O comitê de especialistas que aconselhou a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o início e o fim da pandemia de gripe suína atuou de forma "independente e declarando antecipadamente seus interesses", disse ontem (12) o porta-voz do órgão sanitário, Gregory Hartl.
Hartl reagiu às críticas surgidas após a publicação - na última quarta, pela OMS - da lista com os nomes dos 15 membros do Comitê de Emergência, após 14 meses de pandemia, na qual cinco deles declaram ter ou já ter tido vínculos com a indústria farmacêutica.
O porta-voz defendeu que esses vínculos são "dados irrelevantes, que não expõem nenhum conflito de interesses das acusações atribuídas".
Os nomes do grupo, entre cientistas e professores de quatro continentes, foram publicados pela OMS após ela decretar o fim da pandemia no dia anterior, demora que tinha acarretado críticas sobre a suposta falta de transparência do órgão.
Uma das acusações mais contundentes foi a do presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, que atribuiu publicamente culpa à OMS e aos governos por gerar uma preocupação desnecessária com a gripe A (H1N1), devido aos vínculos com a indústria farmacêutica.
Hartl disse que a OMS elegeu o melhor grupo de especialistas e adotou a política correta. Com relação à espera para revelar os nomes, o porta-voz explicou que decidiu agir dessa forma "desde o princípio" e que se tratou de uma medida pensada para "proteger os membros do comitê de pressões externas".
Com os nomes divulgados e a fase pós-pandemia decretada, só falta a OMS receber as conclusões de um "comitê de revisão" formado por 29 especialistas que se reúnem de forma periódica desde abril e devem entregar um relatório no ano que vem.