O delegado Francis Flavio Tadano Araujo, da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Dourados encerrou o inquérito na quinta-feira (18) e indiciou o policial militar ambiental Dijavan Batista dos Santos pelo crime de homicídio. O policial é acusado de matar um bioquímico durante uma sessão de cinema no shopping Avenida Center em Dourados.
Informações repassadas pela Polícia Civil são que foram ouvidas 20 testemunhas, sendo realizadas oito perícias e feitas 13 audiências porém, falta a confirmação se o tiro que saiu da arma do PM ocorreu de forma acidental. A perícia pediu prazo maior para apurar o fato específico. Com base nos depoimentos, perícia e imagens de câmeras de segurança, foi concluído que o disparo aconteceu depois que a briga já havia terminado.
A polícia também confirmou as versões de testemunhas de que o bioquímico teria agredido fisicamente o policial momentos antes da morte. Em depoimento, o militar disse que o tiro foi acidental.
Audiência de custódia foi realizada no dia 10 de julho e o juiz da 3ª Vara Criminal, Eguiliell Ricardo da Silva, já havia determinado a prisão preventiva, “para garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal”.
Defesa queria manter o cabo preso na Polícia Militar, mas o juiz indeferiu o pedido e ele está encarcerado no Presídio Militar de Campo Grande.
O CRIME
Crime aconteceu no dia 8 de julho, em uma sala de cinema durante exibição do filme "Homem Aranha - Longe de Casa".
Consta no registro policial que o cabo estava no cinema com dois filhos, de 10 e 14 anos, e o filho menor estava sentado ao lado de Júlio César, que estava acompanhado da esposa e filha. O cinema estava lotado de pessoas, a maioria crianças, para assistir o filme “Homem Aranha – Longe de Casa”.
Briga teria começado quando o bioquímico, ao abrir e fechar braços e pernas, teria atingido o menino de 10 anos. Por conta da situação, policial trocou de lugar com o filho e teria pedido para que o bioquímico parasse com a atitude.
Vítima teria xingado o cabo e, após algumas pessoas que estavam na sala se manifestarem, se levantou para ir embora e, ao passar pela criança de 10 anos, teria dado um tapa contra seu rosto. Policial também se levantou e passou por Júlio César, dizendo que chamaria a polícia. Na escadaria da sala, ele teria sido agarrado pelo bioquímico, que o puxou pela camisa.
Só então o cabo se identificou como policial e sacou a arma, uma pistola calibre .40, que portava na cintura. Ele afirma que a vítima investiu novamente contra ele, tentando desarmá-lo, momento em que ele caiu e efetuou o disparo. Policial acionou o Corpo de Bombeiros, mas Júlio César não resistiu ao ferimento e morreu no local. Em depoimento, policial afirmou que o tiro foi acidental.
Advogado da família do bioquímico, Pedro Teixeira Silva, informou que, devido ao momento de luto, mulher e filha da vítima não irão se manifestar por enquanto e afirmou também que a versão, até então, é apenas da parte do suspeito.
O policial foi preso por uma equipe da Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, onde ficou detido até ser transferido. Investigação está a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil.