Cidades

OPERAÇÃO VITRUVIANO

Quadrilha liderada por ex-major aplica golpe em fortuna de morto

Quadrilha liderada por ex-major aplica golpe em fortuna de morto

NADYENKA CASTRO e FÁBIO DORTA, DE DOURADOS

25/11/2010 - 03h15
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A Polícia Federal desmantelou ontem, com a Operação Vitruviano, uma quadrilha acusada de golpe milionário contra o espólio do milionário Olympio José Alves, falecido em 2005. Foram presas 19 pessoas, entre elas empresários, advogados, bancários e policiais militares. Acusado de lavagem de dinheiro e estelionato, o grupo era chefiado pelo ex-major da Polícia Militar Sérgio Roberto de Carvalho., já condenado por tráfico de drogas.

Dos 21 mandados de prisão temporária (cinco dias) expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, 10 deles foram cumpridos na Capital, seis em Dourados e um em Caarapó. Entre os presos está Carvalho, que já estava na cadeia e recebeu nova voz de prisão, advogados e policiais militares. Segundo a PF, o grupo fraudou a herança do milionário, golpe esse que rendeu R$ 3,9 milhões, sendo que R$ 1 milhão, em espécie, foi sacado por Rogério Tomé, um dos presos.

A Operação Vitruviano é resultado de investigações que começaram em 2008 com objetivo de apurar a lavagem de dinheiro decorrente dos crimes de tráfico de drogas, contrabando e evasão de divisas praticados pelo grupo liderado por Carvalho.

Conforme a PF, com essa operação, a instituição praticamente encerra as investigações sobre lavagem de dinheiro referente à quadrilha comandada por Sérgio Carvalho. Ficou comprovado que entre 2002 e 2006 os criminosos movimentaram, através de empresas de fachada, mais de R$ 110 milhões.

Golpe
No decorrer dos trabalhos, os policiais descobriram o golpe contra a herança do milionário Olympio José Alves. De acordo com o delegado responsável pela operação, Edivaldo Bezerra de Oliveira, Sérgio Carvalho comprou legalmente uma usina de cana-de-açúcar por R$ 200 mil, mas não deixou o nome dele na empresa. O baixo preço era por conta das dívidas existentes. No entanto, antes mesmo de a usina pertencer a ele, a vendeu a Olympio, o qual já havia falecido.

Com documentos sobre a falsa transação comercial e comprovantes de endereço, o grupo de Carvalho procurou a Justiça, comarca de Anaurilândia, em Mato Grosso do Sul, alegando não ter recebido o dinheiro da venda. A quadrilha também utilizou uma procuração falsa, feita em um cartório do Paraná, dizendo que Olympio havia designado a pessoa de Eraldo, um dos investigados, como seu representante.

Na Justiça, a quadrilha pediu a execução do espólio. E, em julho de 2007, a juíza da comarca, na época, Margarida Elisabeth Weiler, deferiu o pedido e o grupo então recebeu R$ 3,9 milhões. "A execução foi em tempo recorde. Em questão de meses, em menos de um ano. Geralmente leva de três a seis anos", disse o delegado da PF.

Conforme o policial, o dinheiro foi dividido entre a quadrilha, sendo depositado em contas de pessoas físicas (laranjas) e jurídicas (locais de fachada como postos de combustíveis e financeiras), com a intenção de a fraude não ser descoberta pela polícia, em caso de investigação. "O dinheiro foi fracionado e dividido em contas de empresas e pessoas físicas", declarou Oliveira. "Uma empresa depositava uma quantia para a outra, que transferia para uma terceira e então era feito um saque", explicou o delegado. "Nós temos a planilha que mostra como funcionava".

Presos
Segundo o delegado responsável pela operação, os presos são laranjas e pessoas que sabiam do crime financeiro. Rogério Tomé, um dos presos, foi bancário por cerca de 20 anos e é apontado como um dos laranjas da quadrilha de Carvalho. Ele sacou R$ 1 milhão em espécie em uma agência bancária de Campo Grande.

