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Prefeito "mais louco do Brasil" diz ser alvo de inveja e denúncias por ser popular

Alvo de operação do Gaeco, prefeito de Ivinhema disse estar de consciência tranquila, mas lamentou ter o nome sempre envolvido em polêmicas

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Juliano Ferro (PSDB), conhecido como o prefeito "mais louco do Brasil", de Ivinhema, que foi alvo de operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) nesta quarta-feira (30), atribuiu as denúncias e investigações a pessoas que teriam inveja de sua popularidade e declarou ser inocente e estar de "consciência tranquila" e a disposição da Justiça.

"A minha vida nunca foi fácil e não é na política que ia ser, a vida é difícil. Toda vez que a gente cresce, toda vez que chega em um patamar que poucos vão chegar, a gente vira alvo de perseguição, alvo de inveja, de muitas coisas, porque, quantos políticos tem em Mato Grosso do Sul? E quem é o mais conhecido, que tem a maior rede social? Então tem gente que fica incomodado", disse o prefeito.

O vídeo foi postado no Instagram, onde Juliano Ferro tem mais de 767 mil seguidores.

Na operação de hoje, mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa do prefeito, onde foram apreendidos documentos, celulares, dinheiro e cheques, em busca de evidências que possam comprovar o possível envolvimento de falsificação de documentos e transferência de uma caminhonete para uma pessoa que já estava morta há três anos, o que demonstra falsificação.

O prefeito disse ainda não ter muitas informações sobre a investigação, mas garantiu que está tranquilo e ressaltou que a operação não tem nenhuma relação com a administração municipal.

"Quero deixar aqui que não tem nada a ver questão de prefeitura, é sobre transferência de um carro. Eu mexo com carro há 20 anos, então não tem nada a ver com o Poder Público, com nossa administração, é sobre a transferência de um carro e deu todo esse bafafa", disse.

Conforme informações do Gaeco, a transferência de uma Dodge Ram, avaliada em R$ 300 mil, foi feita na agência do Detran de Maracaju, em junho de 2023. Mesmo com a venda realizada, o veículo continuou com o prefeito.

"Eu não vivo só de politica, eu vivo de sorteio de carro, vivo de compra e venda de carro, a gente tinha um dinheiro aqui, 70 e poucos mil levaram, levaram cheque nosso, levaram meu telefone, a gente fica um pouco triste porque équestão de uma transferencia de um carro e a gente passar por todo esse constrangimento, mas também compreende as autoridades", contou o prefeito, que também agradeceu aos policiais que teriam sido "educados e respeitosos" ao cumprir os mandados.

Juliano Ferro voltou a falar que nunca teve a vida fácil e que sabia que iria piorar ao entrar na política, mas que não esperava que fosse ser alvo de tantas investigações e denúncias. 

"Nesses três anos e 10 meses [de mandato] eu nunca vi tanta coisa ruim envolvendo meu nome, tem a pandemia supervalorizou as coisas, supermercado as coisas caras e a prefeitura também comprou, aí esses dias teve investigação de superfaturamento de licitação de merenda. Lá atrás a gente faz sorteio de carro, mais um polêmica; uma pessoa vai presa aqui com envolvimento de tréfico e eu comprei uma casa e um carro mais uma polêmica, bloqueia minha casa, expoe meu nome e agora leva esse outro carro que veio dessa outra pessoa, até um disparo de fogo que eu dei em 2015 eu tô respondendo aqui, é muita coisa que envolve a gente, parece uma coisa esquisita, nunca vi tanta perseguição,é para tentar desanimar, porque eu nunca vi tanta polêmica envolvendo meu nome", lamentou.

Por fim, o prefeito afirma que tudo que envolve seu nome vira alvo de polêmica e cita novamente o fato de ter uma das maiores redes sociais de política no Estado, em número de seguidores, e também a aprovação da população, que o reelegeu com mais de 81% dos votos.

"Quando eu não era politico eu nunca passei por isso. Aqui em ivinhema é proibido soltar rojão, se eu der um peido alto vão achar que eu to soltando rojão e já entra com a denuncia. A gente tem pessoas totalmente desqualificadas, fakes, que é denuncia em cima de denúncia contra minha pessoa, isso deixa triste porque envolve o nome da gente, envolve a integridade, a moral, é muito complicado", acrescentou.

Ele finaliza dizendo que não irá desanimar ou baixar a cabeça e que os advogados já estão tomando providências sobre a investigação que culminou na operação de hoje.

"Deus está na proteção, tenho minha consciência tranquila", concluiu.

Operação Contrafação

As investigações do Gaeco, que culminaram na Operação Contrafação deflagrada nesta quarta-feira (30), revelaram que um veículo de luxo que pertenceu ao prefeito Juliano Ferro e, também, a um empresário local, que não chegaram a registrar a posse, "acabou tendo sua transferência efetivada, em sequência, para o nome de dois policiais militares deste Estado, baseada em documentação falsificada".

Apesar desta "venda", a caminhonete continuava com o prefeito.Em setembro deste ano, a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar por que o prefeito Juliano Ferro não havia declarado à Justiça eleitoral a posse de uma Dodge Ram e de uma Silverado, avaliadas em R$ 800 mil que ostentava em suas redes sociais.

