ 3.767.784,24 por ano. Todos são para locação de máquinas e manutenção de estradas. 

Luto

Professor assassinado lançaria documentário sobre MS na próxima semana

"Onde você estava?" mostra a percepção da população, seus anseios e desejos, na época em que o estado foi dividido

13/12/2024 13h00

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB. Reprodução

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O ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, historiador e professor universitário, Roberto Figueiredo, de 68 anos, assassinado na madrugada desta sexta-feira (13), lançaria na semana que vem um documentário sobre a divisão de Mato Grosso do Sul sob a perspectiva do povo, além da visão de políticos.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

A pré-estreia de "Onde você estava?" aconteceria no dia 18 de dezembro, às 15h, no Museu da Imagem e do Som (MIS/MS).

Na última quinta-feira (12), a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde o professor atuava há 39 anos, publicou uma entrevista com Roberto sobre o documentário.

No material, é relatado que, desde jovem, o historiador tinha interesse em saber como era a vida e quais eram os anseios dos moradores do interior do estado, que até então era Mato Grosso, sobre a divisão e criação de Mato Grosso do Sul.

"Afinal, havia mesmo o desejo de desligar-se de Cuiabá? Foi um momento de festa ou de decepção? Eu, por exemplo, morava em Três Lagoas e fazia faculdade quando o MS foi criado, e isso para mim estava muito distante", contou em entrevista à universidade.

Segundo ele, no interior, a população foi surpreendida com a criação do "novo" estado.

"Lá em Três Lagoas, não sabíamos de nada disso, do movimento separatista ou da lei assinada em 1977. Então, chega em 1979 e a instalação do Estado nos surpreende muito mais. Isso sempre ficou na minha cabeça: de onde saíra a ideia que se concretizava naquele momento?”, explicou o diretor.

Figueiredo resgatou a ideia há dois anos e iniciou as gravações do documentário em março de 2024, feitas pelo Laboratório de Comunicação (Labcom) da Universidade Católica Dom Bosco. Por meio de depoimentos de cidadãos (hoje) sul-mato-grossenses, o diretor buscou saber o sentimento da população e suas impressões sobre o momento histórico.

“Não quis falar com políticos. O meu foco foi ouvir artistas, jornalistas, comerciantes, historiadores... no total foram dez entrevistas que acabaram rendendo um documentário histórico, que pode contribuir muito para o entendimento de quem somos e qual a nossa identidade. O documentário tem o olhar particular de cada um deles, mas reflete o sentimento do cidadão comum, que não acompanhou as articulações políticas, mas hoje vivencia o resultado das decisões que outras pessoas tomaram”, refletiu.

Buscando o alcance maior de pessoas, o diretor buscou apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), para que, em 2025, o material seja disponibilizado para a população.

Cultura de MS em luto

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", foi responsável pela formação de milhares de acadêmicos em Campo Grande, como bem destacou a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde Figueiredo atuava há 39 anos, em sua nota de pesar.

Beto coordenava o grupo de teatro "Senta que o Leão é Manso", de dança "Ararazul", e de música da UCDB, com o "Corda", "Aves Pantaneiras" e "Coral UCDB".

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Fora do meio universitário, atuou como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Ainda sob investigação

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Roberto Figueiredo foi assassinado a facadas e pauladas dentro de sua própria casa, localizada no bairro Altos do São Francisco, em Campo Grande.

A vítima foi encontrada sem vestimentas,no chão, ensaguentada e com ferimentos na cabeça e pescoço na sala de casa. Seu celular e veículo, um Jeep Renegade, foram levados, o que faz com que a polícia tipifique o caso como um crime de latrocínio, roubo seguido de morte.

No fim da manhã, o veículo foi localizado pela polícia nas proximidades do bairro Vila Nasser. No entanto, ainda não há maiores informações acerca do paradeiro do autor.

Não há sinais de arrombamento no imóvel. A suspeita é de que ele estaria com alguém que o roubou e o matou. A polícia segue investigando o caso.

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