Cidades

Tratamento desigual

Prioridade à família global revolta Samu e cinco
pacientes esperam leitos

Prioridade à família global revolta Samu e cinco
pacientes esperam leitos

VÂNYA SANTOS

25/05/2015 - 13h00
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O atendimento prioritário e exclusivo dado à família dos apresentadores Angélica e Luciano Huck por equipe médica da Santa Casa revoltou o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury. Segundo ele, o mesmo atendimento não é prestado aos pacientes de Campo Grande e, tanto é verdade, que atualmente cinco pessoas estão em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando leitos na Santa Casa.

“A denuncia que eu faço a Santa Casa não tem como rebater porque a única coisa que peço é que o tratamento dado à família do Huck seja dado a todos os pacientes. Quando levamos para o hospital, não podemos descer o paciente, tem que ir um enfermeiro para fazer a classificação de risco e avaliar se desce ou não com o paciente. O que me revoltou muito é que, para se ter uma ideia, temos cinco pacientes esperando leitos”, explicou Eduardo Cury.

ESPERA

O coordenador do Samu contou o caso da paciente Celina, 53 anos, que sofreu infarto e, desde sábado (23), aguardava por um leito. “Procuramos leitos pelas unidades e a Santa Casa nos informou que não tinha aparelho respiratório, mas fecharam o CTI de transplante cardíaco para colocar a família global porque estava sendo assediada”, criticou.

Eduardo Cury disse ainda que o Samu conseguiu levar a paciente Celina para o Hospital Universitário ontem à tarde, no mesmo horário que estava sendo atendida a família global na Santa Casa e, uma hora depois, ela faleceu. “Não posso afirmar que se ela tivesse ido com mais antecedência seria salva, mas também não posso raciocinar assim. Tenho que oferecer os melhores serviços no menor tempo possível.”, destacou.

“Se não tem pacientes de alta complexidade, eu levaria nas ambulâncias do Samu, com maior prazer, para os hospitais particulares de Campo Grande”, contou o médico, afirmando que, em condições normais, os pacientes devem ser regulados pelo Samu e essa fila não pode ser furada.

EXAMES

O coordenador do Samu ressaltou que Luciano e Angélica fizeram tomografia computadorizada e outros exames, que tiveram os resultados disponíveis em duas horas. “Quando levo paciente acidentado para lá, algumas famílias me ligam porque não têm o resultado dos exames. Eu aplaudo a rapidez e só quero que esse tratamento seja dado para todos os pacientes, mas o critério que foi usado para eles, posso garantir, não é o mesmo usado para quem precisa e alguém tem que defender o pobre nesse País”, criticou.

Eduardo Cury reclamou, ainda, que quando equipe do Samu chega com paciente na Santa Casa, o hospital demora até duas horas para liberar os socorristas, sob a alegação de que faltam funcionários no local.

“Mas para o Luciano Huck não faltou nada”, observou o coordenador, frisando que denunciará o caso ao Conselho Municipal de Saúde.

ACIDENTE

O avião modelo Embraer 820C apresentou uma pane no motor. A aeronave havia decolado de uma estância turística do Pantanal, em Miranda com previsão de pousar no aeroporto de Campo Grande, na manhã de ontem.

Huck e os filhos viajaram para o Pantanal para acompanhar uma série de gravações de Angélica para o programa semanal "Estrelas", da Rede Globo.

vacina gratuita

Dourados "caça" ao menos 20 mil para segunda dose da Qdenga

Cidade precisa chegar a pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses para que impacto da vicinação em massa possa ser avaliado pelos próximos quatro anos

10/09/2024 12h44

Cerca de 45 mil pessoas já deveriam ter retornado aos postos para tomar a segunda dose, mas estão atrasadas. Meta é atingir pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses

Cerca de 45 mil pessoas já deveriam ter retornado aos postos para tomar a segunda dose, mas estão atrasadas. Meta é atingir pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses

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Após retomar a aplicação da primeira dose, no começo de setembro, a prefeitura de Dourados está agora “caçando” pelo menos mais 20 mil pessoas para que tomem a segunda dose da vacina contra a dengue e assim tenha gente suficiente para que os estudos sobre a eficácia da vacina possam ser concluídos. 

Até agora, segundo o infectologista e professor universitário Júlio Croda, um dos coordenadores do projeto de vacinação gratuita que começou em 3 de janeiro na segunda maior cidade do Estado,  cerca de 88 mil tomaram a primeira dose e outros 30 mil,  a dose complementar, que deveria ser tomada 90 dias após a primeira.

Mas, para que os estudos sobre a eficácia da vacina sejam possíveis ao longo dos próximos quatro anos, pelo menos 50 mil douradenses precisam tomar as duas doses, explica o pesquisador.  A cidade tem em torno de 200 mil pessoas entre 4 e 59 anos que poderiam tomar a vacina.

E, para fazer análises conclusivas sofre a eficácia da Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Taqueda, pelo menos 25% da população precisa completar o ciclo, explica Júlio Croda. Cerca de 45 mil pessoas que tomaram a dose um já deveriam ter retornado aos locais de imunização, mas não compareceram. 

