Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 148 kg de pasta base de cocaína em Paranaíba, município localizado a mais de 700 quilômetros das fronteiras com a Bolívia e o Paraguai.
Desde o início do ano, essa é a sexta grande apreensão feita na região, e a segunda em quinze dias.
Segundo divulgado pela PRF, os agentes federais realizavam fiscalização de rotina na BR-158 quando abordaram o caminhão Volvo/FH, conduzido por um homem acompanhado de uma passageira.
Durante a entrevista, os policiais teriam desconfiado de informações passadas pelo motorista, e decidiram realizar uma vistoria na carga de sucata que era transportada. No meio da carga, estavam escondidos os tabletes de cocaína.
O motorista confessou ter recebido o caminhão com a droga em Campo Grande, e que deveria entregá-lo em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Pelo transporte, disse que receberia R$ 15.000,00.
O condutor, sua acompanhante, o caminhão e a cocaína foram encaminhados à Polícia Civil em Paranaíba.
Apreensões recorrentes
Há quinze dias, em 27 de julho, agentes da PRF interceptaram um carregamento de 431 quilos de cocaína nessa mesma rodovia, a BR-158, em Paranaíba.
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, os policiais abordaram o caminhão porque apresentava problemas no sistema de iluminação. E, durante a entrevista, o caminhoneiro afirmou que o caminhão estava vazio, mas teria apresentado nervosismo e por isso decidiram fazer uma vistoria mais minuciosa no veículo, encontrando várias malas recheadas com os tabletes de cocaína.
O caminhoneiro, preso em flagrante, informou que receberia R$ 10 mil e que assumiu a direção do veículo em Campo Grande e levaria até Minas Gerais, mas manteve silêncio sobre o local exato onde pegou o caminhão e onde entregaria.
Sexta vez no ano
Nos oito meses que já se passaram, esta é a sexta vez que a PRF intercepta um grande carregamento de cocaína na BR-158, em Paranaíba. Até agora, foram descobertas 1,85 toneladas do entorpecente.
O município está localizado na divisa com Minas Gerais, a 410 quilômetros de Campo Grande, mas, como todos estes carregamentos provavelmente saíram de países vizinhos, eles percorreram distância muito maior. Entre Ponta Porã (Paraguai) e Paranaíba são 730 quilômetros. De Corumbá (Bolívia) até a divisa com Minas Gerais são 840 quilômetros e pelo menos uma dezena de postos de fiscalização das forças policiais federais e estaduais.
A primeira importante descoberta do ano na região de Paranaíba aconteceu em 13 de março, quando foram interceptados 217 quilos. No mês seguinte, em 25 de abril, os policiais encontraram 484 quilos de cocaína em meio a um carregamento de carne resfriada. Eles só romperam o lacre da carga, segundo informou a PRF à época, depois de detectarem peso diferente ao que constava na nota fiscal.
No dia 22 de maio, no mesmo local, foram 393 quilos de pasta base de cocaína, que estavam no meio de uma carga de madeira. À época, o motorista disse que estava vindo de Mato Grosso e levaria a droga até São Paulo.
Mais recentemente, em 18 de junho, outros 180 quilos foram descobertos próximo ao posto da PRF de Paranaíba. Esta descoberta, conforme a PRF, ocorreu porque o caminhoneiro teve problemas em um pneu e os agentes se ofereceram para prestar auxílio. Por causa do nervosismo do condutor, acabaram fazendo uma vistoria e descobriram as drogas.
Pelas contas da PRF, se os 1.705 quilos de cocaína e pasta base tivessem chegado à Europa, os traficantes teriam faturado em torno de R$ 270 milhões.
E não é somente cocaína que é interceptada já próximo a Minas Gerais. Neste ano também já ocorreram duas importantes descobertas de maconha na mesma rodovia. No dia 18 de maio foram 2,7 toneladas e dez dias depois, mais 3,4 mil quilos do entorpecente.
NÚMEROS RECORDES
Nos sete primeiros meses do ano a PRF apreendeu 10,2 toneladas de cocaína e pasta base em todo o estado, e a quantidade de droga apreendida se aproxima das 10,7 toneladas interceptadas ao longo de todo o ano passado pela corporação. No ano anterior, em 2021, a PRF reteve 5,2 toneladas.