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MEIO AMBIENTE

Porto no Rio Paraguai pode alterar ciclo de cheia do Pantanal

Em MT, antecipação de autorização para erguer armazéns em Cáceres gera alerta de descumprimento de regras ambientais que pode trazer consequências para MS

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Projeto concebido nos anos 1980, a viabilização da hidrovia Paraguai-Paraná passou a ter avanços estruturais neste ano em Cáceres (MT). 

Porém, o que não se concluiu em torno dessa proposta é o estudo de impacto ambiental para os rios envolvidos e, principalmente, de como será para o Pantanal e seu ciclo das águas. Por isso, especialistas já avaliam problemas na região.  

Ambientalistas, entidades ligadas a ribeirinhos e pescadores artesanais alertam que há uma aceleração para que ocorram construções, mas falta preocupação com as mudanças no meio ambiente. 

O projeto de hidrovia Paraguai-Paraná prevê a construção de três portos, dois na região de Cáceres (Barranco Vermelho e Paratudal) e outro em Porto Esperança (Porto Paraíso-Corumbá).

A Embrapa Pantanal e o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul estão envolvidos na avaliação de como o trecho I da hidrovia Paraguai-Paraná (Cáceres-Corumbá) vai gerar impacto para o bioma.  

“Colocará em risco a Estação Ecológica Taiamã, o Parque Estadual do Guirá (Rio Cuiabá), o Parque Nacional (Parna) do Pantanal Mato-Grossense, considerado um Sítio Ramsar em 1993 (sítio de área úmida de importância internacional pela Convenção Ramsar de Conservação de Áreas Úmidas)”, especificaram a pesquisadora da Embrapa Pantanal Débora Fernandes Calheiros e a procuradora da República Maria Olívia Pessoni Junqueira ao Correio do Estado.

O principal movimento popular e do terceiro setor criado para questionar a construção da etapa I dessa hidrovia está ocorrendo neste começo de ano em Cáceres, onde fica a nascente do Rio Paraguai, e também em Cuiabá. 

No estado vizinho, licenças ambientais já foram concedidas para que armazéns possam ser erguidos no município mato-grossense, mesmo antes de o estudo sobre a viabilização da hidrovia ter sido desenvolvido.  

Essa postura foi analisada como uma pressão governamental pelo lado de Mato Grosso para que o projeto seja viabilizado, independente de a avaliação ambiental fazer uma conclusão técnica que pode indicar a falta de condição para a hidrovia ser construída.

Uma carta pública foi elaborada, com o engajamento de 168 entidades locais, nacionais e internacionais, para questionar o governo de Mato Grosso sobre a autorização que o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema/MT) deu, no dia 26 de janeiro, autorizando a construção da etapa de montagem do Porto Barranco Vermelho, em Cáceres.  

Na Assembleia Legislativa de MT, a legislação também passou a ser movimentada de forma mais rápida que a rotina das pautas sobre o tema. 

Os deputados estaduais analisam o Projeto de Lei do Executivo de nº 3/2022, que foi denominado pelo movimento contrário de PL de Morte ao Pantanal. 

A proposta é para alterações na Lei nº 8.830, de 21 de janeiro de 2008, que dispõe sobre a Política Estadual de Gestão e Proteção à Bacia do Alto Paraguai no estado de Mato Grosso.

Conforme o grupo de entidades que elaboraram carta de manifesto, tanto o Ibama como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente de MT (Sema-MT) estão atuando de forma negligente ao não observar legislações e conceder autorizações para empresas. Ambos os órgãos figuram em ações anteriores do MPF no polo passivo. 

“Nos últimos anos, esses órgãos governamentais abandonaram suas funções precípuas para atuarem favoravelmente às empresas”, criticou o grupo.

Para indicar problemas técnicos de forma objetiva, o grupo de entidades foi taxativo ao alegar que a Sema-MT expediu termo de referência para a Lineas Panchita sobre o porto em Cáceres mesmo que ainda existam 111 pendências para a regularização do pedido.  

