Cidades

OPERAÇÃO DOÇURA

Maior apreensão de cocaína da história do Paraguai é deflagrada

Ação da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) interceptou a droga, camuflada em sacos de açúcar, no Porto de Caacupemí, em Assunção (Paraguai) e tinha como destino Antuérpia, na Bélgica

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O Paraguai, através de uma ação conjunta entre a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e a Diretoria Nacional da Receita Tributária (DNIT), apreendeu quatro toneladas de cocaína no Porto de Caacupemí, em Assunção, nesta segunda-feira (15) e tornou-se a maior apreensão da droga na história do país. Segundo informações preliminares, ela tinha como destino final Antuérpia, na Bélgica.

A contagem ainda não terminou, portanto, esta quantidade pode ser ainda maior. Segundo a Senad, apenas um dos quatro contêineres foram calculados, ou seja, ainda deve haver muitas toneladas a serem contabilizadas pelos agentes. Óscar Orué, investigador que deflagrou a operação, afirmou que o local foi fechado e ficou sob proteção militar até às 7h desta terça-feira (16).

Óscar ainda explica a importância do valor apreendido, já que na Europa, a cocaína vale, aproximadamente, US$ 45 mil o quilo, enquanto nos Estados Unidos, este valor cai pela metade, variando entre US$ 20 mil e US$ 25 mil. Portanto, quatro toneladas valem cerca de US$ 180 milhões (R$ 974 milhões na cotação atual).

A droga foi detectada por diferentes mecanismos, mas não foi identificada pelos scanners por estar em sacos de 23 a 25 kg dentro de sacos de estopa de 35 kg, dificultando ainda mais o trabalho do sistema. Além disso, foi informado que a carga chegou ao Porto na sexta-feira (12), mas por se tratar de um material sensível, o açúcar, ele foi contido para passar pelo controle.

Recentemente, a mesma empresa, ainda não divulgada, já havia feito uma exportação de açúcar no mesmo local, do qual não foi detectado nada de anormal na carga. Suspeita-se que usaram essa estratégia para não serem descobertos na tentativa de passar a droga para outro país.

Ainda, segundo o investigador, ao identificarem o destino, facilita a investigação acerca da origem da cocaína, além de todas as informações já terem sido repassadas ao Ministério Público.

“Você tem quem são os exportadores, têm onde a carga ia chegar em Antuérpia, o importador no caso, tem também os responsáveis, toda a rastreabilidade, que já foi repassada ao Ministério Público e com certeza, com base em concorrência, o Ministério Público vai agir”, destacou Óscar.

Ao falar sobre os suspeitos, o investigador confirmou que os exportadores são ativos e estão regularizados há muito tempo, mas ainda não podem repassar nomes à imprensa.

De acordo com o procurador-geral, Emiliano Rolón, o grupo responsável pelo tráfico era investigado desde 2019, mas sem resultados positivos. Após receber inúmeros avisos da inteligência de um carregamento que seria encaminhado para a Europa nestas datas, os agentes federais conseguiram interceptar a cocaína ainda no Porto.

“Nesta ocasião, recolocaram a mesma empresa em operação e com tudo isso o resultado positivo foi alcançado. Essa empresa já era suspeita há anos e depois de uma pausa, surpreendentemente, voltou a operar”, afirmou o procurador-geral.

Emiliano ainda informou que, até o momento, só há um preso na operação, o gerente da carga, mas que as investigações irão determinar os futuros responsáveis pela droga. O Ministro e chefe da Senad, Jalil Rachid, afirmou que há mais detalhes, mas que ainda não pode divulgar para dar sequência às buscas.

O Presidente da República, Santiago Peña, comentou nesta manhã sobre o caso e afirmou que hoje as drogas não saem do Paraguai para exportação, mostrando a determinação do país em derrotar o crime organizado.

