Cidades

EM BUSCA DA CIDADE PERDIDA

Grupo de Mato Grosso do Sul quer comprovar existência de Ratanabá

Ecossistema Dakila aposta em 3 pilares da geoarqueologia para confirmar que localização apontada, entre Mato Grosso, Pará e Amazonas, teve "ação do homem"

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Empenhados na tarefa de comprovar não só a existência, como também a localização, da "cidade perdida" de Ratanabá, o Ecossistema Dakila - através do trabalho do geoarqueólogo Saulo Ivan Nery, tenta identificar se houve intervenção humana na região das linhas de Apiacás, no Estado do Mato Grosso (MT). 

Vale ressaltar que a região estudada pelo grupo corresponde ao encontro de três Estados, Mato Grosso (MT), Pará e Amazonas. Mais recente foi publicado o parecer técnico do geoarqueólogo, em que ele aponta diferenças geológicas que o levaram descartar a hipótese de que as linhas - na região de Apiacás (MT) - são relevos naturais. 

Até o momento a equipe que pesquisa a região já sobrevoou a Floresta Amazônica, além de usar a tecnologia batizada de LiDAR - do inglês Light Detection And Ranging - (detecção de luz e alcance), pela qual foi possível "mapear as quadras" de onde possivelmente ficaria localizado Ratanabá.

Ainda na semana passada, em uma live sobre Ratanabá, Saulo comentou as intrigantes linhas que são vistas em fotos divulgadas pelo Ecossistema Dakila, dizendo que elas tiveram origem por mãos humanas. 

“Essas linhas vistas pelo LiDAR são cortes antrópicos (ação do homem) no terreno, ou seja, com intervenção do homem. Traços bem retilíneos que pudemos observar sem a vegetação. Em complemento, fizemos um estudo do paisagismo levando em consideração a geologia, geomorfologia, padrão de drenagem e o contexto arqueológico”, argumentou o profissional.

Conforme o geoarqueólogo, a regão monitorada pelo LiDAR nas Linhas de Apiacás - com 95 hectares - sofreu intervenção humana, até pela formação geológica encontrada ali.  

“A região é constituída por arenito, sendo um material mais friável e fácil de ser cortado, diferente do granito, por exemplo. Esse é um ponto positivo que apoia a ideia de que os cortes em Ratanabá são antrópicos”, frisa ele. 

Importante frisar que, levantamento aéreo foi realizado pela Fototerra, empresa que opera aviões próprios, com licença de voo para aquisições de dados  remotos, com aeronaves registradas no Brasil e monitorados pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e Ministério  da Defesa, com certificação do tipo “A” para operações de pesquisa em território nacional.  

“Fica nítido que padrões atuantes da natureza, construídos durante bilhões de anos, são formas bem diferentes do que as identificadas pelo LiDAR. Tendo em vista que essa região [Amazônia] é pouco estudada, os resultados apresentados indicam a presença de alterações no terreno de origem antrópica. Não estou defendendo nenhum tipo de hipótese absurda, mas falando que esses traços, chamados de quadras, não foram obra da natureza”, reforçou Saulo, após a explanação técnica da formação ambiente. 

Elias Martins foi o comandante da aeronave na missão, e o operador de equipamentos especiais, Wallace Assumpção Silva.  

“Operamos voo em dias alternados com base no tempo, pois muitas nuvens, neblina e qualquer outra variação do clima, influenciam nos resultados. Abaixo da aeronave, o céu precisa estar completamente limpo para que o pulso de laser entre com precisão no foco principal”, explica Wallace.  

Já o comandante cita a surpresa ao ver o que seriam as "quadras" de Ratanabá.  

“De repente surgem uns quadrados perfeitos que formam quarteirões; até perguntei o que seriam aquelas marcas e fiquei surpreso”, lembra. 

Através do idealizador do Ecossistema, Urandir Fernandes de Oliveira, Ratanabá foi assunto de repercussão nacional, após seu encontro com o ex-secretário Especial da Cultura, Mario Frias.  

Urandir é criador da chamada "Cidade do uturo - Pérola do Universo" (Zigurats), que começou a ser construída há cerca de 25 anos em Corguinho (MS).  

Em Zigurats, ele atrai visitantes através da arquitetura peculiar - das construções com  tetos arredondados; atividades socio-culturais; serviço de hotelaria; quadras poliesportivas; restaurantes e quiosques; venda e locação de imóveis e até um sistema econômico próprio, a moeda BDM (Bônus Dourado Mundial), que pode adquirir tudo no local.  

