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MEIO AMBIENTE

Fundo Amazônia vai investir R$ 150 milhões
em novos projetos de conservação

Fundo Amazônia vai investir R$ 150 milhões
em novos projetos de conservação

Andreia Verdélio, Agência Brasil

09/08/2017 - 14h17
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O Fundo Amazônia abre hoje (9) chamada pública para projetos de conservação e uso sustentável da floresta com foco em atividades produtivas sustentáveis. Serão selecionados até dez projetos na Amazônia Legal, que receberão de R$ 10 milhões a R$ 30 milhões. O total financiado será de R$ 150 milhões.

“Queremos aumentar a base de projetos e entidades que possam receber do Fundo Amazônia e fazer uma aplicação de recursos mais ágil e efetiva”, disse a diretora de Gestão Pública e Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Marilene Ramos.

O fundo é gerido pelo banco, em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, e mantido com recursos de doações, destinadas a projetos de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da floresta. Em seus 8 anos de atuação, o Fundo Amazônia já investiu cerca de R$ 1,4 bilhão em 89 projetos de diferentes segmentos e regiões da Amazônia Legal.

Os projetos da nova chamada pública deverão trabalhar para o fortalecimento da atividade econômica de comunidades que possam atuar como guardiões da floresta, como povos e comunidades tradicionais, populações ribeirinhas, famílias assentadas pela reforma agrária, projetos de agricultura familiar, povos indígenas e quilombolas que vivem na Amazônia Legal.

Para o BNDES, essas comunidades têm um papel fundamental na defesa da Amazônia, pois trabalham de forma natural com os recursos da sociobiodiversidade florestal, gerando renda e desenvolvimento econômico e social. Ou seja, elas valorizam a floresta em pé, pois tiram de lá o seu sustento.

Os projetos poderão ser apresentados por associações, cooperativas, fundações de direito privado e empresas privadas, na modalidade aglutinadora. Ou seja, a entidade proponente deverá aglutinar pelo menos três subprojetos de outras organizações, de forma integrada e coordenada. Eles terão que abranger pelo menos uma das seguintes atividades econômicas: manejo florestal madeireiro e não madeireiro, incluindo manejo de fauna silvestre; aquicultura e arranjos de pesca; sistemas alternativos de produção de base agroecológica e agroflorestal; e turismo de base comunitária.

O período de inscrição termina em 7 de dezembro de 2017 e a divulgação final dos aprovados está prevista para 13 de abril de 2018. As informações estão no site do Fundo Amazônia.

Outras duas chamadas serão feitas pelo fundo este ano. A primeira voltada para os municípios e a segunda para ações de restauração de áreas degradadas, o que vai contribuir para o compromisso brasileiro no Acordo de Paris de restaurar 12 milhões de hectares de florestas degradadas até 2030. Há a previsão ainda de outra chamada para apoiar projetos de assentamentos rurais.

Desmatamento na Amazônia Legal

As iniciativas vão reforçar as ações de preservação da floresta, após dois anos seguidos de aumento do desmatamento na Amazônia Legal. Desde 2004, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em mais de 70%, após o segundo pico mais alto da história do monitoramento do bioma, com 27.772 km² de floresta derrubada naquele ano. De 2009 a 2015, o ritmo do desmatamento manteve-se estagnado em um patamar médio de 6.080 km² por ano.

A nova seleção de projetos foi anunciada hoje (9) durante a apresentação do Relatório de Atividades 2016 e dos resultados do Fundo Amazônia, para dar transparência e publicidade sobre os recursos do fundo, principalmente para os seus doadores.

Desde 2009, o Fundo Amazônia já recebeu um aporte de mais de R$ 2,8 bilhões, provenientes de três fontes: do governo da Noruega, cerca de 97,4% do total (aproximadamente R$ 2,775 bilhões); da Alemanha, com 2,1% (cerca de R$ 60,697 milhões); e da Petrobras, com 0,5% (R$ 14,7 milhões).

Em junho, durante a visita do presidente Michel Temer à Noruega, a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, disse que o aumento do desmatamento na Amazônia, vai levar à redução das contribuições ao fundo este ano. Em 2016, foram mais de R$ 330 milhões, mas os valores para 2017 ainda não foram divulgados.

Durante o evento, a embaixadora da Noruega no Brasil, Aud Marit Wiig, confirmou que os pagamentos ao fundo refletem os resultados na redução do desmatamento, mas disse que o governo norueguês está satisfeito com os resultados do fundo. “As conquistas do Brasil nas últimas décadas são impressionantes e fizeram do país uma liderança global em questões de mudanças climáticas. Até 2015, os resultados eram massivos e enchiam os olhos. As recentes tendências do aumento do desmatamento não são encorajadoras e merecem reflexão, boas estratégias e esforços para reverter a situação”, disse.

O primeiro compromisso da Noruega de doar até US$ 1 bilhão foi cumprido. Com o sucesso da pareceria, o país anunciou o aporte de mais aproximadamente US$ 600 milhões durante Conferência das Partes de Paris (COP-21). Entretanto, as doações vão acontecendo anualmente conforme as regras estabelecidas pelo governo do país, de atrelar os valores ao desmatamento do ano anterior, em comparação aos últimos dez ou cinco anos.

A diretora do BNDES, Marilene Ramos, explicou que a redução dessas doações não restringe os projetos que estão em execução pelo Fundo Amazônia e nem os que estão sendo planejados, já que o fundo ainda tem R$ 1,4 bilhão para serem investidos.