“Agora o grande desafio é impedir a entrada da droga no Paraguai, que claramente não é produtor de cocaína. É usado como trânsito e obviamente isso vai desencorajá-lo significativamente. Falaram-me de perto de 400 milhões de dólares no mercado europeu, então penso que isso também é um sinal que é enviado ao crime organizado porque vão encontrar-se com certas autoridades”, reforçou Santiago.

*Matéria alterada às 12h30 para acréscimo de informação 

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Feminicídio

Faca foi o instrumento mais utilizado para matar mulheres em MS

Conforme Sejusp, 11 dos 30 feminicídios deste ano foram causados por armas brancas

26/11/2024 19h45

Em ordem (de cima para baixo, da esquerda para direita)- Cristiane, Joelma, Marta, Dayane, Mariana, Sueli, Gisieli e Marlene.

Em ordem (de cima para baixo, da esquerda para direita)- Cristiane, Joelma, Marta, Dayane, Mariana, Sueli, Gisieli e Marlene. Foto: Montagem / Correio do Estado

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Levantamento realizado pelo Correio do Estado nesta terça-feira (26) constatou que 11 dos 30 feminicídios deste ano foram provocados por arma branca em Mato Grosso do Sul. Entre as vítimas, quatro mulheres que residiam em Campo Grande e outras sete no interior do Estado.

Na Capital, foram vítimas Joelma da Silva André, Dayane Xavier da Silva, Cristiane Eufrásio Millan e Regina Fátima Monteiro de Arruda.

No interior, morreram apunhaladas Maria Rodrigues da Silva, Marta Leila Silva Neto, Gisieli de Souza, Mariana Agostinho Defensor, Marlene Salete Mees, Vanessa de Souza Amâncio e Sueli Maria Conceição da Silva.

Em fevereiro, a diarista Joelma da Silva André, 33 anos, foi morta pelo próprio marido, Leonardo da Silva Lima, após sofrer nove facadas, três delas no rosto, cinco nas costas e uma no tórax, crime que ocorreu no bairro Nova Campo Grande.

No mês seguinte, em março, Dayane Xavier da Silva, 29, foi morta por quatro facadas pelo marido  Thiago Echeverria Ribeiro, de 38 anos, no Bairro Nova Campo Grande. Em agosto último, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida o condenou a 21 anos em regime fechado.

Contratada para um programa sexual, Cristiane Eufrásio Millan, 42, foi morta em abril deste ano com 36 facadas após se recusar a fazer sexo com Sérgio Guenka, 52. Conforme apurado à época, ambos estavam na residência de Guenka, que após matá-la, dormiu ao lado de seu corpo por dois dias consecutivos.

Na ocasião, a defesa de Guenka alegou esquizofrenia do homem, que morreu no Hospital Regional após passar mal na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, em agosto último.

Vítima do próprio filho de 16 anos, Regina Fátima Monteiro de Arruda, de 52, foi morta com 20 facadas, sendo 9 delas no rosto. O jovem disse que era humilhado pela mãe, fator que, segundo ele, motivou o crime. O fato ocorreu na Rua Macarai, no Jardim Zé Pereira. Na data, o garoto foi custodiado em uma unidade penal.

Interior

Em São Gabriel do Oeste, em janeiro, Maria Rodrigues da Silva, 66 anos, foi morta pelo ex-companheiro, de 69 anos, ao ser atingida por uma facada no torax após discucutirem por conta de um veículo, briga que também envolveu o neto da vítima.

Nove dias depois, em Coxim, Marta Leila Silva Neto, 36 anos, foi morta pelo namorado Sipriano Nascimento de Oliveira, durante uma discussão na qual tentava expulsá-lo de casa. À época, segundo o boletim de ocorrência, Marta teria ido até a cozinha e buscado uma faca após sentir-se acuada por Sipriano, que revidou por diversas vezes contra a mulher, que morreu no local.

