Cidades

CAMPO GRANDE

Por decreto, Trad corta 30% dos gastos da Prefeitura

Objetivo, segundo prefeito, é garantir pagamento da folha em dia

RAFAEL RIBEIRO E ALÍRIA ARISTIDES

08/08/2019 - 10h27
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O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), publicou decreto na edição desta quinta-feira (8) do Diário Oficial do município determinando a redução de no mínimo 30% dos gastos, comparando ao que foi custeado em 2018 com recursos do tesouro municipal.

O texto é uma nova versão de determinação de Trad de 2017. Na ocasião, a meta da gestão era de "restabelecer e manter o equilíbrio econômico-financeiro das despesas de pessoal e de custeio do Poder Executivo."

A justificativa dada pela Prefeitura era a necessidade de implementar mecanismos para controlar os gastos públicos. Um comitê foi criado para definir tais metas de redução de despesas, como corte de horas extras, suspensão de gratificações. Os artigos 5º e 6º do texto original foram modificados e publicados nesta quinta-feira. A cedência com restrições tinha validade até dezembro de 2017, agora segue até o ano que vem. Quanto à redução, na época, foi estipulado em 20%, enquanto a partir de hoje, 30%.

“São medidas que tomamos para dar segurança ao funcionalismo, garantindo pagamento dos salários em dia, e para manter os investimentos fundamentais para que nossa cidade se desenvolva”, justificou o prefeito.

Durante agenda de inauguração de uma escola municipal nesta manhã, Trad culpou "os seus patrões" pelas medidas emergencias.

"O que eu tenho dito para as pessoas e vou repetir a Prefeitura é igual, por mais que eu fale e as pessoas não conseguem entender, ela (Prefeitura) é igual um assalariado, você tem o seu salário por mês e todo mês cai na conta da prefeitura os mesmos valores de salário, acontece que há quatro meses dois patrões do município, União Federal e Estado, diminuíram o valor do salário e nós fomos pegos de surpresa por isso e não tinha motivo para diminuir, então nós temos duas alternativas, nós temos que honrar os mesmos valores mas o que nos são repassados são menores,então o que fazer: aumentar impostos? Não, nós estamos buscamos receber aquilo a prefeitura tem de direito legal e não consegue receber nem com execução judicial, os impostos, IPTU, fizemos o Refis, hoje quase 45% da população deve IPTU, de dez pessoas que estão aqui 4,5 estão inadimplentes com seus impostos, ai eu pergunto para você como fazer", justificou o mandatário municipal. 

O decreto inclui serviços de publicidade e propaganda; festividades e homenagens; combustíveis e lubrificantes, bem como manutenção e conservação de veículos leves; aquisição de material de consumo e serviços; e contas de água e esgoto, energia elétrica, telefone fixo e móvel, e internet.

"Eu não vou diminuir salário de funcionário, mas eu posso diminuir os custos, por exemplo:  água, luz, gasolina, e todos esses que eu for diminuir eu estou juntando para manter em dia o pagamento do salário do funcionário público.Mas repito, o que está acontecendo com Campo Grande, vai estar acontecendo com os 5.570 municípios, enquanto o Governo Federal e o Estadual não olharem para os municípios, nós vamos ficar sempre suplicando por algo que é nosso, porque o que eles recebem são os dinheiros de vocês, tudo que a União recebe vem dos municípios, o cidadão que está agora fazendo uma compra no supermercado, no Tijuca II (bairro da região sul), 60% vai para o Estado ou para a União, para o município não vem nada, o Estado e a União devolve ao município, só que eles não estão devolvendo em valores, estão devolvendo em máquina agrícola, trator em aparelho para unidade hospitalar. A gente precisa do custeio, se a gente manda o dinheiro a gente tem que receber o dinheiro, porque nós sabemos aonde o calo aperta no nosso pé", completou Trad.

A publicação ainda determina que até o dia 31 de agosto de 2019 os órgãos, entidades e fundos municipais informem o valor total estimado para redução das despesas.

Além disso, até 31 de dezembro de 2020 não poderão ser feitas cedências de servidores para outros órgãos do Estado e União com ônus para a Prefeitura. Ou seja, sem que os pagamentos de salários fiquem vinculados ao município. ‘Exceto quando implicarem [as cedências] parcerias, convênios ou termos de cooperação técnica’. A exceção ocorre apenas em casos que implicarem parcerias, convênios ou termos de cooperação técnica.

Só em impostos e taxas municipais, segundo a Prefeitura, os gastos da com pessoal chegaram a R$ 1,711 bilhão e o município voltou ao limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

De acordo com relatório de gestão fiscal publicado em julho, a Prefeitura gastou 52,5% da arrecadação de R$ 3,258 bilhões com salários, obrigações patronais e benefícios previdenciários entre julho de 2018 e junho de 2019.

 

D-Edge

Tradicional casa noturna de campo-grandense em SP abriga culto evangélico e vira alvo de polêmica

Espaço em São Paulo repercutiu após cantora e pastora Baby do Brasil discursar que mesmo em casos de abuso sexual, o perdão deve ser incondicional

14/03/2025 18h30

Em culto, cantora e pastora Baby do Brasil pediu para que vítimas de abuso sexual 'perdoem' seus agressores

Em culto, cantora e pastora Baby do Brasil pediu para que vítimas de abuso sexual 'perdoem' seus agressores Foto: Reprodução

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Uma casa noturna de São Paulo repercutiu nas redes sociais após a realização de um evento evangélico ocorrido na noite da última segunda-feira (10).

Durante o culto, a cantora e pastora Baby do Brasil discursou dizendo que, mesmo em casos de abuso sexual, se ocorrido dentro da família, o perdão deve ser incondicional.

Conforme a pastora, "Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa", enfatizou. O comentário gerou várias críticas e debates.

Após a imediata repercussão negativa, o campograndense e dono do estabelecimento, Renato Ratier, publicou uma nota oficial nesta tarde de quarta-feira (12).

No texto, o empresário destacou que o discurso não representa seus valores e nem os da D-Edge, nome oficial da tradicional casa noturna.

"Infelizmente, algumas falas isoladas de convidados vão contra aquilo que acredito. Antes de mais nada, quero expressar meu profundo respeito a todas as pessoas que foram atingidas por declarações de terceiros durante o culto e reafirmar os valores que sempre guiaram minha trajetória. Jamais foi minha intenção ferir ou desrespeitar qualquer pessoa", disse Ratier.

O campograndense reforçou ainda que o evento foi um caso isolado e que a programação tradicional deve retornar.

"O evento do culto foi uma exceção isolada e não irá mais acontecer. A casa continua com suas atividades normais, oferecendo a cada noite um espaço de música eletrônica, como sempre fez", concluiu.

Influente na cena da música eletrônica, vale destacar que a D-Edge já foi palco de apresentações de artistas renomados do gênero, como Steve Aoki, Mark Farina e Gui Boratto. 

O culto "Frequência de Deus" foi marcado por louvores e testemunhos religiosos e reuniu aproximadamente 150 pessoas na casa noturna.

Confira a nota publicada por Renato Ratier:

 

 

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RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Concessionária que administra usina de MS é processada pelo MPF

A UHE Ilha Solteira, localizada no Rio Paraná e instalada entre o município paulista e Selvíria, está há mais de 50 anos sem cobertura florestal, segundo ação do órgão fiscalizador

14/03/2025 17h00

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, com a concessionária processada pelo MPF

Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, com a concessionária processada pelo MPF Foto: Divulgação

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A concessionária Rio Paraná Energia S.A., que administra a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP), localizada no Rio Paraná e instalada entre o município paulista e Selvíria, está sendo processada pelo Ministério Público Federal (MPF) por “negligenciar” a cobertura florestal do reservatório.

Segundo ação civil pública, o órgão fiscalizador cobra que a concessionária realize a recuperação ambiental da faixa que contorna todo o lago da usina no prazo estabelecido na licença ambiental.

Ainda, o MPF reforça que desde 2016, quando a empresa “adquiriu” a administração da unidade, reflorestou apenas 3,66% do que deveria na área degradada: 235,5 hectares contra 6.427,91 hectares.

Diante disso, o órgão exige que a Justiça Federal ordene que a concessionária plante 671 mil mudas de árvores por ano, além de investir R$ 7,7 milhões anuais em medidas para a recomposição florestal. Tudo isso dentro de 16 anos, já que o limite previsto na licença de operação da usina é de 25, mas nove já passaram.

Também consta na ação que a Rio Paraná deve iniciar o plantio de uma faixa de árvores na divisa entre a área de preservação permanente da unidade e as propriedades vizinhas dentro de 90 dias, como se fosse um primeiro passo para o cumprimento da punição.

Esse mesmo prazo de três meses também vale para a empresa elaborar um projeto ambiental de reflorestamento da área, com cronograma detalhado, solicitado pelo MPF e já pedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) há quatro anos, mas sem resposta adequada da concessionária.

Como forma de comprovar que a empresa tem condições de realizar todas essas solicitações, o MPF afirmou que todo o investimento necessário para concluir o reflorestamento representa menos de 6% do lucro líquido da Rio Paraná, que chegou a R$ 2,2 bilhões em 2023.

Por fim, o órgão pede que haja punições para a empresa no caso de descumprimento das medidas, como, por exemplo, R$ 100 milhões para cada ano de atraso na conclusão do reflorestamento.

UHE Ilha Solteira

A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira começou suas operações em julho de 1973. Hoje, ela é uma das dez maiores usinas do Brasil em capacidade instalada, com 3.444 MW.

Segundo dados da CTG Brasil, detentora da empresa Rio Paraná Energia S.A., gerou no ano passado cerca de 11.768.314 MWh, suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 4 milhões habitantes.

O reservatório da UHE Ilha Solteira tem um volume de cerca de 21 bilhões de m³, o equivalente a seis vezes a Baía da Guanabara no Rio de Janeiro.

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