Polícia

Território indígena

Agredido e roubado: vídeo mostra pistoleiros cercando o carro de jornalista canadense em MS

Além do terror físico e psicológico, estima-se que o prejuízo dos itens roubados seja de aproximadamente US$ 20 mil

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Um vídeo gravado as escondidas revela o momento em que o veículo do jornalista canadense foi cercado por cerca de 30 homens, em uma área rural no município de Iguatemi.  Na companhia de sua esposa, a antropóloga brasileira, Ana Carolina e do engenheiro florestal, Renato Farac, o grupo foi espancado e roubado.

Confira o vídeo:

Além do terror físico e psicológico, o jornalista estrangeiro, Renaud Philippe, de 39 anos, estima que o prejuízo dos itens roubados, como celulares, câmeras fotográficas e documentos seja de aproximadamente US$ 20 mil dólares, ou seja, R$102 mil na moeda brasileira. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado, o grupo estava a trabalho em Iguatemi para a produção de um vídeo documentário em aldeias indígenas, quando caíram em uma emboscada no entroncamento rural na rodovia 295 que liga a rodovia 386, no município.

Conflitos em terras indígenas

De acordo com uma liderança Guarani Kaiowá, que por questões de segurança preferiu não de identificar, a região indígena está sofrendo ataques desde o dia 21 de novembro, quando uma grávida de 7 meses foi agredida e dois guerreiros Kaiowá desapareceram.

Denúncias e pedidos de ajuda foram enviados ao Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Ministério dos Direitos Humanos, mas não houve respostas.

Sobre o ocorrido com o grupo envolvendo o jornalista canadense, a liderança conta que eles estavam na companhia do caçique Joel, que orientou a correram para o mato quando notou a emboscada. Mas, o grupo foi cercado pelos pistoleiros.

"Bateram muito nele, Philippe realmente está muito machucado. Espancaram também a Carol, esposa dele, colocaram faca na garganta dela várias vezes. A Polícia Militar do Município de Iguatemi e de Japorã estavam só olhando e rindo. Em seguida, eles foram cercado pelo DOF e pensaram que iriam morrer, mas um dos pistoleiro encapuzado achou cartão de identificação de jornalista à serviço da ONU e falaram pra eles correrem", relata a liderenã indígena.

Por sua vez, o diretor do Departamento de Operações de Fronteira (Dof), Coronel Everson Antonio Rozeni informou em nota que uma equipe do departamento chegou a abordar os jornalistas, mas não teve ciência de que os mesmos teriam sido agredidos.

"Até o momento, a Direção do DOF não recebeu qualquer informação formal sobre o fato. Assim que houver comunicação formal será instaurarado um inquérito policial e averiguar o que, de fato, aconteceu", diz a nota.

Defensoria acompanha caso 

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul está acompanhando o caso do jornalista, da antropóloga e do engenheiro florestal, que seguem acolhidos em um lugar seguro, que não foi informado por questões de segurança.

Segundo os relatos realizados na tarde de ontem (23), no Núcleo de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas (Nupiir) da Defensoria Pública, as vítimas desembarcaram no estado no último sábado (18) para realizar um trabalho de jornalismo e documentário sobre as comunidades indígenas e, ao visitarem os locais das filmagens na segunda-feira (21), foram surpreendidas por aproximadamente 30 caminhonetes.

Na sede da Defensoria, o jornalista canadense contou que além dos chutes, socos, empurrões e puxões de cabelo sofridos pelos três, os agressores cortaram o cabelo dele, ameaçaram cortar o cabelo da antropóloga e roubaram todos os equipamentos de trabalho e documentos da equipe.

“Abriram nossas bagagens, levaram máquinas fotográficas, equipamentos cinematográficos, dois Iphones e demais instrumentos que utilizamos, nossos documentos pessoais e passaportes”, avalia o jornalista Renaud Philippe.

Após roubarem todos os pertences, os jagunços ameaçaram os profissionais de morte caso não fossem embora e partiram.

“Quando as vítimas voltavam ao do local da agressão se encontraram com a nossa equipe do núcleo, que também realizava um trabalho próximo dali, e foram socorridas. O boletim de ocorrência foi registrado em Amambai, na delegacia de Polícia Civil, e posteriormente até o Instituto Médico Legal onde passaram pelo exame de corpo de delito”, diz o coordenador do Nupiir, defensor público Lucas Colares Pimentel.

