O Censo Demográfico 2022 começou nesta quarta-feira (10) nos territórios indígenas de Mato Grosso do Sul, e deve ser realizado até o dia 31 de outubro.
Serão recenseados os indígenas que residem dentro ou fora de suas terras, em áreas urbanas e rurais, além de indígenas provenientes de outros países. O Censo visita todas as comunidades e aldeias, independentemente de mapeamento prévio.
Para este ano, o Censo Demográfico traz novidades: a primeira delas é a aplicação de questionário de abordagem em todas as aldeias, feita com a liderança indígena; a segunda é a adaptação dos formulários, feita para abordar assuntos específicos e de importância para esta população, referentes ao conceito de moradia e perguntas acerca de religião, rituais e crenças.
O trabalho é dividido em três etapas: a primeira, explica o senso às lideranças indígenas a fim de que permitam a entrada dos recenseadores nas aldeias; a segunda corresponde à aplicação de questionário sobre a aldeia/comunidade, para coleta de informações sobre infraestrutura, acesso a recursos naturais, educação, saúde, hábitos e práticas; a terceira consiste na visita de recenseadores às habitações para entrevistar famílias residentes.
Em Mato Grosso do Sul, o lançamento da coleta do censo indígena foi realizado na Aldeia Lagoinha, situada no Território Indígena Buriti, em Sidrolândia.
Foram identificadas 189 localidades indígenas em todo o estado, sendo 56 terras indígenas, 111 agrupamentos indígenas e 22 localidades com população indígena dispersa.
A coordenadora do Censo em Áreas Indígenas e Quilombolas, Marta Antunes, explica que o Censo Demográfico 2022 irá atualizar o retrato produzido em 2010 sobre a realidade socioeconômica e demográfica dos povos e comunidades tradicionais. “A partir do censo 2022, será possível conhecer as mudanças na demografia dos povos indígenas, além de trazer dados mais detalhados para as terras indígenas do Brasil. A pesquisa também trará visibilidade aos povos que vivem dentro e fora das terras indígenas”.
O Cacique da Aldeia Indígena Lagoinha, Jasiel Marcelino, comenta que o Censo trará visibilidade para as populações indígenas. “É importante a presença do IBGE dentro da nossa comunidade, principalmente para mostrar o crescimento populacional e o desenvolvimento do nosso povo. Com esses dados, vamos comparar o que foi feito no passado para planejarmos o futuro que queremos. Acredito que o trabalho do IBGE é importante por isso”.
2010
Segundo o IBGE, o Censo Demográfico 2010 foi a primeira pesquisa que registrou a quantidade de etnias e de línguas indígenas existentes no Brasil. Foram contados 896,9 mil indígenas, de 305 etnias ou povos e falantes de 274 línguas indígenas.