O deputado federal Marcos Pollon (PL) é cotado para disputar o governo de São Paulo, em um movimento articulado nos bastidores pela cúpula do partido e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma o Jornal O Globo.
A possível candidatura do parlamentar faz parte de um xadrez político que inclui o nome de Tarcísio de Freitas para a Presidência da República em 2026, não pelo Republicanos, seu atual partido, mas pelo próprio PL.
Caso essa estratégia se confirme, o Republicanos seria compensado com a migração de deputados puxadores de voto do PL, num acordo que está sendo costurado entre os partidos. Nos bastidores, a movimentação envolve também o nome de Michelle Bolsonaro, que deve disputar uma vaga ao Senado por Brasília, e Carlos Bolsonaro, que deve concorrer ao Senado entre os colégios eleitorais de Santa Catarina, Espírito Santo ou Roraima.
Em São Paulo, a ideia é importar Marcos Pollon para uma candidatura de projeção estadual, repetindo a estratégia usada com Tarcísio em 2022. Apesar de ser deputado pelo Mato Grosso do Sul, Pollon vem ganhando notoriedade dentro da base bolsonarista, especialmente por sua atuação crítica ao governo federal no episódio dos atos de 8 de janeiro de 2023.
Recentemente, Pollon cobrou explicações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após denúncias de que o então interventor federal Ricardo Cappelli teria ordenado o uso de força letal contra manifestantes desarmados durante os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. O parlamentar apresentou requerimentos de convocação do ministro-chefe do GSI, Marcos Antonio Amaro dos Santos, e pediu esclarecimentos sobre a atuação do órgão durante os episódios.
As declarações de Pollon se basearam em entrevista da esposa do coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime, que afirmou que Cappelli ordenou o uso de munição real, ordem essa que teria sido desobedecida pelo coronel, o que evitou um possível "derramamento de sangue".
Para Pollon, caso confirmadas, tais condutas representam violação de direitos fundamentais, extrapolação de competências e risco à integridade de civis e agentes públicos. Ele defende que o Congresso investigue, com transparência, se houve respaldo institucional do GSI às decisões de Cappelli e quais mecanismos foram utilizados para garantir que a legalidade fosse respeitada.
Dentro do PL, a projeção política de Pollon o coloca como uma peça importante no tabuleiro nacional. Com Eduardo Bolsonaro fora da disputa pelo Senado em São Paulo, e o nome de Tarcísio ganhando força como presidenciável, a candidatura de Pollon ao Palácio dos Bandeirantes se apresenta como uma alternativa viável para manter o bolsonarismo competitivo no maior colégio eleitoral do país.
A reportagem entrou em contato com o deputado federal, que segue em agenda pelo interior do Estado, e não confirmou a informação até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.


