Após a confirmação de quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado realizou uma operação integrada de fiscalização em boates, tabacarias e conveniências em Campo Grande e no interior.
Na Capital, segundo a Vigilância Sanitária, durante o “pente-fino” em uma casa noturna que não teve o nome divulgado, foram encontradas garrafas de bebidas vencidas ou de procedência desconhecida.
Entre elas estavam energéticos, vinhos, licores e cachaças. Os produtos vencidos foram descartados no local e posteriormente recolhidos pelo órgão municipal, enquanto as bebidas estrangeiras sem comprovação foram encaminhadas à Receita Federal.
O gerente do estabelecimento foi conduzido à delegacia, e um inquérito policial será instaurado.
Em outro ponto, organizadores de um evento foram autuados por não possuírem alvará sanitário e documentação obrigatória. No local, o Procon-MS verificou irregularidades, como ausência de placas informativas e dados sobre meia-entrada. Os responsáveis receberam orientação e têm 20 dias para apresentar defesa.
Apreensão de garrafas
Em fiscalização na rodovia BR-262, aproximadamente 900 quilos de garrafas vazias de whisky, escondidas na carroceria de um caminhão, escondidas propositalmente em meio de uma carga diversificada, na parte frontal do baú, para dificultar a localização.
Conforme apurado pela reportagem, a possível hipótese é de que as garrafas fazias poderiam ser utilizadas para falsificação de bebida alcoólica ou possível introdução de metanol, em razão da repercussão nacional do caso.
Como não apresentavam nota fiscal, foram apreendidas e encaminhadas à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), que está à frente das investigações sobre falsificação de bebidas.
Operação
A ação, cujo objetivo foi coibir a venda de bebidas irregulares e proteger consumidores contra intoxicação por metanol, contou com apoio de diversos órgãos de segurança e fiscalização: Polícia Civil (Decon), Delegacia de Ordem Política e Social (Deops), Garras, Vigilância Sanitária Estadual e Municipal, Procon-MS, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Guarda Municipal.
“A iniciativa integra o conjunto de ações emergenciais coordenadas pelo Governo do Estado, envolvendo monitoramento, fiscalização, investigação e atendimento especializado a possíveis casos de intoxicação”, diz nota oficial.
Casos no Estado
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até esta segunda-feira (6), o Estado está com quatro casos suspeitos de intoxicação por metanol nos municípios de Campo Grande, Ladário, Rio Brilhante e Caarapó.
Outros dois casos foram descartados em Sidrolândia e Campo Grande, e há um óbito suspeito ocorrido na Capital, que segue em investigação.
De acordo com a secretária de Estado de Saúde, em exercício, Crhistinne Maymone, a operação reflete o trabalho conjunto e permanente do Governo do Estado para garantir segurança sanitária e proteger vidas.
“O Governo do Estado tem atuado em várias frentes, na fiscalização, na capacitação das equipes de saúde e na articulação com o Ministério da Saúde para garantir atendimento adequado e impedir que produtos clandestinos cheguem ao consumidor. Essa é uma ação técnica, articulada e contínua”, destacou Maymone.
Com relação ao trabalho integrado, a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Larissa Castilho, destacou que a união entre Estado, municípios e forças de segurança é essencial para prevenir novos casos.
“Estamos trabalhando de forma articulada com as vigilâncias municipais e demais órgãos parceiros para agilizar as ações de fiscalização e impedir a circulação de produtos irregulares. Esse fluxo de resposta rápida é fundamental para proteger a população e evitar novas ocorrências”, afirmou Castilho.
Óbito em investigação
Matheus passou mal após ingerir bebidas alcoólicas, por volta de 18h20, e deu entrada na UPA Universitário consciente e orientado, relatando mal-estar gástrico e episódios de vômito.
Ele relatou ter bebido whisky no sábado e cachaça no domingo, informando que comprou as bebidas na conveniência Nashbeer.
Após passar pela triagem, ficou com a pulseira de classificação amarela e aguardou atendimento até sofrer uma crise. Durante o atendimento na área vermelha, acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória (PCR). Apesar da intervenção médica, não resistiu e veio a óbito às 19h53.
** Colaborou Naiara Camargo