Como aponta o próprio Ecossistema em expansão, os próximos passos para modernização que caminha para independência de Zigurats, são o hospital e universidade que estão sendo construídos na região. 

Com cerca de 20 páginas, o parecer técnico do geógrafo Saulo Ivan Nery, com as alegações que sustentam a existência de Ratanabá, pode ser acessado CLICANDO AQUI. Agora, a iniciativa é iniciar uma visitação in loco à região. 

Conheça Ratanabá

Segundo o instituto Dakila Pesquisas, Ratanabá foi capital do mundo há 450 milhões de anos. Soterrada na Amazônia, a cidade perdida apresenta ramificações por toda a América do Sul.  

“Trata-se de um verdadeiro império que foi submerso pela lama e tomado pela floresta. Foi fundado pelos Muril, primeira civilização da Terra, e possui monumentos bem preservados, alguns em formato piramidal, além de galerias subterrâneas ligando a outros países”, afirma Urandir.

Como destacou o ex-secretário, que afirma não ter visitado os locais na época por conta de um "pré-infarto", a região de Ratanabá corresponderia a 32 quadras, com linhas simétricas (de Apiacás) no meio da floresta no Estado do Mato Grosso.  

"Com as descobertas sobre Ratanabá, todas as demais construções antigas espalhadas pelo mundo farão sentido sobre sua existência”, disse Urandir durante Live realizada há duas semanas.  

Ratanabá é historicamente viável? 

Vale ressaltar que a ciência aponta que a primeira espécie de hominídeos apareceu sobre a Terra há apenas 450 mil anos, os chamados Homo heidelbergensis.  

Os mais famosos "homo sapiens" teriam surgido num período ainda mais "recente", entre 250 e 150 mil anos atrás.  

Eduardo Goés Neves é professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição e classificou a informação de Ratanabá como um "desserviço à arqueologia", em entrevista ao G1.  

Como bem destaca Neves, nem os dinossauros existiam há 350 milhões de anos. "Se alguém falasse que existiram cidades na Amazônia há 3.500 anos eu até pensaria que essa era uma questão para tentar entender melhor e pesquisar. Agora, uma civilização há 350 milhões de anos? Não existe a menor possibilidade disso", expõe o arqueólogo.

 

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Cidades

Gleisi: 'Não temos dependência de mercados hegemônicos das nossas vendas'

28/07/2025 21h00

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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A ministra da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira, 28, que o Brasil não tem uma dependência de mercados hegemônicos. Segundo ela, isso se dá pela função de Lula como "caixeiro-viajante" em viagens internacionais.

"Nós não temos dependência de um mercado hegemônico para as nossas vendas. Devemos isso a função de Lula, quase como um caixeiro-viajante junto com os empresários desse País, para abrir comércio com a Ásia e tantos outros países", declarou Gleisi.

Em breve discurso no Palácio do Planalto, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais também celebrou a saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Temos muito orgulho de, de novo, termos conquistado com o povo brasileiro essa posição. Infelizmente, nós tivemos um retrocesso, mas conseguimos, por determinação desse governo, fazer com que a gente não esteja no Mapa da Fome. Não tem coisa mais feia e perversa do que a fome. Um país não vai ser grande, não vai ser desenvolvido, se uma parte considerável da sua população passar fome", disse Gleisi.

Nesta segunda, Lula sancionou o projeto de lei que cria o programa Acredita Exportação. Segundo o Planalto, a proposta busca ampliar a base exportadora de micro e pequenas empresas (MPEs) por meio da devolução de tributos federais pagos ao longo da cadeia produtiva de bens industriais destinados à exportação. Segundo Gleisi, a lei só foi possível graças à parceria do Congresso Nacional.

O Acredita Exportação vai antecipar efeitos da reforma tributária, buscando contribuir para a redução do custo nas exportações e ampliar a competitividade das MPEs no mercado internacional.

As micro e pequenas empresas representam 40% do total de companhias exportadoras do país, somando 11,5 mil das 28,8 mil que venderam ao exterior em 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Secex/MDIC). Essas exportações atingiram a cifra de US$ 2,6 bilhões no mesmo período.

A nova lei serve como uma ponta até a implementação da reforma tributária, em 2023, quando a comutatividade de impostos será extinta. Além da restituição, o Acredita Exportação também moderniza outros regimes aduaneiros, como o drawback e o Recof, suspendendo a cobrança de PIS/Cofins sobre serviços diretamente ligados à exportação, como frete e logística.
 

