Cidades

Investigação

Furtos de ossadas humanas podem custar R$ 3,4 mil em cemitérios na fronteira

Na região da linha internacional de fronteira, furtos de restos mortais podem custar até G $5 milhões de guaranis e são alvos de máfias na região.

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O desaparecimento dos corpos de uma adolescente e de um bebê no cemitério municipal São Vicente de Paula, no último sábado (18), em Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, ainda segue sem solução pela polícia dos dois países. O caso pode ser assustador para os sul-mato-grossenses, mas para o lado paraguaio é um caso corriqueiro há anos na linha internacional de fronteira, onde roubos de ossada humana podem custar G$ 5 milhões (R$ 3,4 mil) nos cemitérios em Pedro Juan Caballero.

 

Conforme informações policiais, uma ossada humana nos cemitérios municipais em Pedro Juan Caballero pode custar cinco milhões de guaranis, o que equivale a quatrocentos e setenta e dois reais (R$ 472) na moeda brasileira de ontem (22).

Conforme fontes ouvidas pelo jornal Ponta Porã Em Dia, no município de Pedro Juan Caballero existe uma rede formada por coveiros e profissionais do ramo funerário, que intermedeiam as negociações a pedidos feitos por grupos de acadêmicos.

Ainda de acordo com fontes ouvidas pela imprensa na fronteira e pelo Correio do Estado, as ossadas humanas podem custar até R$ 3,4 mil (G$ 5 milhões de guaranis).

“Como demora muito para uma autorização ser concedida, o mercado negro age com muito espaço. Não há um controle e a venda corre livre na região”, relatou essa fonte para o jornal Ponta Porã Em Dia. 

Em Pedro Juan Caballero, existem dois cemitérios administrados pela intendência, como é chamada a prefeitura. Até mesmo o Campo Santo, que fica na região mais central da cidade, tem sido alvo de ladrões de túmulos. O mesmo acontece em São Carlos, que fica na periferia da cidade fronteiriça.

Em Pedro Juan Caballero, existem dois cemitérios administrados pela prefeitura do município. Um deles, o São Carlos, que está localizado mais distante da região central, próximo à periferia da cidade, é alvo de ladrões de túmulos.

“Por lá a venda é maior, pois é um cemitério esquecido, que as famílias em sua maioria não cuidam dos túmulos de seus entes queridos, portanto, comprar um lote de ossada humana é mais fácil, menos problemática”, relatou mais uma fonte ao jornal.  

 

Conforme informações de moradores, os restos mortais furtados geralmente já têm comprador definido. Por isso, essas ossadas são encomendadas com antecedência e o furto geralmente ocorre no meio da madrugada.

Sobre a compra de cadáveres sepultados recentemente, trata-se de um caso bem específico na região da fronteira, revelou uma das fontes entrevistadas pelo jornal.

“Não me lembro de um pedido assim”. O que ocorreu em Ponta Porã foi um pedido especial. No meu caso não teria estômago suficiente para retirar um cadáver em fase de putrefação”, relatou essa fonte ao jornal Ponta Porã em Dia. 

Questionado, não soube responder quanto valeria um cadáver em decomposição, sepultado há menos de um mês.

“Não, não. Acho que não conseguiria”, reforça.


Violação de túmulos e corpos desaparecidos em Ponta Porã  


Os corpos de um bebê e de uma adolescente de 12 anos foram furtados na madrugada do último domingo (19) no Cemitério São Vicente de Paula, em Ponta Porã, a 312 quilômetros de Campo Grande.

Conforme informações do boletim de ocorrência, por volta das 6h, a administração do cemitério encontrou três túmulos danificados. Dois deles pertenciam a um bebê e o terceiro a uma adolescente sepultada há 15 dias.

Ainda conforme a administração do espaço, os túmulos danificados foram encontrados pelo vigia, que foi surpreendido ao chegar no cemitério para trabalhar.

