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MEIO AMBIENTE

Prevfogo vai manter brigadistas o ano inteiro no Pantanal de MS

Ameaça de incêndios florestais no bioma levará o governo federal a investir valor estimado; só com a equipe, serão R$ 387,6 mil para garantir ações por 12 meses

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Pela primeira vez, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) vai manter ao longo do ano inteiro brigadistas atuando no Pantanal.

Edital lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), está contratando 15 brigadistas pelo período de até dois anos para atuarem permanentemente em Corumbá, principal município afetado pelos incêndios florestais no Pantanal.

O registro de incêndios na região completou 12 meses em outubro. Além disso, o governo federal vem sendo alvo de críticas diante das medidas realmente eficazes para combater o desmatamento e a poluição de gás carbônico, ainda mais com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), neste mês.

As inscrições para formar essa equipe inédita de atuação no território ocorrem entre os dias 20 e 21, das 8h às 16h. Mesmo amanhã sendo feriado nacional, os candidatos podem se inscrever no Parque Marina Gattass, que fica na Rodovia Ramão Gomes, de acesso à Bolívia, e onde está a sede do Prevfogo/Ibama na Capital do Pantanal.

Não há cobrança para inscrição. O edital contempla uma vaga para brigadista-chefe de Brigada Pronto Emprego de Manejo Integrado do Fogo, 
duas vagas para brigadista-chefe de esquadrão e outras 12 vagas para brigadistas.

Os investimentos para garantir o funcionamento dessa nova equipe, envolvendo só pessoal, é de cerca de R$ 32,3 mil mensais. Esse valor é o quanto vão receber o time de brigadistas futuramente contratados.

Para atuar apenas como brigadista, o salário é de R$ 1.980,00. Já o chefe de esquadrão tem vencimentos de R$ 2.640,00. Por sua vez, 
o brigadista-chefe vai receber R$ 3,3 mil.

Antes dos graves incêndios deste ano, o Prevfogo/Ibama atuava apenas em períodos emergenciais, que iam de agosto a dezembro. Em alguns casos, havia a contratação de um menor efetivo a partir de julho.

Neste ano, essa política foi mantida, e todo o efetivo só assumiu o posto em julho. Porém, os incêndios ocorreram de forma intensa antecipada, e em junho o fogo atingiu 426.700 hectares do Pantanal. Já no mês seguinte foram 159.850 hectares devastados pelas chamas.

No período de quase 11 meses, o fogo acabou destruindo mais de 21% do Pantanal, de acordo com dados do Laboratório de Análises Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), o que equivale a 3.212.225 hectares.

Essa situação foi alcançada mesmo com o empenho de mais de 500 pessoas no combate direto, além do uso de aeronaves do Ibama, do Exército, da Marinha e do Corpo de Bombeiros no período mais crítico do fogo, ou seja, entre agosto e outubro.

Para especialistas que fazem o monitoramento de dados, o combate direto é um recurso que acaba gerando gastos milionários, mas que não evitam totalmente a propagação de incêndio para mais áreas.

"Enfatizamos a necessidade urgente de políticas e ações coordenadas para a prevenção e o combate aos incêndios. Chamamos atenção sobre as fontes de ignição humana, que têm sido as principais causas dos atuais incêndios na região, e reforçamos para a população a importância das leis vigentes de proibição do uso do fogo diante do contexto climático extremo deste ano", apontou a nota técnica do Lasa/UFRJ, por meio dos pesquisadores Renata Libonati, Julia Abrantes Rodrigues, Filippe Lemos e Liz Belém.

"Este ano apresenta condições meteorológicas extremamente favoráveis para a propagação dos incêndios sem precedentes nas últimas quatro décadas", completou.
Com essas novas contratações, o Prevfogo vai ter disponível uma equipe para realizar o manejo integrado do fogo na prevenção, no monitoramento e na preparação.

Além disso, os novos brigadistas terão de promover ações de conscientização, orientação e educação ambiental relacionadas às queimadas e aos incêndios florestais.

"[A equipe deverá] realizar ações para o público em geral e, em especial, às comunidades atendidas pelo Programa de Brigadas Federais, apoiando localidades que não contam com brigadas contratadas fora do período crítico de incêndios", informou o MMA.

As ações ainda envolvem a coleta de sementes, a produção de mudas e a recuperação de áreas degradadas, bem como a execução de tarefas de abertura, construção e manutenção de aceiros [áreas abertas em locais de vegetação para reduzir a intensidade do fogo], estradas e caminhos e outras atividades que facilitem o deslocamento da brigada e a extinção de incêndios florestais.

Saiba

Em Corumbá, o Manejo Integrado do Fogo, instituído neste ano pela Lei Federal nº 14.944, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está inserido nas atribuições dos novos brigadistas, para que eles executem ações sobre o uso racional do fogo.

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CAMPO GRANDE

Com 3,5 mil em espera, juiz ordena redução da fila para consulta psiquiátrica

Dados fornecidos pela SESAU ao MPE mostram que alguns pacientes estão aguardando o atendimento há mais de um ano e descumprimento da ordem prevê multa de R$ 10 mil por dia

19/11/2024 10h30

Atendimento psiquiátrico em Campo Grande enfrenta longas filas

Atendimento psiquiátrico em Campo Grande enfrenta longas filas Foto: Freepik

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Com 3.560 pacientes na fila, o Promotor de Justiça Marcos Roberto Dietz ordenou redução da lista de espera, por parte da Prefeitura de Campo Grande e do Estado, para o primeiro atendimento psiquiátrico, sob multa diária de R$ 10 mil caso haja descumprimento da solicitação.

Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ao Ministério Público Estadual (MPE) em agosto deste ano, dos 3.560 que aguardam atendimento, 2.576 são adultos e 727 pacientes infantis. Além disso, 74 foram classificados como risco amarelo (urgente) - sendo 43 na ala pediátrica; 2.576 com risco verde (pouco urgente) e 880 com risco azul (não urgente).

De acordo com a Ação Pública Civil (ACP), a solicitação mais antiga para atendimento é de 24 de setembro do ano passado, ou seja, há quase 14 meses, o que demonstra que alguns pacientes estão esperando há mais de um ano para poderem ter a primeira consulta psiquiátrica.

Ainda, comparando com anos anteriores, a fila permanece grande na especialidade médica, do qual já chegou a ter 5.746 pessoas (5.280 adultos e 466 infantis) em espera em janeiro deste ano. Confira a lista de espera de 2019 até novembro deste ano:

  • 2019 - 5.604 adultos e 735 infantil;
  • 2020 - 2.869 e 316;
  • 2021 - 2.697 e 286;
  • 2023 - 3.317;
  • 2024 (13/01) - 5.280 e 466;
  • 2024 (17/04) - 2.638 e 50;
  • 2024 (24/08) - 2.833 e 727;

Para solucionar o problema, o Promotor pediu ao Estado e à Prefeitura da Capital a apresentação de um plano de ação, com metas e cronograma definidos, para redução das filas. Esse plano tem até 30 dias para ser realizado e apresentado oficialmente ao MPE, além de não poder ultrapassar o prazo máximo de 100 dias de espera para o atendimento, conforme recomendado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Leitos insuficientes

Segundo o Ministério da Saúde, as cidades brasileiras deveriam ter um leito psiquiátrico a cada 23 mil habitantes. Dessa forma, Campo Grande deveria ter 390 leitos psiquiátricos, já que o município, conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem 897.936 habitantes.

Porém, apenas 78 leitos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital, sendo 12 no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) e 66 no Nosso Lar, índice que cumpre com apenas 20% do necessário. 

Entretanto, o número de leitos na Capital já foi maior. Em 2014, o SUS de Campo Grande disponibilizava 172 vagas psiquiátricas, sendo 10 leitos na Santa Casa de Campo Grande, dois no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e 160 no Hospital Psiquiátrico Nosso Lar.

Santa Casa

Em setembro de 2017, a ala psiquiátrica da Santa Casa de Campo Grande foi fechada, sob alegação de redução de 79% dos leitos em 10 anos. Quatro anos depois, em dezembro de 2021, o setor foi reativado com 20 leitos novos destinados a pacientes do SUS.

Porém, no meio do ano passado, a ala voltou a ser fechada por falta de acordo com a prefeitura. Para a Sesau, o setor deveria ser custeado por emenda federal destinada ao hospital, mas a Santa Casa discordou por entender que verba deve ser usada em outros setores. O contrato teria vencido em dezembro de 2022 e, desde então, não havia sido renovado.

Atualmente, a psiquiatria consta no espaço de consultas médicas especializadas da instituição, junto com outras 26.

Saiba

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) tem 80 leitos de observação disponibilizados entre as sete unidades de Centros de Atenção Psicossocial em Campo Grande. Porém, esses leitos são utilizados mais para estabilizar o paciente, não estando relacionados na lista de leitos de internação do DataSUS.

*Colaborou Ketlen Gomes

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Em Campo Grande

Pacote que explodiu em transportadora continha droga

Investigação ficará "nas mãos" da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico

19/11/2024 10h15

Choque isola transportadora após pacote explodir na mão de funcionário

Choque isola transportadora após pacote explodir na mão de funcionário Gerson Olveira

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A Polícia Civil confirmou que havia substância entorpecente no pacote que explodiu ao ser manuseado pelo funcionário de uma transportadora. O caso aconteceu na tarde da última segunda-feira (18), em uma empresa localizada no bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.

Nesta manhã, o caso foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar). 

Ainda segundo a polícia, mais informações sobre as investigações ainda não podem ser repassadas, para não atrapalhar o andamento das investigações.

O que se sabe, até o momento, é que o conteúdo da encomenda era um líquido, e que ela havia saído de uma empresa de refrigeração do Rio de Janeiro, e enviada para a transportadora terceirizada localizada na Capital. Ainda não foi divulgado para quem o pacote era destinado.

Imagens da câmera de segurança da transportadora mostram que o funcionário não chegou a abrir a caixa. Ele derrubou o pacote, e no momento em que pegou de volta, a embalagem explodiu. Confira:

 

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o funcionário sofreu um corte no rosto, e foi socorrido pelos próprios colegas.

Material foi neutralizado pelo Bope

Choque isola transportadora após pacote explodir na mão de funcionárioÁrea precisou ser isolada pela PM. Foto: João Gabriel Vilalba

Agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar isolaram o local após o ocorrido, e contaram com o apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do grupamento com formação antibomba para neutralizar o material explosivo.

Para a neutralização, foi utilizado um equipamento chamado "canhão". O conteúdo do pacote passou por análises em um laboratório, que constataram se tratar de um entorpecente.

"Pente-fino"

Os policiais especializados também fizeram um "pente-fino" nos outros pacotes para verificar a possível existência de demais itens explosivos na transportadora. Até o momento, não há a informação de que tenham sido encontrados mais materiais explosivos no local.

Colaborou: João Gabriel Vilalba, Alicia Miyashiro e Laura Brasil.

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