A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) descartou a hipótese de que o acidente aéreo no Pantanal tenha sido causado pela presença de porcos-do-mato na pista de pouso.
Ainda na quarta-feira (24), o Corpo de Bombeiros informou que ainda investigava a hipótese de que a queda do avião que matou quatro pessoas em uma fazenda na área rural de Aquidauana, teria sido causada pela presença de porcos selvagens no momento do pouso, que fizeram com que o piloto tentasse arremeter a aeronave de pequeno porte. A tentativa não teve sucesso e o avião caiu a cerca de 100 metros da cabeceira da pista.
A informação foi com base em relatos de trabalhadores rurais que estavam na fazenda no momento da queda, que aconteceu no final da tarde de ontem (23), na Fazenda Barra Mansa, onde foram filmadas as duas versões da novela Pantanal.
Entretanto, de acordo com a delegada titular da Dracco, Ana Claúdia Medina, os animais já não estavam mais na pista quando o avião caiu. "Até o momento, o que se sabe é que os animais não estão relacionados com a arremetida por parte do piloto", afirmou a delegada.
Nesse sentido, a motivação do acidente segue sob investigação.
Cabe ressaltar que, o avião no qual estavam o piloto e mais três ocupantes tinha um longo histórico de irregularidades, conforme revelam investigações do setor de Operações Aéreas do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), departamento da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
O Cessna havia sido apreendido em 2019, durante a Operação Ícaro, na pista de pouso de Aquidauana. Na época, exames periciais teriam atestado que plaquetas de identificação estavam adulteradas e que o avião operava com certificado de aeronavegabilidade cancelado.
Depois de apreendido, o avião ficou sob os cuidados do DRACCO por três anos e foi devolvido ao piloto Marcelo Pantaneiro, como é conhecido, em 2022. O piloto e proprietário do avião é um dos mortos no acidente.
Além disso, de acordo com as informações iniciais da Agência Nacional de Aviação Civil(ANAC), o avião Cessna, prefixo PT-BAN, fabricada em 1958, não estava habilitada para fazer o serviço de táxi aéreo.
Na manhã desta quinta-feira (25), o Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), estavam a caminho do local da queda par colaborarem com a investigação.
VÍTIMAS
Na noite de terça-feira (23), a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), confirmou as identidades das vítimas, sendo elas:
- Marcelo Pereira de Barros (piloto e proprietário da aeronave);
- Kongjian Yu;
- Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz;
- Rubens Crispim Jr.
De acordo com o que foi divulgado ontem (24), pelo Correio do Estado, os corpos de Marcelo Pereira, Luiz Fernando e Rubens Crispim passaram por exames para identificação formal no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IML) de Aquidauana.
Já o corpo do arquiteto chinês, Kongjian Yu aguaradava a chegada dos familiares para a realização de perícia,tendo em vista o respeito a uma tradição cultural da China. Parentes do especialista devem vir ao Brasil para acompanhar a liberação.
O ACIDENTE
No final da tarde de terça-feira (23), um avião que levava uma equipe de documentaristas à região da fazenda Barra Mansa, localizada a cerca de 100 quilômetros da área urbana de Aquidauana e onde foram filmadas as duas versões da novela Pantanal, caiu no final da tarde, explodiu e os quatro ocupantes morreram.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil, os corpos ficaram carbonizados devido à explosão. A tragédia ocorreu próximo da pista de pouso e a suspeita inicial é de que o piloto, Marcelo Pereira de Barros, que também seria proprietário do avião, tenha tentado arremeter instantes antes do pouso, mas a aeronave perdeu potência e acabou caindo.
A Fazenda Barra Mansa, região onde aconteceu a tragédia, foi fundada em 1940 pela família Rondon, é uma das mais tradicionais do Pantanal. Ela está localizada em uma das áreas de maior biodiversidade da região, e ganhou destaque por ter sido escolhida para as filmagens da novela Pantanal tanto na versão original de 1990, como para o remake da Rede Globo.
Ela está localizada no município de Aquidauana, cidade a a cerca de 130 km de Campo Grande. A sua área é considerada privilegiada por estar próxima ao encontro do Rio Negro com a Vazante do Castelo, conhecida como a região mais rica e preservada de todo o Pantanal.


