Da redação
Barragens contiveram a cheia do rio Mississippi no domingo enquanto a pior enchente no meio-oeste norte-americano em 15 anos começou a diminuir, mas perdas de bilhões de dólares em lavouras devem aumentar os preços dos alimentos por anos.
Os níveis de água no rio diminuíram pelo segundo dia consecutivo, com o tempo bom dando oportunidade à drenagem em regiões saturadas. As previsões são de clima seco nos próximos dias.
Era esperado que o aumento no volume do rio chegasse ao pico na segunda-feira em St. Louis de 11,9 metros, 3,3 metros abaixo do recorde de 1993 e um nível considerado "manejável", segundo o Alan Dooley, porta-voz do Exército em St. Louis.
Não houve novos rompimentos de barragens no domingo. Pelo menos, três dezenas de barragens, diques e outras barreiras contra enchentes foram extravasadas ao longo do Mississippi nas duas últimas semanas com as chuvas torrenciais neste mês.
Muitos alertas contra enchentes permaneciam com efeito para comunidades em Missouri e Illinois, mas autoridades disseram esperar que o pior já tenha passado, e o foco agora é a limpeza.
"Nós estamos mentalmente e fisicamente exaustos", disse Carol Broseman, morador de Winfield, Missouri, que trocou sua casa por um abrigo no sábado após águas da enchente tomarem seu bairro. "Eu chorei tudo o que podia chorar."
O serviço nacional de meteorologia fez previsões no domingo de clima seco com ventos fortes em alguns Estados do meio-oeste nos próximos dias, o que vai ajudar na drenagem das águas.
As tempestades no meio-oeste norte-americano mataram pelo menos 24 pessoas desde o final de maio. Mais de 38 mil pessoas tiveram de deixar suas casas, a maioria delas em Iowa, onde 83 dos 99 condados foram declarados áreas de desastre.
Os temores de que até 2 milhões de hectares em plantações de milho e soja tenham sido perdidos para as enchentes no maior exportador mundial de grãos e alimentos levaram os preços do milho a atingirem níveis recordes na semana passada.
O efeito da alta nos preços dos alimentos na inflação tem preocupado de banqueiros centrais a entidades de ajuda alimentar. Há temores de que, se rebanhos inteiros forem sacrificados por conta da forte alta na cotação do milho, matéria-prima de rações animais, os preços da carne podem atingir altas históricas. (informações do Estadão)