A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse ontem (8) que as ações dos cartéis de drogas no México e em outros países da América Latina indicam que os traficantes promovem uma "insurgência" na região, desafiando os governos locais.
"Esses cartéis de drogas estão mostrando mais e mais indícios de insurgência", disse a secretária em um evento no Council on Foreign Relations, em Washington. "De uma hora para outra, aparecem carros-bomba, o que não havia antes."
Segundo a secretária americana, a luta contra os cartéis deve combinar o aumento da capacidade institucional, melhor aplicação das leis e apoio militar para que sejam aplicadas e vontade política.
Hillary disse que, enquanto o México tem capacidade para lutar contra o problema, o mesmo não ocorre em outras nações atingidas pela violência do tráfico.
"Pequenos países da América Central não têm essa capacidade", afirmou. "Nós precisamos de uma presença muito mais vigorosa dos Estados Unidos."
Colômbia
Hillary também comparou a situação no México com a da Colômbia há alguns anos, no auge da luta contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"Está parecendo mais e mais com o que a Colômbia era 20 anos atrás, onde os narcotraficantes controlavam certas partes do país", afirmou.
Calcula-se que mais de 28 mil pessoas tenham morrido vítimas da violência relacionada ao tráfico de drogas no México desde que o presidente Felipe Calderón assumiu o poder, no fim de 2006, e determinou o envio do Exército para combater crimes relacionados ao narcotráfico.
Em um dos últimos episódios, 72 imigrantes, entre eles pelo menos dois brasileiros, foram assassinados no Estado de Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos.
Integrantes do cartel de drogas Los Zetas são acusados do crime.
Nos Estados Unidos, há uma crescente preocupação de que a violência relacionada ao narcotráfico no México acabe atravessando a fronteira.
A fronteira entre os dois países é rota de tráfico de drogas, armas e pessoas.
No mês passado foi iniciado o envio de 1,2 mil homens da Guarda Nacional americana para a fronteira entre Estados Unidos e México, com o objetivo de reforçar a segurança na região
(Informações do Estadão e BBC Brasil)