Na Capital, além de Rogério, foram presos dois advogados e o sargento da PM José Luís Gimenez, localizado na casa dele. Em Dourados foram à cadeia o advogado Luís Carlos Fernandes de Matos Filho e Paulo Francisco, dono de um posto de combustíveis. Outros quatro moradores do município, entre eles o dono de garagem Sales Bezerra e um gerente de uma agência do Bradesco, foram levados à PF para prestar depoimento e, se houver entendimento da autoridade policial, podem ser soltos após a oitiva. Em Caarapó foi preso o proprietário de uma revenda de veículos, Honofre Pereira de Matos. Todos foram indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e formação de quadrilha.

Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão.

Vitruviano
O nome da operação da PF faz alusão à "perfeição" da atuação da quadrilha, em todos os "segmentos" que atuava, com objetivo de enganar a polícia.

Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

NACIONAL

Saiba quem é Adilson Barroso, suplente que deve assumir mandato de Zambelli

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL

14/12/2025 15h30

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL

Ambientalista e aliado de Jair Bolsonaro, político paulista retorna à Câmara após renúncia da deputada do PL Divulgação/ Câmara dos Deputados

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Com a renúncia da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), anunciada neste domingo (14), quem assume a cadeira na Câmara dos Deputados é o suplente Adilson Barroso (PL-SP), político com longa trajetória no interior paulista e forte ligação com o bolsonarismo.

Barroso recebeu mais de 62 mil votos nas eleições de 2022. Apesar de ter se candidatado por São Paulo, nasceu em Minas Novas, distrito do município de Leme do Prado, em Minas Gerais. Ambientalista de formação, ele foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), criado em 2012, legenda que mais tarde passou a se chamar Patriota e, após baixo desempenho eleitoral, acabou se fundindo ao PTB, dando origem ao Partido Renovação Democrática (PRD).

Trajetória política

A carreira política de Adilson Barroso começou cedo. Aos 23 anos, disputou sua primeira eleição, em 1988, quando foi eleito vereador de Barrinha, no interior de São Paulo, pelo PTB. Foi reeleito em 1992, pelo antigo PFL, e ocupou o cargo de vice-prefeito do município entre 1997 e 2002.

Em 2002, alçou voos mais altos ao ser eleito deputado estadual pelo extinto Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona). Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), onde permaneceu até 2010, foi titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e integrou comissões que discutiram mudanças na legislação do imposto de renda e o limite de precatórios e débitos previdenciários.

Após perder a eleição em 2010, Barroso voltou à política municipal e, em 2016, reassumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Barrinha.

Adilson Barroso ganhou projeção nacional ao fundar o PEN, em 2012, partido que mudou de nome para Patriota em 2017. À frente da legenda, tentou atrair o então deputado Jair Bolsonaro para disputar a Presidência pelo partido, tanto em 2018 quanto em 2021. As articulações, no entanto, não avançaram.

Em seu site pessoal, Barroso atribui o fracasso da estratégia a interferências internas. “Perdi a chance de eleger o presidente da República pelo Patriota em 2018 e tornar o partido o maior do país”, escreveu, ao citar o ex-ministro Gustavo Bebianno.

Após ser destituído da presidência do Patriota, Barroso deixou a sigla e se filiou ao PL em 2021. No ano seguinte, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados e ficou como suplente.

Barroso já havia ocupado uma cadeira na Câmara dos Deputados entre 2023 e 2025, ao assumir a vaga de Guilherme Derrite (PP-SP), que se licenciou do mandato para comandar a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Com o retorno de Derrite ao Legislativo, no fim de novembro, Barroso voltou à suplência.

Agora, retorna ao Congresso após a renúncia de Carla Zambelli, que ocorreu em meio à condenação definitiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão e à perda do mandato, no caso envolvendo a invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Nas redes sociais, se apresenta como “ambientalista, bolsonarista de direita, conservador e patriota”. Em sua biografia no Instagram, afirma ser “amigo do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e do deputado Nikolas Ferreira”. Na foto de perfil, aparece ao lado do ex-presidente, com as bandeiras do Brasil e de Israel ao fundo.

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