Embora já tenha sido testada e aprovada em estudos laboratoriais anteriores, a Qdenga ainda carece de um estudo conclusivo após aplicação em massa em uma localidade com alta incidência da dengue de diferentes cepas. E justamente por isso é que o laboratório japonês fez a parceria com a prefeitura de Dourados. 

Mas, se as autoridades locais não conseguirem atrair pelo menos mais 20 mil pessoas até o fim do ano, data prevista para encerramento da vacinação, as conclusões dos estudos podem ficar comprometidas, explica Júlio Croda. 

Inicialmente a meta era vacinar até 150 mil pessoas. Depois, a meta foi reduzida em um terço, mas mesmo assim este número não foi alcançado até o fim de julho, quando a aplicação da primeira dose foi suspensa. 

Por conta disso, no dia primeiro de setembro, um mês depois da interrupção, a aplicação foi retomada e aqueles que estão interessados têm nova oportunidade, que acaba no final deste mês. 

Dourados foi a única cidade do mundo a receber vacinação em massa gratuita contra a dengue. Em laboratórios privados, cada dose custa em torno de R$ 450,00. 

Mas, apesar disso, a procura foi baixa. Mesmo assim, o pesquisador Júlio Croda se diz satisfeito com o alcance, já que com outras vacinas ou em outras cidades que tiveram programas parecidos, a procura foi menor que em Dourados, segundo ele. 

A expectativa do pesquisador é que com a retomada das chuvas, a partir do final de setembro, a incidência da dengue volte a aumentar e com isso a procura pela vacina aumente e a meta de 50 mil seja atingida.  

MORTES

No ano passado, 43 pessoas morreram vítimas de dengue no Estado, sendo cinco em Dourados. Em 2024, conforme dados oficiais, são 29 mortes. Três delas, de duas crianças de 7  e 9 anos e de um adulto com 33, foram registradas em Dourados.

Além disso, outras 16 mortes estão sob investigação em todo o Estado. Desde o começo do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 15,7 mil casos confirmados, de acordo com dados do boletim do dia 3 de setembro.

E, além da imunização em massa em Dourados, a vacina também está sendo oferecida a crianças e adolescentes de todo o Estado. Até agora, 84,7  mil doses  foram aplicadas na população de 10 a 15 anos. 

Assim como em Dourados, a procura também está muito abaixo do esperado, já que o Estado recebeu 173 mil doses do imunizante e menos da metade foi aplicada. 
 

AUXÍLIO

Polícia repassa celulares apreendidos para alunos de escola estadual

Desta vez, 50 celulares foram doados pela Agepen ao estudantes da rede pública; há a previsão de mais de 2 mil aparelhos serem repassados às escolas municipais da Capital

10/09/2024 12h00

Celulares apreendidos pela Polícia são repassados para alunos da rede pública

Celulares apreendidos pela Polícia são repassados para alunos da rede pública Foto: Tatyane Santinoni

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A Polícia Penal repassou mais de 50 celulares, provenientes de apreensões, à Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, localizada no Jardim dos Estados, em Campo Grande, para ser usado pelos alunos e profissionais da educação como ferramenta de ensino durante as aulas. 

Hoje, a escola conta com a matrícula de 315 estudantes em tempo integral e mais 17 em educação especial. Ainda, para total zelo do aparelho eletrônico antes de ser doado, as instituições de ensino superior da Capital, como a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), formatam e higienizam os celulares, em parceria com o projeto.

Segundo informado pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), esses aparelhos são aqueles interceptados pelos policiais penais durante revistas ou arremessados pelos presidiários, e só são repassados às escolas quando há autorização da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande e da Vara de Execução Penal do Interior. 

Para serem entregues, as instituições de ensino da rede pública precisam solicitar o envio. No caso da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, o diretor Márcio Beretta Cossato foi quem procurou a Agepen para saber a disponibilidade para o envio dos celulares. Márcio também informou que hoje a escola conta com apenas 18 computadores para 30 alunos por sala, em média.

Portanto, segundo ele, os celulares doados irão ampliar as possibilidades do professor durante as aulas, como servir para pesquisas e atividades em sala, além de garantir que cada aluno terá acesso individual à internet e outros recursos digitais.

Ainda, de acordo com a promotora de Justiça Jiskia Sandri Trentin, idealizadora do projeto, há previsão de mais aparelhos serem distribuídos às escolas ainda neste ano.

“Atualmente, temos 143 celulares prontos para serem doados e outros 2.070 cuja doação já foi autorizada pela 1ª VEP e 1ª VEPin, para serem formatados pelas universidades parceiras”, afirmou a promotora.

Ela também comunicou que este projeto inspirou a elaboração do Projeto de Lei Federal n. 1906/2021, em trâmite no Congresso Nacional, que prevê a alteração da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), do qual prevê esse serviço de doação de aparelhos eletrônicos, provenientes de complexos prisionais, às escolas públicas em todo o país.

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