“As organizações ambientalistas Observatório Pantanal e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) manifestaram posicionamentos contrários à navegação no Pantanal, via Rio Paraguai, alertando que a construção da hidrovia causará danos à Estação Ecológica de Taiamã e ao meio ambiente como um todo, inclusive à atividade pesqueira”, diz a carta de protesto, divulgada no dia 10 de fevereiro.  

“A modificação do regime hidrológico ao longo da hidrovia, conforme o Observatório Pantanal, impactará os macrohabitats, pois nesta região o pulso da inundação apresenta maiores valores de frequência, duração e amplitude”, conclui.

O Ministério Público Federal em Mato Grosso move ação civil pública para brecar as tentativas estatais de avançar autorizações e processos de licenciamento antes que um estudo de impacto, o chamado Eima/Rima, esteja concluso. 

A tramitação da ação na Justiça Federal de Mato Grosso não conseguiu impedir que o Consema/MT liberasse a Lineas Panchita, multinacional paraguaia ligada ao LPG Group, para iniciar as obras do Porto Barranco Vermelho.

Em 2018, o Comitê Nacional de Zonas Úmidas (CNZU), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, apresentou estudo sobre os impactos dessa possível hidrovia e indicou restrições para que haja navegação de grande porte entre Cáceres e Corumbá, justamente o trecho em que há agora o avanço para ocorrer navegabilidade.  

Segundo o manifesto do Observatório Pantanal, a recomendação do CNZU aos órgãos competentes era “que excluam o trecho do Rio Paraguai denominado Tramo Norte, entre Cáceres e Corumbá, da possibilidade de navegação industrial ou de grande porte na hidrovia Paraguai-Paraná”.

A justificativa se dava por ser “um dos trechos de extrema fragilidade do Sistema Paraguai-Paraná de Áreas Úmidas quanto aos aspectos hidrodinâmicos, sedimentológicos, biogeoquímicos e ecológicos do Rio Paraguai”, com pedido para que “declarem esse trecho como de ‘área com restrição de uso para a navegação de grande porte’”.

OUTRO LADO

A Sema-MT foi procurada para se posicionar oficialmente. Extraoficialmente, a reportagem apurou que a secretaria entende que a licença concedida para a obra diz respeito apenas à construção de armazéns, e não a todo o Porto Barranco Vermelho. Outras avaliações e autorizações devem ser discutidas. Até a publicação desta matéria, a Pasta não enviou resposta.  

O Ibama também foi procurado, mas não retornou até o fechamento desta edição.

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TRANSPORTE COLETIVO

Campo Grande: motoristas retomam negociação, mas risco de paralisação permanece

Categoria espera sucesso em mais uma rodada de negociação nesta segunda; ameaça de paralisação se mantém para esta semana

24/11/2024 15h40

Motoristas do Consórcio Guaicurus  haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25).

Motoristas do Consórcio Guaicurus haviam programado uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira (25). Foto: Gerson Oliveira

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Após adiarem a paralisação anteriormente marcada para ocorrer na próxima segunda-feira (25), os motoristas de ônibus de Campo Grande devem retomar as negociações com o Consórcio Guaicurus a partir de amanhã. No entanto, sem um reajuste salarial, a possibilidade de uma greve não é descartada entre a classe.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano (STTCU), Demétrio Ferreira, a expectativa dos motoristas é que as negociações com a concessionária tenham finalmente uma definição nesta segunda-feira (25). Contudo, segundo o presidente, o acordo só deve ser firmado caso todas reivindicações iniciais sejam cumpridas. 

“Esperamos que amanhã tenha uma definição. Caso não tenha um acordo, durante a semana com certeza devemos fazer a paralisação. As reivindicações são as mesmas, reajuste salarial e benefícios. Não mudou nada”, explicou Demétrio ao Correio do Estado

Anteriormente, o sindicato havia recuado sobre a possibilidade de uma paralisação devido à retomada das negociações com a empresa. Além disso, uma solicitação do Hemosul para adiarem a  greve também foi levada em consideração pelos motoristas.

