A prefeita Adriane Lopes (PP) se reuniu com lideranças da comunidade conhecida como Favela do Mandela, e após deliberação anunciou, na tarde desta terça-feira (21), que todas às 187 famílias serão realocadas para quatro bairros de Campo Gande.
“Essas famílias serão destinadas e assistidas nestes locais que estão sendo aqui colocados para o entendimento da comunidade, das lideranças que estão de acordo”, frisou a prefeita.
De acordo com Adriane, 133 famílias estão com a documentação regularizada, irão receber imediatamente o terreno titulado. Neste grupo 100 serão atendidas pelo programa Credhabita enquanto outras 33 famílias irão receber apenas "Kit Construção" como:
- Tijolo
- Material de construção
- Cimento
- Telha
Sobre os moradores que irão construir suas casas com o "kit", a prefeita aproveitou para convidar a população que se solidarizou com a situação a seguir ajudando e inclusive participar em um grande mutirão na ajuda da construção das novas moradias.
"A sociedade, os campo-grandenses são voluntários quem quiser doar material de construção e quiser somar e ajudar as famílias da comunidade Mandela toda ajuda é bem vinda", falou Adriane.
Já os outros 100 moradores a construção das moradias será feita por meio do programa Credhabita. Que contempla a entrega de materiais de construção, mão de obra e finalização da moradia.
“O Credhabita a partir do momento que às famílias tem regularização fundiária elas têm o programa que é um recurso para construção da casa. Estamos vivenciando uma emergência e agora vamos avançar em um prazo máximo de 6 a 8 meses entregando essas casas”, explicou Adriane.
Avançar
A prefeita têm agenda amanhã (22) na Favela do Mandela com a comunidade e deve decidir para quais bairros os moradores devem ir. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, às famílias serão distribuídas no bairro José Tavares, Loteamento Iguatemi I, II e Jardim Talismã.
"Vamos dividir por grupos prioritários. As crianças que estão matriculadas em escola integral que fica do lado da comunidade ficarão mais próximas, na área mais próxima escolhida e as demais sucessivamente".
Infraestrutura e atendimento
Durante a reunião a prefeita ressaltou o auxílio da Câmara Municipal, em especial ao presidente da casa, Carlos Augusto (PSB) que esteve presente desde o dia do incêndio até na escolha dos terrenos.
“Com a experiência do Carlão que trabalhou longos anos nessa área de habitação ele somou. Nessas áreas que fomos observar, são áreas que fomos juntos para definição com equipe técnica da Semadur e da Ehma, mas quero ressaltar a importância da Câmara Municipal. E o Carlão disse também que os vereadores estariam a postos para qualquer emergência em um momento como esse. Somos poderes independentes, mas podemos observar que essa parceria foi fundamental para que a gente tivesse essas soluções rápidas nesse momento”, pontuou a prefeita.
Com relação ao apoio prestado pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) a prefeita disse que tentou estabelecer contato, mas não obteve retorno. “Em um primeiro momento entramos em contato, mas não conseguimos falar e seguimos com a prefeitura e todas às ações foram feitas através da prefeitura com apoio da Câmara Municipal”,
Lotes
Os lotes são avaliados em aproximadamente R$ 20 mil reais, mais o programa de financiamento, o Credhabita, em R$ 84 mil reais, que contempla desde o material, construção, até a entrega do imóvel pronto.
No caso das 87 famílias que não estão com a documentação regularizada, segundo a diretora-presidente da Amhasf, Maria Helena Bughi, os secretários da prefeitura irão trabalhar em modo de plantão para colocar tudo em ordem.
Os terrenos estão localizados em região com infraestrutura, ou seja, esgoto, drenagem e asfalto, iluminação pública. A concessionária de energia e de água participaram da reunião e pediram 10 dias para estabelecer os serviços no terreno. Dentro deste mesmo período será realizada a divisão dos lotes.
Liderança

A líder da comunidade, Greicieli Naiara, esteve presente na reunião junto com outros moradores e lideranças da Central Única das Favelas (Cufa) e explicou que os moradores podem esperar a moradia ficar pronta no próprio lote.
"Tem mais 87 famílias aguardando, entre eles solteiros, cardiopatas, mulheres que engravidaram depois [da documentação enviada], esses tem que passar por triagem, receber mais benefício para ter ajuda pela prefeitura. Chamei todas as lideranças, quem apoia a todo momento e gostamos, sim, do que foi falado. Temos que ouvir cada um deles, tem pessoas que vão querer ir para os lotes, tem os que vão querer ficar lá. Devemos respeitar a opinião de cada um. Quero só agradecer todos os envolvidos, quero agradecer desde Ongs, até os pequenos que hoje a Comunidade do Mandela está sendo resolvida com apoio da nossa liderança, da prefeitura e com certeza a comunidade irá nos apoiar", disse.
Agenda em Brasília

A prefeita aguarda confirmação para ir até Brasília na próxima quinta-feira (23), para buscar recursos para as 87 famílias que não estão com a documentação atualizada e necessitam de atendimento na questão da moradia própria.
"Há uma agenda para discussão do que pode ser feito em Campo Grande com as 87 famílias porque as 100 já tem o seu direito garantido e não precisam. Só as 87 famílias que precisamos ainda atender", disse a prefeita.
Incêndio no Mandela
Na quinta-feira (16), um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.
As causas do incêndio ainda não foram divulgadas, mas suspeita-se que possa ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa, que teria ateado fogo em um barraco e acabou se espalhando para os outros, segundo informações do Corpo de Bombeiros.
Famílias que aceitaram foram encaminhadas para abrigos. Na sexta-feira (17), o Exército Brasileiro instalou 14 tendas para acolhimento a essa população.
Como os moradores perderam tudo com o fogo, muitas pessoas estão levando doações até a comunidade. Por conta disso, a prefeitura informou que agora as maiores necessidades são água, produtos de higiene pessoal e fraldas. Outros também estão levando roupas e brinquedos para as crianças.
A prefeitura também pede que essas doações sejam concentradas no Fundo de Apoio à Comunidade (FAC) de Campo Grande, situado na Av. Fábio Zahran, nº 6.000, Vila Carvalho.
** Colaborou Glaucea Vaccari