Ao prestar depoimento, no dia 3 de setembro, o prefeito disse que já havia vendido a Ram recentemente e que a Silverado não estava em seu nome e por isso não declarou à Justiça Eleitoral. Esta Silverado acabou sendo apreendida pela PF no dia 15 de outubro em meio a uma investigação relativa a uma quadrilha de narcotraficantes. 

O prefeito admitiu que havia comprado a Silverado de Luiz Carlos Honório, preso em 8 de agosto acusado de ser um dos chefes de uma quadrilha do narcotráfico baseada em Ivinhema. Na investigação também apareceu a informação de que a casa do prefeito havia sido adquirida do mesmo comerciante, que seque preso. 

Na Operação Contrafação foram cumpridos oito mandados judiciais de busca e apreensão domiciliar, a um mandado de busca e apreensão de veículo e intimações acerca da imposição de medidas cautelares alternativas diversas da prisão.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos R$ 79 mil em dinheiro, além de armas, carregadores e munições. Duas pessoa foram encaminhadas para a delegacia diante do flagrante por posse de arma. Uma deles, conforme apuração do Correio do Estado, seria um vereador recém-eleito e que trabalhava como uma espécie de segurança do prefeito Juliano Ferro. 

Além da casa do prefeito, os promorotes do Gaeco fizeram buscas em um supermercado  (Alvorada) e em uma loja de revenda de veículos, pertencente à mesma família. Desta loja eles levaram uma caminhonete semelhante à que teve a documentação adulterada, mas o Gaeco não confirmou se é o veículo que estava sendo utilizado pelo prefeito até meados de 2024. 

BALANÇO

MPMS intermediou mais de R$ 15 milhões em acordos na área da saúde em 2025

Ministério Público mediou o plano emergencial entre a Santa Casa e o Município de Campo Grande para solucionar os diversos problemas do hospital

19/12/2025 18h45

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça Divulgação: Ministério Público de Mato Grosso do Sul

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recebeu a imprensa para apresentar o balanço geral do ano de 2025. O procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, acompanhado de membros da Administração Superior, divulgou informações relevantes sobre atuações da instituição ao longo do período.

No setor da saúde, Romão Avila destacou a atuação do Centro de Autocomposição (Compor) para solucionar crises agudas, como a mediação que resultou no plano emergencial para a Santa Casa de Campo Grande. O hospital enfrenta problemas de superlotação, falta de insumos e de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

No ano, os acordos mediados pelo Compor envolveram mais de R$ 15 milhões em benefícios para áreas como saúde e assistência social. 

Também relembrou a resposta da instituição após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, episódio que impulsionou a criação da ferramenta Alerta Lilás, para monitoramento de agressores e a melhoria do atendimento especializado às mulheres.

Com relação a proteção à mulher, o sistema Alerta Lilás emitiu mais de 19 mil alertas automáticos para monitorar agressores reincidentes.

No campo da segurança pública, a pauta central foi a modernização, com destaque para a força-tarefa que agilizou o processamento de boletins de ocorrência de violência doméstica e viabilizou a digitalização de peças e a gravação de interrogatórios e depoimentos.O Centro de Pesquisa, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) disponibilizou mais de 400 mil dados para subsidiar investigações complexas.

Dados 

Produtividade jurídica: mais de 4 mil ações ajuizadas e 30 mil denúncias apresentadas à Justiça.

Combate à corrupção: o Grupo de Atuação Especial e Combate à Corrupção (Gecoc) atuou contra desvios de mais de R$ 66 milhões, executando 180 mandados de busca em 13 cidades.

Enfrentamento ao crime organizado: o Gaeco realizou 19 operações estratégicas, resultando em 107 prisões e 370 mandados de busca.

Preservação ambiental: monitoramento e fiscalização de 71 mil hectares de desmatamento ilegal por meio de programas como Pantanal em Alerta.

Impacto social: arrecadação de R$ 6 milhões via campanha Declare Seu Carinho e destinação de 350 celulares apreendidos para uso pedagógico em escolas públicas.

Diálogo com o cidadão: a Ouvidoria processou mais de 5 mil manifestações, que fundamentaram novas investigações e missões constitucionais.

O encontro

Ao abrir o evento, o Procurador-Geral de Justiça promoveu um resgate histórico sobre o papel da instituição como guardiã das garantias individuais e coletivas conquistadas após o período ditatorial, lembrando que a evolução da sociedade brasileira, sob a criação da Constituição de 1988, é indissociável de uma imprensa livre.

"A imprensa tem um papel fundamental na redemocratização e na evolução constante da nossa sociedade. Graças à imprensa livre, fatos que muitas vezes não chegariam pelos canais comuns — como a falta de um medicamento em uma UPA — chegam ao nosso conhecimento por denúncias de usuários via jornalismo", exemplificou Romão Avila Milhan Junior.

Diante dessa observação, fez um agradecimento público ao apoio dos veículos de comunicação, especialmente durante os embates judiciais que preservaram o poder investigatório do Ministério Público. Segundo ele, essa prerrogativa é o que sustenta as atuais ofensivas contra a corrupção e o crime organizado.

 

Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

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