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luz no fim do tunel

Duplicação da BR-163 perto de Campo Grande começa a tomar forma

Duplicação vai eliminar um dos gargalos da rodovia, entre o início do anel viário e a posto da Polícia Rodoviária Federal

28/07/2025 19h01

Trabalhos estão mais adiantados na altura do km-454, próximo ao posto da PRF, na saída de Campo Grande para Dourados

Trabalhos estão mais adiantados na altura do km-454, próximo ao posto da PRF, na saída de Campo Grande para Dourados Gerson Oliveira

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Acostumados a pagar pedágio sem verem investimentos, usuários da BR-163 em Mato Grosso do Sul aos poucos começam a ver luz no fim do túnel. Ela está “brilhando” próximo ao quilômetro 454 da rodovia, nas imediações do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde as obras de duplicação finalmente começam a aparecer. 

O contrato da relicitação da rodovia deve ser assinado somente em agosto, mas para tentar convencer de que desta vez ele será cumprido, o comando da CCR MSVia anunciou ainda no leilão, no dia 22 de maio, que os investimentos começariam antes da formalização. 

Quem está chegando a Campo Grande, vindo a região sul do Estado, consegue ver as máquinas e trabalhadores no último trecho de aclive antes de chegar ao posto da PRF. Conforme a promessa, dalí em diante serão em torno de sete quilômetros nesta primeira fase de duplicação. 

Na tarde desta segunda-feira, apesar do tempo instável, duas grandes retroescavadeiras, caminhões e cerca de duas dezenas de trabalhadores podiam ser vistos atuando no local, que é parte inicial dos cerca de sete quilômetros que já está autorizados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). 

Trabalhos estão mais adiantados na altura do km-454, próximo ao posto da PRF, na saída de Campo Grande para DouradosTrecho inicial da duplicação atende a um dos pontos mais críticos da rodovia, entre a entrada de Campo Grande o posto da PRF

Nesta segunda-feira (28), a agência autorizou a desapropriação de imóveis às margens da rodovia para permitir o avanço da obra. Nesta parte inicial, a autorização se estende até o quilômetro 460, mas a previsão é de que nos próximos cinco anos a duplicação chegue a todo o anel viário. 

A parte inicial será feita em um dos trechos mais críticos da rodovia, localizado entre a rotatória do anel viário (KM-466) e o posto da PRF, onde não existe terceira faixa e normalmente o movimento é intenso. 

Além desta duplicação próximo a Campo Grande, máquinas da CCR MSVia também podem ser vistas em quatro locais diferentes próximo a Mundo Novo e Itaquiraí, no extremo sul do Estado, onde está sendo instalada terceira faixa em trechos de aclive. 

Inicialmente, conforme o edital, terão de ser duplicados 203 quilômetros da rodovia, sendo a maior parte entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes. Porém, se houver aumento no fluxo de veículos, novas duplicações terão de ser instaladas. 

Além das duplicações, o contrato inicial prevê a construção de 147 quilômetros de faixas adicionais, 29 quilômetros de contornos urbanos e 29 quilômetros de vias marginais em áreas urbanas.

Cidades como Mundo Novo, Itaquiraí e Eldorado, por exemplo, ficarão livres do tráfego de caminhões, já que está prevista a construção de contorno rodoviário. Próximo a Dourados, na Vila São Pedro e Vila Vargas, também terá de ser construído contorno, mas em pista duplicada.

LONGA ESPERA

A CCR controla a BR-163 desde 2013. O contrato inicial previa a duplicação dos 847 quilômetros, de Mundo Novo a Sonora. Porém, depois de duplicar 150 quilômetros em trechos aleatórios e receber autorização para cobrar pedágio, os investimentos pararam, apesar de a cobrança de pedágio continuar até hoje. 
A empresa alegou que estava operando no vermelho e tentou devolver a rodovia à União. Porém, uma longa negociação redefiniu as exigências e garantiu que a empresa terá aumento de 100% nos valores do pedágio assim que cumprir as principais exigências do novo contrato. Atualmente, a CCR cobra em torno de R$ 8,00 a cada cem quilômetros. 

No primeiro ano do novo contrato devem ser investidos em torno de R$ 500 milhões, sendo a maior parte, R$ 150 milhões, na recuperação da pista de rolamento, que está sem investimentos significativos desde 2021. 

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