Esfaqueada no pescoço pelo próprio irmão, Giovani de Souza, Gisieli de Souza, 28 anos, morreu em Dourados após discussão familiar. Conforme a polícia, o crime ocorreu após ambos se desentenderem. Gisieli lutou pela vida por 15 dias, mas não resistiu.

Em Ivinhema, Mariana Agostinho Defensor, de 32 anos, foi morta a facadas pelo companheiro, que confessou o crime após passar um período inconsciente. O crime ocorreu em setembro e a jovem passou um dia desaparecida até ser encontrada pela polícia. Na ocasião, o nome do homem não foi divulgado.

No mesmo mês, Marlene Salete Mees, de 54 anos, foi morta por nove facadas pelo marido, crime que aconteceu no bairro Fração da Chácara, em Amambai. O homem cometeu o crime na frente da filha da vítima, de apenas 11 anos.

No último dia 10 deste mês, Vanessa de Souza Amâncio, 43 anos, foi morta pelo ex-marido, Gecildo Gomes, no bairro Santa Terezinha, em Três Lagoas.

Uma semana depois, Sueli Maria Conceição da Silva, de 56 anos, foi morta a golpes de faca no Jardim Paraíso, em Naviraí. O ex-companheiro, Carlos Pereira da Silva, de 45 anos, foi apontado como autor do crime.

Recolhimento

Para a psicóloga Pietra Garcia Oliveira (28), psicopedagoga e analista comportamental, o alto índice de feminicídios causados por arma branca pode ser explicado também pelo recolhimento de armas de fogo. “Na ausência da arma de fogo, esses crimes acontecem com armas brancas e objetos perfurocortantes”, disse ao Correio do Estado.

“Por muita das vezes, há que se atentar, inclusive, às narrativas de defesa da honra por parte dos homens, que por algum motivo, se sintam invalidados, e adotem esse tipo de comportamento”, acrescentou Pietra Garcia.

A profissional destacou que é preciso pensar políticas públicas efetivas que protejam as mulheres e busquem reduzir os casos, uma vez que os crimes se repetem anualmente. 

Desde 2015, a Lei 13.104/2015 categoriza o crime de feminicídio. De lá para cara, segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 335 mulheres foram vitimadas em todo o Estado.

Entre os demais feminicídios do ano, 10 mortes envolveram agressões, oito mulheres foram vítimas de arma de fogo, além de uma morte por atropelamento.

Colaborou Alicia Miyashiro 

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OPERAÇÃO RENORCRIM

Polícia Civil prende suspeito de contrabando na região na fronteira

Conforme informações da Polícia, o suspeito foi preso diversas vezes por contrabando, e a Justiça, considerando as sequências de flagrantes, converteu sua prisão em preventiva para garantir a ordem pública

26/11/2024 18h30

Policiais do Dracco em operações

Policiais do Dracco em operações Imagens/ Polícia Civil de MS

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Homem de 40 anos é preso nesta terça-feira (26), em Ponta Porã, a 312 quilômetros de Campo Grande, pelos agentes do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), suspeito de praticar crimes de contrabando na região de fronteira com o Paraguai.

De acordo com as investigações, o homem preso, que tinha sua identidade preservada, foi flagrado no dia 5 de setembro, transportando uma grande quantidade de cigarros contrabandeados de forma clandestina no país. Na ocasião, ele foi preso por contrabando, mas recebeu liberdade provisória.

Ainda de acordo com as investigações, o homem foi novamente flagrado no dia 2 de outubro por policiais rodoviários federais, transportando agrotóxicos, e foi preso em flagrante. Durante as oitivas, sua prisão foi novamente condicionada à liberdade.

Durante o processo de documentação, a Justiça de Mato Grosso do Sul constatou que a infração foi presa diversas vezes pelos crimes de contrabando e revogou sua condicional, convertendo-a em prisão preventiva devido à isenção das medidas cautelares diversas da prisão impostas, a fim de garantir a ordem pública.

Neste momento, ele se encontra à disposição da Justiça e segue preso, cumprindo pena em regime fechado.

 

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