Cidades

RAPOSA CUIDANDO DO GALINHEIRO

Estudo que embasa desmatamentos no Pantanal foi comprado, diz MPE

Oficio enviado pela USP aos promotores diz que estudo encomendado pela Famasul não representa o "posicionamento institucional da ESALQ"

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Em 8 de outubro de 2015 foi divulgado o decreto estadual 14.273 permitindo que até 60% das áreas das fazendas pantaneiras tenham a vegetação original suprimida. O principal embasamento científico apontado à época foi um  parecer da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), unidade da Universidade de São Paulo (USP). Agora, porém, o Ministério Público Estadual diz que esse estudo foi comprado e que não é da ESALQ-USP.

No inquérito instaurado na última segunda-feira (31), o MPE diz “que a Esalq informou em ofício DIRE-016/2023 que tal estudo não é de sua responsabilidade e não representa o posicionamento daquela instituição, afirmando que o estudo foi fruto de um contrato entre a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul e produzido pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, não representando o posicionamento institucional da ESALQ-USP”, conforme o texto publicado no Diário Oficial do MPE. 

E, de acordo com o inquérito que recomenda a imediata suspensão de novas licenças para desmatamentos, o MPE alega que esse estudo só foi contratado pela Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul) depois que uma “Nota Técnica da EMBRAPA entendeu que a maior exploração sustentável nessa área seria de supressão de 35% da vegetação nativa”. 

Os promotores alegam depois de terem seus interesses contrariados, os fazendeiros encomendaram seu próprio “estudo científico" para afrouxar a legislação estadual. “Após a emissão da Nota Técnica da EMBRAPA, houve contratação de alguns professores da Esalq, por meio da FAMASUL Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul entidade privada e com interesse representativo de classe”.

Mais adiante, a argumentação que embasa o inquérito diz “que o Decreto Estadual n. 14.273/15 contrariou a única recomendação técnica de órgão oficial de pesquisa (EMBRAPA), apoiando-se única e exclusivamente em um estudo contratado por uma entidade privada, representativa de um dos setores econômicos interessados, e elaborado por professores que não representam o entendimento oficial da ESALQ”. 

A RAPOSA E O GALINHEIRO

Trocando em miúdos, o MPE dá a entender que foi a raposa quem bancou um estudo que acabou  modificanto radicalmente o sistema de segurança do galinheiro. 

E depois deste decreto, conforme aponta o inquérito assinado pelo promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida e pelo procurador Luciano Furtado Loubet, as galinhas simplesmente começaram a desaparecer.

Entre 2009 e 2015, a média anual de autorizações de desmatamento chegava a 29 mil hectares por ano. Depois, entre 2016 e 2021, as autorizações para desmatamentos anuais legalizados saltaram para 54 mil hectares, de acordo com o Ministério Público. 

O decreto permite supressão de 60% da vegetação não arbórea e 50% da vegetação arbórea das fazendas pantaneiras. Mas, como as autorizações não são tornadas públicas, o MPE acredita que a estimativa de 54 mil hectares por ano esteja subestimada. “Pode-se afirmar que foram mais de 400 mil hectares licenciados no Pantanal de Mato Grosso do Sul desde 2016”, diz trecho do inquérito. Ou seja, seriam cerca de 67 mil hectares devastados por ano.

Na fundamentação os promotores também fazem um paralelo entre o ritmo de desmatamentos no Pantanal em Mato Grosso do Sul e no vizinho Mato Grosso. Enquanto que em MS foram desmatados 76 hectares por dia ao longo de 2021, no Pantanal de MT o volume médio diário ficou em 5,1 hectares. 

Além de apontar a incoerência do fato de a raposa ter definido o sistema de segurança do galinheiro, o MPE alega ainda que o governo estadual não tem competência legal para legislar sobre este tema.

Isso porque, de acordo com o MPE, o Brasil é signatário da convenção de RAMSAR, a qual determina que as normas de utilização de áreas úmidas devem ser definidas em conjunto com todos os países abrangidos por áreas alagáveis em comum. Ou seja, as normas de utilização do Pantanal deveriam ser definidas  conjuntamente pelos governos do Brasil, Paraguai e Bolívia.

