Cidades

Investigação

Ex-vereador de Anastácio foi baleado nas costas após suposto confronto com policiais

Em depoimento, os militares alegaram que atiraram em Dinho em legítima defesa

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O ex-vereador de Anastácio e ex-secretário de planejamento do município de Miranda, Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, foi baleado com dois tiros nas costas por policiais militares à paisana durante uma festa de confraternização, na BR-262, na última quarta-feira (8).

Conforme apuração do Correio do Estado, um dos disparos atravessou o peito e o outro atingiu a barriga, causando apenas um ferimento superficial que passou raspando na pele, saindo próximo ao umbigo. Durante o interrogatório realizado na tarde de ontem (9), os policiais afirmaram ter atirado em Dinho em legítima defesa.

De acordo com a polícia, o ex-vereador estava em uma chácara celebrando o aniversário de 59 anos do município de Anastácio. O evento é tradicional na cidade, reunindo empresários e políticos locais. 

No decorrer do evento, Dinho iniciou uma discussão acalorada com Douglas Figueiredo (PSDB), logo após o ex-prefeito anunciar o atual prefeito da cidade, Nilton Alves, como pré-candidato pelo partido

Segundo testemunhas, Dinho Vital estava visivelmente embriagado e tentou agredir Douglas, sendo contido pelos presentes e retirado do local. 

Ainda de acordo com o depoimento dos policiais, após o ex-vereador sair da chácara, eles decidiram abordá-lo do lado de fora. Dinho retornou ao evento armado, e quando os policiais à paisana se aproximaram, ele saiu do carro com a arma em punho, apontando-a para os policiais. 

Ainda de acordo com a versão dos policiais, o ex-vereador disparou primeiro e os policiais reagiram atirando em legítima defesa. 

Em nota ao Correio do Estado, a assessoria da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul informou que os policiais militares que estavam de folga foram chamados por participantes do evento para intervir em uma ocorrência envolvendo uma pessoa armada.

Diante da preocupação dos presentes no evento, os policiais se deslocaram até o local e identificaram um homem armado com uma pistola. Eles anunciaram que eram policiais militares e ordenaram que o homem colocasse a arma no chão. No entanto, mesmo diante dessa ordem legal, o homem não a acatou e, com a arma em punho, avançou em direção aos policiais. Diante do risco iminente à vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado.

A reportagem do Correio do Estado tentou contato novamente com a Polícia Militar questionado sobre os tiros nas costas, mas os contatos não foram respondidos e o canal ficou aberto para uma resposta da corporação. Ainda conforme a nota, a Polícia Militar relatou que todos os procedimentos legais foram tomados, e as providências de Polícia Judiciária Militar foram realizadas. A perícia técnica do Estado foi acionada recolhendo todos os indícios e vestígios e a ação será investigada por meio de um Inquérito Policial Militar.

 

Reprodução/ jornal o Pantaneiro 

Advogado de PMs que mataram vereador querem julgamento na justiça militar

A reportagem do Correio do Estado conversou com o advogado de defesa dos policiais, Lucas Arguello

De acordo com o advogado, os militares estavam na festa, um como convidado e o outro auxiliando a banda de música, quando foram acionados para intervir. Ambos já foram ouvidos e entregaram suas armas à corporação.

“Os policiais não tem nada a ver com a situação. Ambos estavam no evento curtindo o aniversário da cidade e em determinado momento, eles realizaram a defesa dos convidados do evento por conta da alteração do ex-vereador”, relatou para a reportagem 

“Segundo testemunhas em que conversei no local, Dinho saiu da chácara alterado. Em determinado momento, a esposa do ex-vereador entrou em contato com uma amiga dizendo, ‘sai daí que o Dinho vai fazer cagada’. Os policiais que estavam à paisana ficaram preocupados com as crianças e as famílias que estavam no evento e foram para a entrada da chácara”, detalhou o advogado sobre a cronologia do caso. 
 

A reportagem entrou em contato também com a assessoria de Douglas Figueiredo, que afirmou ao Correio do Estado que o ex-prefeito está completamente abalado.

“Estão dizendo que ele discutiu com Dinho, o que não é verdade. O ex-vereador ficou bravo com o discurso do prefeito Nildo Albres e começou a se alterar com todo mundo. No vídeo que está sendo compartilhado nas redes sociais dá para ver que Douglas está sentado olhando a confusão. Ele lamenta pela tragédia que ocorreu e vale destacar que o episódio aconteceu depois que Douglas foi embora da chácara".

O caso foi registrado na  Delegacia Civil de Anastácio e segue em investigação. 

 

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Tudo por Like

Influencer "Cata Click" afirma ter caído em uma armação

Jovem que invadia comércios com a moto alega ter sido vítima de perseguição e promete provar na Justiça

20/09/2024 18h20

Reprodução: Instagram

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O motociclista e influencer que ficou conhecido por invadir lojas com sua motocicleta afirmou, por meio de suas redes sociais, ter sido vítima de uma tocaia.

Após ter sido abordado durante uma de suas “pegadinhas”, em que invadiu uma concessionária, Leonardo Coenga, conforme noticiado pelo Correio do Estado, foi abordado pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. 

Para provar a teoria de que tudo não passou de uma armação, o influencer chegou a alegar que imagens das câmeras do circuito interno da concessionária eram instalações feitas para “pegá-lo no pulo”.