Segundo Marilene, com a declaração da primeira-ministra norueguesa, ficou a ideia errada de que os governos doadores têm ingerência sobre as políticas para a Amazônia. Ela explicou que o fundo é brasileiro e a definição de projetos é feita por um comitê orientador tripartite e estão em conformidade com as diretrizes do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e a Estratégia Nacional de REDD+ (ENREDD+).

“Toda atuação do Fundo Amazônia é feita totalmente ancorada em política pública nacional”, disse.

DOIS ANOS DEPOIS...

"Amigo-assassino" do 'Batata' é condenado a 12 anos de prisão

Caso aconteceu em julho de 2022, no Conjunto Cohab, e mesmo com a justificativa de legítima defesa, julgamento desta manhã definiu condenação ao vendedor Eryck Rodrigues

12/09/2024 15h02

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como "Batata", foi morto a tiros por amigo de infância em 2022 Foto: Reprodução / Facebook

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A 1ª Vara do Tribunal do Júri definiu, na manhã desta quinta-feira (12), a condenação de 12 anos do vendedor Eryck Rodrigues, preso há dois anos por matar o amigo Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como “Batata”, no Conjunto Cohab, na capital sul-mato-grossense.

Durante o julgamento, a defesa do réu alegou variadas teses para inocentá-lo, como legítima defesa, excesso culposo (quando realmente não há a intenção de matar), reconhecimento da violenta emoção (quando o criminoso ficou em choque emocional no momento, capaz de anular sua culpa) e afastamento da qualificadora (ser julgado em uma gravidade menor do que a que está sendo discutida). Além disso, foi pedido a dosagem da pena, ou seja, o quanto o infrator participou do crime.

Porém, mesmo com essas sustentações feitas pela defesa, o Conselho de Sentença não concordou e condenou Eryck a 12 anos de prisão em regime por homicídio qualificado por motivo fútil. Mas, por responder ao processo solto, ele poderá recorrer à pena em liberdade. 

O CASO

O assassinato aconteceu no dia 23 de julho de 2022 e, segundo o documento do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), Eryck se negou a cumprimentar um outro rapaz (que supostamente havia furtado um celular dele) e um desentendimento começou, então Rodiney, de 31 anos, apareceu para separar a briga.

Após isso, o rapaz foi embora do local e apenas Eryck e Batata permaneceram no local, onde começaram a discutir. Porém, o autor decidiu deixar o endereço de moto e a vítima foi buscar a namorada para voltar ao local depois. 

Inesperadamente, Eryck retornou armado e atirando em seu amigo, com dois disparos acertou um nas costas e outro no peito da vítima, que chegou a ser socorrido por pessoas próximas, mas morreu ainda ainda no local. Todo o fato aconteceu na praça da Cohab.

Após o crime, o autor chegou a fugir, mas logo depois se entregou na 5ª Delegacia de Polícia Civil e confessou o assassinato. Em fevereiro de 2023, ele foi denunciado pelo MPMS por homicídio qualificado por motivo fútil, do qual ele passaria a ser condenado oficialmente 19 meses depois da denúncia do órgão.

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MATO GROSSO DO SUL

Onça Antã morre menos de um mês após resgate no Pantanal

Macho da espécie resgatado em meados de agosto já apresentava comprometimento pulmonar, além das patas queimadas, e teve desidratação; anemia e inflamações

12/09/2024 14h31

Vítima das queimadas no Pantanal, Antã passou quase um mês em tratamento em busca da recuperação até óbito nessa semana

Vítima das queimadas no Pantanal, Antã passou quase um mês em tratamento em busca da recuperação até óbito nessa semana Reprodução/GovMS/Álvaro Rezende

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Governo de Mato Grosso do Sul e o Instituto de Meio Ambiente do Estado anunciaram com pesar a morte do macho de onça-pintada, Antã, quase um mês após o seu resgate durante trabalhos de combate aos incêndios no Pantanal. 

O óbito do animal, segundo o Governo do Estado em nota, foi registrado ainda na quarta-feira (11) e o corpo encaminhado para exame de necropsia e o laudo definitivo ainda aguarda análise histológica.

Como bem relembra o poder público, Antã foi resgatado já "visivelmente debilitado, desnutrido e sem forças para reagir, provavelmente devido à falta de alimento na área atingida pelo fogo". 

Imagens captadas ainda durante seu resgate - feito por agentes do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) e da Polícia Militar Ambiental (PMA) - mostra o trato que Antã teve até ser lavado ao Hospital Ayty, onde já estava Miranda, fêmea da mesma espécie, resgatada quatro dias antes

Últimos momentos

Antã pesava 72 kg quando deu entrada no Hospital Ayty, distante dos 100 kg de média que os exemplares de mesmo espécime costumam apresentar, como bem frisa o Governo do Estado em nota. 

Inicialmente, durante resgate, já foram constatados o comprometimento pulmonar e queimaduras, que desde o primeiro momento passaram a ser tratadas com ozônio, tratamento esse que se manteve junto de: 

  • laser terapia tópica,
  • pomadas cicatrizantes e 
  • bandagens. 

Na manhã de ontem, à espera desse tratamento das queimaduras, Antã apresentou parada cardíaca e foi levado de imediato ao centro cirúrgico. 

Ali, foi intubado e recebeu da equipe médica veterinária as devidas manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP), que duraram cerca de três ciclos até o último suspiro de Antã. 

Importante lembrar que a estrutura disponível no Hospital Veterinário de Animais Silvestres 'Ayty', no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), foi inaugurada em setembro de 2023, como sinal de um compromisso que o Executivo de MS ressalta agora: 

"Proteção e reabilitação da fauna silvestre, destacando a necessidade urgente de preservação ambiental e cuidado com a vida selvagem", conclui.

 

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