PF instaura Procedimento Investigatório Criminal

Em nota, a Polícia Federal reitera que não pode dar informações sobre o andamento da investigações, para que não haja comprometimento das diligências.

"A PF acompanhou o caso, realizou diligências nas localidades próximas à aldeia e instaurou a Notícia de Crime em Verificação (NCV). Segue na PF as investigações.".

Deputada requer apuração imediata do caso

Em resposta à alarmante agressão a um jornalista canadense e sua equipe e à denúncia de sequestro de uma família Guarani-Kaiowá durante a assembleia Aty Guasu, a deputada estadual Gleice Jane (PT) protocolou um requerimento de informações a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). 

“O requerimento, que busca informações detalhadas sobre ações implementadas, medidas de segurança, estratégias de prevenção, investigações em andamento e esforços para responsabilizar os autores, é um apelo por direitos humanos, justiça social e compromisso democrático na proteção dos povos indígenas sul-mato-grossenses”, detalhou a deputada.

Ministra dos Povos Originários diz que "caso não é isolado"

Em visita a Mato Grosso do Sul, nesta sexta-feira (24), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse a imprensa que o caso do  fotojornalista canadense, Renaud Philippe, não é um caso isolado em áreas de fazendeiros e territórios indígenas.

"Esse não é um caso isolado, Dom Phillips é um exemplo, foi brutalmente assassinado", disse a ministra.

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RIO BRILHANTE (MS)

Homem empina moto com criança na garupa e mata menino de dois anos

Rapaz conduzia a motocicleta em alta velocidade com mãe e filho na garupa, realizando acrobacias e manobras perigosas; criança teve traumatismo craniano e morreu

13/09/2024 09h25

Imagem de ilustração

Imagem de ilustração DIVULGAÇÃO

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Homem, de 30 anos, matou um menino de 2 anos, após empinar a moto em alta velocidade com a criança na garupa, na madrugada desta sexta-feira (13), em Rio Brilhante, município localizado a 161 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, havia três pessoas na moto: o rapaz, a mãe e o filho de dois anos, sem capacete.

De acordo com o boletim de ocorrência, o homem conduzia a motocicleta em alta velocidade com mãe e filho na garupa, realizando acrobacias e manobras perigosas em via pública.

Em determinado momento, ele perdeu a direção da moto e todos caíram no asfalto. Os três ficaram feridos, sendo o bebê em estado gravíssimo e a mãe em estado grave. Com isso, mãe e filho foram encaminhados para o hospital.

A criança foi diagnosticada com traumatismo craniano e, devido a gravidade do caso, teve que ser transferida para Dourados. Mas, a caminho do hospital, não resistiu e morreu dentro da ambulância.

O autor, que é namorado da mulher, confessou ter ingerido bebida alcoólica com a mãe da criança momentos antes de saírem com a motocicleta.

Ele foi conduzido para a delegacia, enquanto a mãe e filho foram hospitalizados. A moto foi encaminhada ao pátio de Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS). O caso foi registrado como “Homicídio” na Delegacia de Polícia Civil de Rio Brilhante.

OUTRO CASO

Milena Honorato Cosmo Gomes, de 25 anos, morreu após ser arremessada da garupa da moto do namorado que fazia acrobacias e manobras perigosas, em 27 de junho de 2024, no cruzamento da rua Vanderlei Pavão com avenida José Barbosa Rodrigues, Jardim Aerporto, em Campo Grande. 

Motociclista e namorado da vítima, Peterson Bueno Machado, de 23 anos, fugia da Polícia Militar quando bateu em outro carro que fazia conversão, momento em que ele e a namorada, que estava na garupa, foram arremessados a uma distância de aproximadamente 10 metros. Ela deixou um filho de 6 anos.

