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Paul McCartney muda setlist, bate no peito e diz: "Carioca"

Paul McCartney muda setlist, bate no peito e diz: "Carioca"

ig

24/05/2011 - 22h00
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Quem compareceu às duas noites de Paul McCartney no Engenhão, dificilmente se arrependeu de ter repetido a dose nesta segunda-feira. A mudança começou na roupa e na pontualidade. Entrou no palco exatamente às 21h30. O ex-Beatle largou o paletó azul "Roberto Carlos" e saudou a plateia de terno e gravata pretos, camisa azul com colarinho branco, e os mesmos suspensórios. Alterou também o setlist, incluindo a abertura da apresentação: "Hello, Goodbye", tocada no domingo, deu lugar à "Magical Mistery Tour". Além desta faixa, saíram: "Drive my car", "Get back" e "I've just seen a face". Entraram, ao lado de "Magical Mistery Tour", "Got to get you into my life", "I'm looking through you" e "I saw her standing there".

Das dezenas de cartazes "na-na-na" vistas no coro de Hey Jude, apenas uma meia dúzia sobreviveu, dando lugar a um leque promocional distribuído por patrocinadores. Os balões coloridos compareceram, desta vez acompanhados por "minhocas" infláveis, de cores igualmente variadas. Mas as mudanças não foram apenas na forma do espetáculo. Paul parecia mais solto, mais confiante no português que falou mais, e melhor, embora não o suficiente para deixar de arrancar risos do público.

Chegou a bater no próprio peito e decretar: "Carioca". Depois da quarta música, "Coming up", por exemplo, ele ensaiou o mesmo discurso do dia anterior, com "esta noite vou tentar falar português", mas interrompeu e disse: "You know what? I'll take a moment to look at you" (Querem saber, vou parar um momento para olhar para vocês). Obviamente, ganhou a plateia sem esforço. Houve até um momento de vaia coletiva, mas não para o músico. Um elemento se sentiu no direito de subir na torre de som do Engenhão e foi perseguido por seguranças enquanto pulava de uma barra de ferro para outra. Foi expulso do estádio, segundo os seguranças do evento.

Para completar, o seu chefe de segurança, logo após a execução de "I Saw Her Standing There", escolheu quatro meninas para subir ao palco e Paul anunciou o nome de cada uma. A primeira, Laura, aos prantos, estava com um cartaz dizendo "Paul, quero te abraçar" em inglês. Em seguida, Carolina, também se debulhando em lágrimas, recebeu um abraço efusivo do ex-Beatle, que não conteve a gracinha: "She's happy". Depois, mais calmas, Júlia e Maria se enroscaram com o ídolo, que só disse não ter nada a dizer antes de se retirar para o segundo intervalo, que traria as quatro últimas músicas do show (as mesmas de domingo). O sorriso do senhor de 68 anos não precisava de explicação.

Paul também marcou pontos ao mudar, pelo menos na ordem, boa parte das piadinhas na língua local escritas na "cola" grudada no chão. Manteve várias delas, mas falou coisas diferentes, mexeu mais com o público durante as músicas. Até o seu solo na Les Paul, em "I've Got a Feeling", soou mais descontraído, improvisado. Em meio à diversão, os músicos chegaram a tropeçar, no fim da sétima música, "Let Me Roll It". Paul parou, a banda continuou. Se olharam, riram, e o ex-Beatle voltou a tocar. Novamente, o grupo afinadíssimo fez a diferença. O corpulento baterista, Abe Laboriel Jr., estava mais do que inspirado. Foi bastante aplaudido com suas coreografias exóticas em "Dance Tonight", do disco "Memory Almost Full", lançado por "Macca" em 2007.

Dos gritinhos com cara de pavor de Paul antes de "Paperback Writer" à histeria coletiva no show pirotécnico da potente "Live and Let Die", o ritmo intenso não abateu o ex-Beatle. De novo, Paul "Wix" Wickens impressionou sintetizando cordas, sax e o que mais fosse preciso no rack com Yamaha Motif e Kurzweil. Os dois guitarristas, Rusty Anderson e Brian Ray, abusaram dos trastes e chegaram a fazer uma breve jam com o chefe no encerramento. Paul também se surpreendeu com o "uh-uh-uh" que a plateia continuou cantando depois de "Back in the USSR". Respondeu: "Ótimo", em português, e entrou na brincadeira, testando o agudo do povo.

No fim, saiu dando beijinhos no cachorrinho com a bandeira do Brasil arremessado ao palco, colocou a mão no peito e disse: "Foi fantástico", em português. Encerrou com as mesmas palavras que, porém, não tiveram o mesmo significado. Se no domingo o "até a próxima" do ídolo se traduzia em um dia, nesta segunda, a torcida foi para que a expressão não se converta novamente em uma longa espera.

Setlist

1) Magical Mistery Tour
2) Jet
3) All my Loving
4) Coming Up
5) Got to Get You Into my Life
6) Sing the Changes
7) Let me Roll It
8) Long and Winding Road
9) 1985
10) Let me In
12) And I Love Her
13) Blackbird
14) Here Today
15) Dance Tonight
16) Mrs Vandebilt
17) Eleanor Rigby
18) Something
19) Band on the run
20) Ob-la-di, Ob-la-da
21) Back in the USSR
22) I've Got a Feeling
23) Paperback Writer
24) A Day in Life/ Give Peace a Chance
25) Let It Be
26) Live and Let Die
27) Hey Jude

Bis 1
28) Day Tripper
29) Lady Madonna
30) I Saw Her Standing There

Bis 2
31) Yesterday
32) Helter Skelter
33) Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
34) The End

Cidades

Casa de ex-prefeito de Campo Grande vai a leilão para pagar dívida de pensão

Alcides Bernal deixou de pagar pensão quando foi cassado, em 2014, e dívida ultrapassa R$ 112 mil a filho que mora no Tocantins

20/06/2025 17h33

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, terá uma casa levada a leilão devido a uma dívida de pensão que ultrapassa o valor de R$ 112 mil. A sentença é da 1ª Vara da Família e Sucessões de Palmas (TO), onde mora o filho do ex-prefeito.

