Brasília
Cerca de 70 manifestantes invadiram a nova sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal para protestar contra o novo governador Rogério Rosso (PMDB) na noite de anteontem, quando Brasília completou 50 anos. Ainda na tarde de ontem, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou a reintegração de posse do local, que ainda não é usado pelos deputados. A ordem não havia sido cumprida até o fechamento desta matéria.
Na liminar para reintegração, o juiz Marco Antônio Lemos, da terceira Vara de Fazenda Pública, determinou que dois oficiais de Justiça seguissem para o local, com reforço policial, para cumprir a desocupação do prédio. O magistrado também determina que a polícia militar fizesse a segurança do local até a inauguração da nova sede, ainda sem data para ocorrer.
Segundo o movimento “Fora Arruda e toda máfia”, Rosso não tem legitimidade para governar Brasília. Ele foi eleito no último sábado por 13 deputados distritais, sendo que oito são suspeitos de terem participado do mensalão do DEM. “Ocupamos a Câmara para protestar contra a eleição de Rogério Rosso, que foi eleito por deputados mensaleiros. Só saímos daqui quando ele sair do governo”, disse o estudante de Química da Universidade de Brasília, João Pedro Machado.
Assim como o grupo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou a eleição ilegítima e defende a intervenção federal como única solução.
Invasão
Os manifestantes ocupavam ontem o prédio principal da nova Câmara Legislativa do DF, que deve ser inaugurada nos próximos meses. Do lado de fora, eles colocaram faixa com os dizeres “poder popular”. A obra ainda não está concluída. A ocupação foi pacífica durante o decorrer do dia. Segurança contratados pela construtora vigiavam o local.
A Polícia Federal investiga se o governo de José Roberto Arruda (sem partido) cobrava 2,5% de propina sobre o valor repassado para conclusão da nova sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O mesmo grupo que está na nova sede já havia ocupado a Câmara Legislativa do DF.
Ainda ontem, Roberto Gurgel, afirmou que a eleição indireta promovida pela Câmara Distrital, que escolheu Rogério Rosso como governador, apenas “agravou” a crise política local e reforça a necessidade de uma intervenção federal.