2024.2

Em 10 dias, Operação Ágata Fronteira Oeste apreendeu 3 toneladas de droga

Além disso, também foram apreendidos mercadorias irregulares, munições, armas, retroescavadeiras, motosserra e betoneira

12/09/2024 12h30

Coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (12) na Base Aérea der CG

Coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (12) na Base Aérea der CG MARCELO VICTOR

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Operação Ágata Fronteira Oeste apreendeu, entre 2 e 12 de setembro de 2024, nos 2.500 quilômetros da fronteira MS/Paraguai/MT/Bolívia:

  • 3 toneladas de droga (pasta base de cocaína, maconha, haxixe e skank)
  • 5 toneladas de mercadorias irregulares
  • 4 retroescavadeiras utilizadas em garimpo ilegal
  • 1 betoneira utilizada em garimpo ilegal
  • 1 motosserra utilizada em garimpo ilegal
  • Munições calibre 32
  • Armas
  • 440 toneladas de maconha que sairiam do lado paraguaio e viriam para o lado brasileiro

Pessoas, que escondiam droga no corpo e engoliram entorpecentes, também foram presas. Um meliante, que praticava garimpo ilegal em terra indígena e transportava ouro, também foi preso.

Em dez dias, as apreensões resultaram em prejuízo de R$ 19,5 milhões para o crime organizado no lado brasileiro e US$ 15 milhões no lado paraguaio.

Os principais desafios encontrados pelos militares, durante a operação, estão relacionados a geografia local, como fronteira seca e capilaridade para vias de escoamento.

O Exército Paraguaio e Exército Boliviano foram convidados para participar da operação, mas só o Exército Paraguaio aceitou e foi integrado de fato.

O major-brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB), Luiz Cláudio Macedo, afirmou que a vigilância permanecerá reforçada no espaço aéreo, terrestre e aquático nos oito dias que ainda restam de operação.

Coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (12) na Base Aérea der CGmajor-brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB), Luiz Cláudio Macedo. Foto: Marcelo Victor

“A partir desse momento, a gente inicia o retraimento, sendo que em função da integração e coordenação dos órgãos de segurança pública, que permanecem na região por todo esse tempo, são desenvolvidas algumas ações que nós chamamos ações em profundidade nesse período aí do rescaldo. Então, ao longo desse período de desmobilização, que vai até o dia 20, é em coordenação dos órgãos de segurança pública e de fronteira. Também nós realizamos ações justamente visando a aumentar o monitoramento, o patrulhamento nas vias, nos rios e também do espaço aéreo até o dia 20”, explicou o militar.

Além disso, ressaltou que a integração entre as forças e órgãos federais e estaduais são extremamente importantes no combate ao crime organizado.

“Um dos propósitos da Operação Ágata é justamente a integração, da operação das Forças Armadas com os órgãos de segurança pública, federais, estaduais e municipais. Isso aí gerando uma sinergia, justamente porque a gente leve a população no aumento da sensação de segurança na faixa de fronteira”, pontuou o major-brigadeiro.

Os dados foram divulgados à imprensa na manhã desta quinta-feira (12), pelo major-brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB), Luiz Cláudio Macedo, no auditório da Base Aérea de Campo Grande (BACG).

OPERAÇÃO

Operação Ágata Fronteira Oeste ocorrerá de 2 a 20 de setembro de 2024, nos 2.500 quilômetros da fronteira MS/Paraguai/MT/Bolívia. Ao todo, são 18 dias ininterruptos de operação.

Coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (12) na Base Aérea der CGAeronaves utilizadas na Operação Ágata. Foto: Marcelo Victor

Forças Armadas (Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira), forças de segurança federais (Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional), forças de segurança estaduais (Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Penal de MS e MT) e órgãos federais (Receita Federal, Agência Brasileira de Inteligência, Fundação Nacional dos Povos Indígenas e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) atuam na operação.

Mais de 2.000 homens atuam na operação com auxílio de 217 viaturas, 12 aeronaves e 16 embarcações.

O efetivo atua em postos de bloqueio terrestres e fluviais, patrulhamento mecanizado e motorizado, controle de tráfego aéreo e posto de segurança estático.

O objetivo é combater os crimes fronteiriços de contrabando, descaminho e tráfico de drogas, armas e animais silvestres.

Esta é a segunda operação do ano, tendo em vista que a primeira começou em novembro de 2023 e encerrou em maio de 2024, com apreensão de 25,6 toneladas de droga, 222.368 unidades de pacotes de cigarro, R$ 157,8 milhões em espécie, veículos avaliados em R$ 9,7 milhões e escavadeiras avaliadas em R$ 54,8 milhões.

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