As chuvas deram trégua há alguns dias em Campo Grande, mas as famílias que moram em comunidades continuam em situação crítica após os estragos causados.
Moradores de barracos de lona, em bairros como Santa Emília, Lagoa e Caiobá, tiveram sérios prejuízos e seguem precisando de assistência em diversos bairros da Capital.
Um das comunidades afetadas está localizada no Bairro Santa Emília, onde mesmo após as chuvas terem cessado, os prejuízos continuam.
Segundo Letícia Polinário, coordenadora da Central Única de Favelas de Campo Grande (CUFA), “os estragos foram realmente muito grandes. A comunidade aqui no Santa Emília, o antigo Alfavela, que antes era lá no Caiobá, estão em terrenos regularizados, só que eles não têm condições de construir. Ganharam uma primeira parcela de materiais de construção, que eles vão ter que pagar. Só que 6 mil reais para construir uma casa não conseguem, estão ali a maioria no barraco”.
A Central Única de Favelas (CUFA) é uma das organizações que está a frente da arrecadação de mantimentos e segundo a coordenadora, só de pedidos feitos para ela foram 12 barracos danificados.
Em conversa com o Correio do Estado, Letícia Apolinário relatou que não estava em Campo Grande no dia das chuvas e que as ligações por ajuda foram muitas.
“Eu vi os vídeos da chuva, eu fiquei apavorada. E aí começaram a me ligar desesperados e levantei a campanha. Vou organizar para levar roupa que ganhei de doação, alimentos e vou comprar algumas lonas para estar fazendo a entrega”.
A preocupação também se volta as pessoas em situação de rua, principalmente na região da Ernesto Geisel, onde também houve alagamentos.
“O pessoal de situação de rua ali da Geisel que a chuva passou devastando tudo né? E tem 30 famílias que moram ali embaixo. Tem o pessoal de situação de rua que e tem famílias. Uma cidade desse tamanho com tantas terras paradas e esse povo morando nesses lugares”, disse Letícia.
A preocupação agora é para as chuvas que estão previstas para a próxima semana. “A minha ideia é tentar organizar todos esses barracos que foram danificados no máximo até amanhã. Conseguir organizar tudo isso para semana que vem quando vir as chuvas está seguro né? Ou pelo menos a gente acha que vai estar seguro. As pessoas precisavam realmente de casas”.
A Secretaria de Assistência Social (SAS) prestou suporte a população em situação de vulnerabilidade, com o apoio de outras secretarias do Executivo.
Conforme a Prefeitura Municipal de Campo Grande, todas as regiões estão sendo atendidas, bairros como Caiobá, Parque do Sol, Ponta Araraquara, Aguadinha, Só por Deus e Teruel foram atendidos de forma emergencial, com distribuição de lonas.
Ao todo, mais de 150 famílias foram atendidas logo que a chuva deu uma trégua. Também foram distribuídas cestas básicas, cobertores e colchões. Além das abordagens feitas com a população em situação de rua, de acordo com o Executivo, o trabalho foi intensificado, atendendo cerca de 500 pessoas.
Chuvas
Conforme dados do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec), após registrar praticamente 160 milímetros de chuva em apenas 12h, Campo Grande somou entre 1º e 4 de janeiro 88% de toda a chuva prevista para o mês na cidade - a média histórica é de 231,9 mm.