De acordo com os autos do processo, na época em que ainda era prefeito, Bernal e o filho celebraram acordo em processo que tramitou em Campo Grande, onde ficou estabelecido que seria descontado o valor de três salários mínimos diretamente de seus subsídios de prefeito, inclusive o 13º salário, e seriam depositados na conta do filho.

O acordo foi homologado por sentença que transitou em julgado. No entanto, Bernal foi cassado em 2014 e, sem o desconto em conta, ele deixou de cumprir a obrigação com o filho.

“Por ocasião de sua cassação, por pura liberalidade, por humanidade e generosidade do Exequente, mesmo sofrendo as agruras da falta de pagamento da pensão (contraindo dívidas para continuar se mantendo), pensando que o seu pai, até lhe seria grato, por deixar passar um tempo razoável para se recompor, deixou passar alguns meses, contudo, após esse tempo, o Exequente começou a tentar contato, para tentar uma composição amigável com o Executado, não conseguindo nem uma resposta”, diz a ação.

Também conforme a ação, o filho tentou várias formas de contato, por meio de ligações em celular pessoal e na prefeitura, assim como por meio de conhecidos e amigos próximos, que também tentaram contato via ligação e pessoalmente com Bernal, mas sem sucesso. 

Assim, foi protocolizada nova petição, para execução dos débitos que haviam sido deferidos para desconto em folha, totalizando 36 meses pendentes, contando com dois 13º salários, que não foram pagos de janeiro a abril de 2013 e de abril de 2014 até setembro de 2016.

O montante devido, com juros de mora e atualização monetária e capitalização simples, até o mês de setembro de 2016, é de R$ 112.252.23.

Na ação, é citado também que o pagamento da pensão alimentícia é a obrigação mínima de Bernal, já que, segundo os autos, há abandono afetivo desde o nascimento de seu filho.

O filho relata que está passando por necessidades financeiras e que a ajuda do pai, que não está sendo paga, está fazendo falta. Dentre as dificuldades citadas, está o fato de que o rapaz tem "inúmeros gastos diários" e que parou de estudar por falta de recursos financeiros.

Desta forma, foi pedido a intimação para que Bernal efetuasse o pagamento do débito pendente no prazo de três dias e, caso não realizasse a quitação, que fossem penhorados bens, quanto bastassem para o adimplemento da da dívida.

Sem o pagamento, o imóvel a ser leiloado é uma casa localizada no Jardim Paulista, em Campo Grande, que se encontra penhorada, com a devida intimação do devedor. Na ação, não consta quando será realizado o leilão.

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Justiça bloqueia R$ 40 milhões de família que provocou "muralha de fogo" em MS

Segundo investigação, pai e filhos são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas na região pantaneira

20/06/2025 17h00

"Muralha de fogo", em Corumbá, em 2024 Foto: Divulgação

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 A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40,7 milhões em bens de uma família acusada de provocar incêndios criminosos para criação ilegal de pasto em Corumbá, região do Pantanal sul-mato-grossense. A ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), envolve o pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como “Carlinhos Boi”, e seus três filhos, que, segundo a investigação, são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas, incluindo a chamada “muralha de fogo” que viralizou nas redes sociais em junho de 2024 durante a tradicional Festa de São João.

O incêndio teve como ponto de ignição propriedades utilizadas pela família, como a Fazenda Pira-Retã e o Sítio São Domingos, área inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP) às margens do Rio Paraguai, nas proximidades de um ponto de captação de água que abastece a cidade de Corumbá.

De acordo com laudos da Polícia Federal, a ocupação irregular e as construções precárias no local impedem a regeneração da vegetação nativa e geram lançamento de esgoto e lixo diretamente no solo, aumentando o risco de contaminação do rio.

O MPF aponta que a família Martins utilizava irregularmente o cadastro da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro-MS) para movimentar e criar bovinos em áreas pertencentes à União, na região conhecida como “Retiro Tamengo”. As terras, além de públicas, incluem áreas privadas sem cercas delimitando os perímetros, o que favorecia a ocupação ilegal.

O objetivo da ação civil pública é obter a desocupação imediata das áreas invadidas, com a retirada dos bovinos, demolição das construções irregulares e recuperação ambiental do espaço por meio da implantação de um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Também foi solicitado o pagamento de indenizações pelos danos ambientais, restituição dos lucros obtidos ilegalmente e compensação por danos morais coletivos.

A propriedade já havia sido alvo de fiscalização pela Polícia Militar Ambiental em 2013, quando foram constatadas construções ilegais e a degradação ambiental do local. Agora, com as novas provas e a reincidência da prática, o caso avança na 1ª Vara Federal de Corumbá, vinculada ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O processo segue em tramitação na esfera federal, e os acusados poderão apresentar defesa nas próximas etapas judiciais.

"Muralha de fogo"

Terra do Banho de São João, considerada a maior festa junina do Centro-Oeste, Corumbá foi o município que mais queima em todo o Brasil em 2024. O triste extremo, entre a festa e os incêndios que devastam o Pantanal, foi registrado pela corumbaense Elisa Márcio, e compartilhado em uma rede social, em junho do ano passado.

Segundo o Painel Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a região pantaneira registrou mais de 14 mil focos de incêndio. 

Além disso, conforme noticiado anteriormente, a população do município sofre com a fumaça que vem das queimadas, que associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tornam o cenário ainda mais crítico.

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