FIM DO FAZENDEIRO RAIZ

A disparada nos desmatamentos, conforme avaliação dos promotores, está ocorrendo porque os fazendeiros pantaneiros tradicionais, os chamados fazendeiros raiz, estão sendo substituídos por criadores de gado de outras regiões do estado e até do País, os quais não conhecem o ciclo das cheias e das secas e muito menos a importância da vegetação nativa no fluxo das águas e na alimentação dos rebanhos.

Os promotores que estão à frente do inquérito sugerem, inclusive, uma intervenção federal no Pantanal e assim acabar com a possibilidade de o Imasul, considerado omisso e permissivo, conceder autorizações de desmatamento ou limpeza de pastagem daqui em diante. 

De acordo com o inquérito, somente 64% das áreas desmatadas no Pantanal passam por algum tipo de fiscalização. Isso significa que a destruição é bem maior do que aquilo que apontam os dados oficiais. E neste ritmo de destruição, em 45 anos o Pantanal terá perdido toda sua vegetação nativa, estima o inquérito.  

 

AGITAÇÃO

Pela expansão noturna, 14 de Julho será fechada pelos próximos 3 dias

Decisão foi tomada pela Prefeitura de Campo Grande, a fim de expandir o movimento noturno, mas acontecerá somente nesta sexta-feira (23), sábado (24) e domingo (25), no período das 20h às 23h30

22/08/2024 15h45

14 de julho vira ponto de bares e restaurantes na noite de sextas, sábados e domingos

14 de julho vira ponto de bares e restaurantes na noite de sextas, sábados e domingos Foto: Divulgação

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A Prefeitura de Campo Grande determinou o fechamento da Rua 14 de Julho exclusivamente para esta sexta-feira (23), sábado (24) e domingo (25), especialmente no período das 20h30 até às 23h30.

Segundo justificativa do executivo municipal, a razão seria para fomentar o movimento noturno naquela região, já que, nos últimos dias, está bem agitada pela abertura de novos bares e restaurantes no Centro da Capital. Esse "experimento" é um teste para estudar formas de fomentar as atividades da cidade.

A Prefeitura garantiu a presença da Agetran e da Guarda Civil Metropolitana no local para evitar maiores transtornos e má organização. Ainda, foi informado que as ruas transversais à 14 de Julho não serão fechadas, seguindo de maneira normal o fluxo de veículos por ali.

Essa ação e outras iniciativas futuras também fazem parte de um parceria entre o executivo, comerciantes e moradores da região, considerando um aumento do trânsito de veículos, aumento de resíduos e aumento dos ruídos.

Revitalização

Em 2019, a população campo-grandense pôde contar com a entrega da revitalização da rua 14 de Julho, após as obras do Reviva Campo Grande.

A revitalização do centro e da rua 14 de Julho foi realizada como forma de valorização do centro histórico da Capital.

Além disso, buscou-se promover a criação de um espaço cultural onde se possa realizar manifestações sócio-culturais. Em um resgate histórico, o mini documentário, produzido por Rogério Zanetti, nos dá uma proporção da influência da rua 14 de Julho no crescimento da cidade. Assista um curto trecho do material no vídeo abaixo:

Nome

Inicialmente, a rua recebeu o nome de 14 de julho em homenagem à Queda da Bastilha.

Segundo o geógrafo Antônio Firmino, a intenção era fazer uma alusão à modernidade e, na época, a Revolução Francesa e seus ideais de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" passavam a mensagem que se queria para o centro de Campo Grande.

Como relatado ainda no documentário já citado nesta reportagem, em 1930, a rua foi chamada de Rua Aníbal de Toledo, nome do presidente do então estado de Mato Grosso antiga designação para o cargo de governador.