“Eles mesmos armaram o flagrante ‘contra mim mesmo’. E ainda as pessoas querem julgar, querem falar”, disse Leonardo e completou:

“Eu vou fazer um vídeo da reportagem que fizeram e vou desmentir todas as mentiras que falaram lá. Tanto do policial também, não tenho nada contra ele, mas das informações erradas que ele passou.”

O policial, segundo o influencer, teria dito que a moto estava com restrição de transferência e explicou que ainda está pagando prestações; portanto, está alienada em nome do banco.

O jovem manifestou chateação com a polícia nas palavras dele: “Eles podiam estar ocupados com ocorrências de tráfico de drogas, mas estavam ocupados com o influencer de 21 anos”.

Além disso, em dado momento, recordou ter combinado com uma conta que acreditou ser da concessionária sobre a invasão com a moto.

“Quando aconteceu lá, eu falei a todo momento: 'Senhor, está tudo combinado com o gerente da loja'. Um perfil fake falou que eu tinha autorização.”

Entenda

Após um comerciante que teve o espaço invadido registrar a placa da moto, o criador de conteúdo digital entrou no radar da polícia. Na manhã de terça-feira (17), após invadir uma concessionária de moto na Capital, ele sofreu uma abordagem.

O subcomandante Everton Miller Franco afirmou que, há 10 dias, a equipe vinha recebendo denúncias anônimas que contavam a mesma história: um motociclista invadiu comércios com a moto, gravando vídeos e fazendo brincadeiras, alegando ter confundido o local.

“Eu sou novo, tenho 21 anos. Meu público, você que tem 30, 40 ou talvez 50 anos que me assiste, quando tinha 20 anos, nunca fez bobagem na sua vida? Cara, eu estou em um processo de amadurecimento. Tenho 21 anos, isso que as pessoas têm que entender, têm que perceber que estou na fase de vivência”, justificou o influenciador.

** Colaborou Alicia Miyashiro

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FAMÍLIA TENTOU IMPEDIR

Casal com deficiência consegue autorização judicial para namorar

Pais da jovem de 24 anos, que tem deficiência psicomotora, entraram na justiça para impedi-la de namorar um rapaz deficiente visual

20/09/2024 18h00

Família de jovem entrou com ação para impedir namoro com rapaz deficiente visual

Família de jovem entrou com ação para impedir namoro com rapaz deficiente visual Foto: divulgação

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Um casal de jovens, sendo um rapaz de 22 anos com deficiência visual, e uma mulher de 24 anos com deficiência neuropsicomotora, conseguiram autorização judicial para namorar, após os pais da menina moverem ação para impedir o relacionamento.

De acordo com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, o conflito começou quando a jovem saiu da aula e foi até a casa do namorado, quando deveria ter ido para a casa dos pais.

Pai e mãe registraram boletim de ocorrência, alegando que a filha teria sido impedida de voltar para casa, e também moveram ação judicial questionando e pedindo a interrupção do namoro.

Quando os pais tentaram levá-la de volta para casa, ela expressou o desejo de ficar com o namorado. Mesmo assim, a família se recusou a recebê-la de volta caso o rapaz estivesse presente.

A filha, por sua vez, demonstrou receio de ser forçada a permanecer na casa dos pais e não conseguir voltar para o namorado, o que gerou um conflito que levou ao processo judicial.

Em decisão liminar, foi determinado que a jovem deveria obrigatoriamente retornar para a casa da família.

Decisão questionada

O rapaz, então, procurou a Defensoria Pública, após a‌ namorada ser retirada a força de sua residência.

Conforme a defensora pública da comarca, Janaína de Araújo Sant’Ana, responsável pela defesa do rapaz, disse que o caso se destaca por sublinhar a importância do respeito à autonomia das pessoas com deficiência.

“Não é um atendimento frequente em nosso cotidiano, por isso, demanda uma escuta com maior atenção, respeito e compreensão ao assistido e às peculiaridades do caso”, explicou.

A Defensoria apresentou uma contestação, destacando que a jovem havia ido à casa do namorado por vontade própria e que os pais dele a trataram com respeito, inclusive levando-a ao médico e cuidando de suas necessidades de saúde.

Diante disso, a Defensoria Pública solicitou uma reconvenção para regularizar o direito de convivência do casal, argumentando que o caso feria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que garante a autonomia e capacidade legal de pessoas com deficiência em condições de igualdade com os demais.

Em um laudo psicossocial, a jovem alegou que os pais não aceitavam o relacionamento devido à deficiência visual do namorado.

“Assim, após ouvir o assistido e analisar o caso concreto, (dois jovens, que se conheceram na escola, ele com 22 anos pessoa com deficiência visual, ela com 24 anos pessoa com atraso neuropsicomotor, alteração mecânica e de aprendizado que não a impede de manifestar sua vontade), foi possível perceber que os direitos do assistido e de sua namorada estavam sendo violados, e propor a medida judicial adequada”, disse a defensora Janaína Sant’Ana.

A Justiça reconheceu os direitos do casal e concedeu uma liminar permitindo que o casal se encontrasse nos fins de semana, com horários determinados.

No julgamento do mérito, uma sentença final ampliou o tempo de convivência e reconheceu o direito ao relacionamento entre os dois.

“A sentença é recente, mas antes, já tinha sido concedida a liminar, e os pais da moça, apesar de discordarem, estão cumprindo a liminar”, concluiu defensora Janaína.

* Com assessoria

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