A administração do cemitério entrou em contato com a família, que foram pegos de surpresa. Equipes da Polícia Militar e da guarda municipal foram informadas e entraram em contato com a Polícia Civil. 

De acordo com dados em que o Correio do Estado teve acesso, o caso é bastante complexo e nunca visto entre os delegados de Ponta Porã. Segundo as investigações, a Polícia Civil segue trabalhando em busca de provas, mas até o momento ninguém foi encontrado. 

 

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Bonito

Inserção de espécie exótica pode causar desequilíbrio ambiental em Bonito

Ibama busca por peixes invasores que feriram banhistas em balneário particular no município; fiscalização é feita pela preocupação da presença desse animais

17/04/2025 09h00

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram

Mergulhador faz buscas por peixes desde a terça-feira no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, onde os acidentes aconteceram Divulgação / Ibama

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Preocupado com casos recentes de acidentes causados por mordida de peixes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realiza busca por espécies exóticas em um dos balneários de Bonito. Se confirmadas as suspeitas de peixes de fora da bacia pantaneira, o receio do órgão é de que isso possa desequilibrar o meio ambiente, destruindo a vegetação aquática da região.

Segundo a equipe ambiental do Ibama, composta também pelo professor convidado José Sabino, doutor em Ecologia e especialista em peixes, as suspeitas são de que as espécies tambaqui e tambacu – essa última que é derivada do cruzamento dos peixes pacu e tambaqui – causaram os acidentes registrados no Balneário Praia da Figueira.

Em entrevista para o Correio do Estado, a analista ambiental do Ibama Fabiane Souza informou que é preocupante o impacto ambiental com uma possível dispersão dessas espécies na biodiversidade de Bonito.

“Existe uma grande possibilidade de impacto não só com os acidentes com humanos, mas também com a biodiversidade, porque essas espécies vão competir por comida com outros animais locais. A lagoa é um sistema fechado, mas caso ocorra uma enchente ou um acidente de extravasar, esses peixes podem cair nos rios da região”, disse Fabiane.

“Os peixes exóticos interferem na cadeia alimentar de peixes nativos e em nascentes, como o Rio Sucuri, e poderiam destruir essa vegetação aquática em busca de alimento”, acrescentou.

Sobre os acidentes, Fabiane explicou que os dentes das espécies tambacu e tambaqui, por meio de suas mordidas, podem causar feridas. Em alguns casos, esses machucados necessitam de pontos para serem fechados.

“Esses animais têm uma dentição que é própria para quebrar coco, sementes, então é uma dentição muito forte e que pode ocorrer os acidentes com pessoas, por meio da oferta de alimentos ou da ceva, que é proibida por lei estadual”, frisou.

Das 20 ocorrências no balneário, registradas de janeiro a março, 11 envolviam ataques de peixes, sendo cinco amputações de falanges dos dedos das mãos.

O tambaqui é uma espécie da Bacia Amazônica na qual só é permitida a sua criação para aquicultura em sistema fechado. Mesmo sendo uma espécie exótica na Bacia do Rio Paraguai, sua presença no Rio Paraguai ocorre desde 1998. Já o híbrido com o pacu, o tambacu, não é permitido nem sequer para criação em aquicultura na Bacia do Rio Paraguai, conforme informou o Ibama.

BUSCAS

Após os frequentes registros de acidentes com mordida de peixes no Balneário Praia da Figueira, em Bonito, equipes do Ibama estão no lago desde esta terça-feira, a fim de realizar buscas das espécies supostamente causadoras dos acidentes.

Os objetivos principais do Ibama no balneário é identificar as espécies que habitam na lagoa e como chegaram lá, averiguando a necessidade de retirada de peixes e as condições associadas que podem caracterizar bioinvasão de espécies.

Caso sejam encontradas espécies exóticas de peixes no local, o Ibama deve aplicar uma multa aos responsáveis pelo balneário.