No mesmo ano, foi chamada também de João Pessoa, em homenagem ao vice-presidente que havia sido assassinado. Entretanto, o espaço nunca deixou de ser a 14 de Julho para a população campo-grandense e permanece assim até a atualidade.

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Interior

Incêndio em caminhão de algodão atinge vegetação seca na BR-163

O fogo que atingiu o km-744 até o km-760 interditou a rodovia por até quatro horas.

22/08/2024 15h03

Divulgação/ Edição MS

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O motorista de um caminhão carregado com algodão levou um susto quando o veículo pegou fogo nas margens da BR-163, próximo ao município de Coxim, a 278 quilômetros de Campo Grande. As chamas se espalharam rapidamente pela vegetação, causando a interdição total da pista por quatro horas.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o fogo começou na carga do veículo quando o motorista estacionou o caminhão nas margens da rodovia. Em poucos minutos, as chamas se espalharam pela vegetação seca ao longo do trecho entre o km 744 e o km 760. O condutor do veículo não sofreu ferimentos.

Agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Corpo de Bombeiros e da concessionária responsável pela rodovia, a CCR-MSVias, estiveram no local e interditaram a pista nos dois sentidos. As causas do incêndio serão investigadas.

Em nota, a empresa que administra a rodovia informou que o congestionamento atingiu quase 15 quilômetros. Veja abaixo a nota na íntegra.

“O Centro de Controle Operacional da CCR MSVia foi acionado por volta das 09h50 para atender uma ocorrência no km 744 da BR-163/MS, em Coxim. No local, uma carreta pegou fogo em sua carga, com algodão, e posteriormente as chamas atingiram a vegetação do local. As equipes da Concessionária estão no local, e contam, ainda, com auxílio do Corpo de Bombeiros. Não houve vítimas. Por conta da ocorrência, e para segurança dos motoristas, a pista está totalmente interditada. No momento, há retenção de 4km na pista sul, e 5km na pista norte".


Incêndios em rodovias 

Na tarde de ontem (21), motoristas que passavam pela BR-163, próximo ao município de Sonora, a 387 quilômetros de Campo Grande, se depararam com um incêndio de grandes proporções que iniciou em uma área extensa que percebe a uma usina entre as de Itiquira e Ouro Branco, no Mato Grosso, e se espalhou para o território de Mato Grosso do Sul.

As chamas assustaram os motoristas que passavam pela região. O fogo começou em um canavial próximo a Sonora, às margens da BR-163, e se alastrou pela região do Rio Correntes, que dá acesso a Rondonópolis (MT).

O fogo se alastrou rapidamente pelo matagal, assustando motoristas que diminuíram a velocidade devido à fumaça. Conforme informações da concessionária Nova Rota do Oeste, o incêndio se espalhou por 4 quilômetros.

Por causa do incêndio que causou preocupação à população na região, que fica na divisa com Mato Grosso, a Usina Sorona, localizada no município de Sonora, enviou uma nota à imprensa de esclarecimentos sobre o fogo que alastrou rapidamente pela vegetação seca nas margens da BR-163. 

Divulgação/ 


Tempo 

Uma nova frente fria deve voltar a derrubar as temperaturas em Mato Grosso do Sul a partir da próxima quinta-feira (22), segundo a previsão do Climatempo. De acordo com o portal, as temperaturas começarão a cair durante a noite de quinta e sexta-feira. 

Conforme a previsão, durante a semana, as mínimas devem alcançar temperaturas abaixo dos 10º C em algumas localidades do Estado. No entanto, apesar do clima mais ameno, a frente fria deve chegar sem chuvas, acompanhada de sol, muitas nuvens durante o dia e períodos de céu nublado. 

De acordo com Valesca Fernandes, coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS(CEMTEC), a tendência é que a massa de ar frio tenha mais incidência nas regiões sul e sudoeste de MS. 

A frente fria chegará após uma semana marcada por altas temperaturas e baixa umidade. A partir desta quinta-feira (15), os próximos dias serão extremamente quentes. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEDAMEN), grande parte do Estado ficará em nível de “alerta” para a probabilidade de queimadas. 

 

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