Paralisação 

No dia 21 de novembro, uma quinta-feira, os motoristas do Consórcio Guaicurus programaram uma paralisação nos serviços durante toda a segunda-feira, dia 25 de novembro. 

Sem reajuste salarial, a cada ano, a renovação do contrato entre os motoristas de ônibus de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus se torna um ponto central nas discussões sobre o transporte público da capital.

Atualmente, cerca de 1.100 profissionais reivindicam um reajuste salarial de 8%, sob justificativa de que a inflação tem ‘corroído’ seus ganhos, atualmente fixados em R$ 2.749,00. Além disso, a categoria busca um aumento no valor do ticket alimentação, que hoje é de R$ 250,00, para R$ 350,00.

Em contrapartida, o Consórcio Guaicurus, por sua vez, argumenta que a proposta apresentada, com um reajuste de 4% e outros benefícios, já é satisfatória, em razão do cenário econômico atual e das dificuldades enfrentadas pelo setor.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, desde o dia 25 de outubro está encerrada a data base da categoria e não houve indicativo de aumento.

Quais são os benefícios?

  • Vale gás mensal, já que hoje o benefício é ofertado mês sim, mês não;
  • Aumento de R$ 100 no vale alimentação, que iria de R$ 250 para R$ 350;
  • Reajuste de 2% na Participação nos Lucros, que atualmente é de 9% ao mês, acumulada em seis meses;
  • e ampliação na cobertura da assistência à saúde.
     

Reajuste

Devido ao desequilíbrio econômico alegado pela empresa, as contas do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público de Campo Grande, passam por uma perícia desde outubro. O objetivo da análise é avaliar a necessidade de reajuste na tarifa do ônibus , fixada atualmente em R$ 4,75. O consórcio, no entanto, solicita um aumento para R$ 7,79. 

No entanto, o processo de reajuste, que se arrasta desde o ano passado, foi suspenso em agosto deste ano pelo o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, que decidiu suspender a revisão do contrato de concessão e o reajuste da tarifa até que a perícia fosse realizada.

Colaborou Daiany Albuquerque*

 

Investigação

Homem morre esfaqueado após discussão em posto de combustível

O autor do crime foi descoberto e, até o momento, não foi encontrado. Ele foi identificado pela polícia por meio das câmeras de segurança do local, que registraram a discussão seguida da morte

24/11/2024 14h30

Delegacia de Polícia Civil de MS

Delegacia de Polícia Civil de MS Divulgação/ PCMS

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Elton Jaqson Ferreira Lopes, de 27 anos, foi morto às facadas na madrugada deste domingo (24), na varanda de um posto de combustível em Eldorado, a 441 quilômetros de Campo Grande. O autor do crime foi descoberto e está sendo procurado pela polícia.

Conforme o boletim de ocorrência, a vítima estava em um posto de combustível quando foi encontrada com o suspeito no pátio do estabelecimento.

Ainda conforme relatos de testemunhas no boletim de ocorrência, o suspeito foi encaminhado por Elton e iniciou uma discussão ríspida entre os dois. Durante a briga, o autor, armado com uma faca, desferiu vários golpes contra a vítima, que morreu no local. Após cometer o crime, o suspeito fugiu do estabelecimento.

Equipes da Polícia Civil foram acionadas e, durante as investigações, tiveram acesso a imagens das câmeras de segurança, nas quais o autor foi identificado como José Carlos Lopes da Cruz, de 34 anos.

Com as informações em mãos, os policiais se dirigiram aos endereços relacionados ao suspeito, mas não o encontraram. No imóvel, os agentes da Polícia Civil encontraram fotos do autor que correspondiam às imagens identificadas pelas câmeras de segurança.

Conforme informações da Perícia Técnica, a vítima foi esfaqueada no peito, na mão e nas costas, totalizando cinco facadas.

O caso foi registrado na delegacia do município, e as investigações foram iniciadas na busca pelo paradeiro do suspeito, que segue foragido.

 

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