Por conta dos acidentes, o ponto turístico chegou a ser fechado no dia 26/3, após uma decisão assinada pelo diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, que suspendeu a licença de operação. Porém, três dias depois, o órgão estadual decidiu autorizar a reabertura parcial do empreendimento.

As atividades turísticas voltaram a ser realizadas por conta da instalação de uma grade de contenção para impedir o acesso dos peixes de médio e grande porte à área destinada ao banho.

TURISMO

O caso causou repercussão e trouxe preocupação às autoridades de turismo do Estado e de Bonito. De acordo com Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul (Fundtur), esse é um caso isolado de um atrativo que não estava cumprindo as normas ambientais.

“Estamos sim [preocupados]. Esse atrativo não tem cumprido com as normas ambientais nem de segurança. Bonito é um destino seguro, responsável e que oferece atrativos naturais, com controle de carga e segurança nas atividades de natureza. Estamos atentos, [inclusive para] que o atrativo se adéque”, declarou Wendling.
Em nota, a prefeitura de Bonito, por meio da sua Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, informou que encaminhou um ofício ao Imasul relatando a situação.

“O Imasul tomou as providências necessárias com o atrativo, que já realizou as adequações cabíveis para garantir a segurança dos visitantes. Ressaltamos que estamos sempre atentos a situações pontuais que possam surgir, com o objetivo de aprimorar continuamente a qualidade da experiência dos turistas em nosso município”, comunicou.

“Bonito tem implementado o sistema de gestão de segurança (SGS) visando adotar práticas consagradas de segurança em ecoturismo e turismo de aventura no Brasil, proporcionando uma experiência ainda mais segura e positiva aos visitantes que escolhem Bonito como destino”, completou a nota.

Saiba

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), no fim de fevereiro, instaurou um inquérito civil para investigar o Balneário Praia da Figueira por desvio de água do Rio Formoso 
para abastecimento de açude do local.

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CAMPO GRANDE

Feriadão de Semana Santa/Tiradentes vai movimentar 24 mil pessoas na rodoviária

Destinos mais procurados são Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Cuiabá, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba

17/04/2025 08h10

Movimento na rodoviária será intenso neste feriadão

Movimento na rodoviária será intenso neste feriadão MARCELO VICTOR

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Quinta-feira Santa é comemorada hoje (17), Sexta-feira Santa amanhã (18) e Tiradentes na segunda-feira (21) em todo o Brasil.

Serão cinco dias seguidos de feriadão. Órgãos públicos e várias empresas decretaram ponto facultativo e vão emendar o feriado de quinta-feira (17) até segunda-feira (21), retornando aos trabalhos na terça-feira (22).

Quem tem oportunidade e disponibilidade, não perde tempo para curtir o feriadão em outra cidade.

Com isso, o movimento promete ser intenso no Terminal Rodoviário de Campo Grande.

De acordo com a concessionária que administra o terminal, a expectativa é que 24 mil pessoas embarquem e desembarquem no local entre quinta-feira (17) e terça-feira (22).

Entre quinta (17) e sexta-feira (18), 5 mil pessoas devem passar pela rodoviária. Os destinos mais procurados são Corumbá, Dourados, Três Lagoas, Cuiabá, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Curitiba.

ORIENTAÇÕES

A empresa que administra a Rodoviária da Capital orienta que o passageiro:

  • Apresente documento oficial com foto no momento de embarque, mesmo que seja criança;
  • Chegue com 1 hora de antecedência do horário do embarque;
  • Obedeça o limite de bagagem: 30kg por pessoa no bagageiro e 5kg de bagagem de mão;
  • Remarcação e reembolso de passagens são feitos com até 3 horas de antecedência, diretamente com a empresa de ônibus;
  • Crianças e adolescentes menores de 16 anos devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis. Caso viajem desacompanhados ou com terceiros, precisam de autorização.

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