Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Riedel demite mais um petista em cargo de diretoria no Governo de MS

Divergência com o PT começou com o "anúncio de debandada" da sigla após falas do governador contra a prisão de Jair Bolsonaro

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Através da edição desta segunda-feira (22) do Diário Oficial, o Governador, Eduardo Riedel, dá sequência às demissões de petistas que até então ocupavam cargos de diretoria e cadeiras importantes no governo de Mato Grosso do Sul. 

Conforme consta no documento, o nome da vez é o de Washington Willeman de Souza, um dos dois petistas que ainda seguiam no primeiro escalão da administração estadual, quase dois meses após a sigla anunciar a debandada motivada - como bem acompanhou o Correio do Estado -, pelas críticas do governador de Mato Grosso do Sul à prisão de Jair Bolsonaro

Engenheiro agrimensor, Washington Willeman de Souza chegou à cadeira de diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) nomeado por Eduardo Riedel, em 19 de janeiro de 2023, ocupando o lugar que era de André Nogueira Borges desde novembro de 2017. 

Natural de Itaporã, o servidor de carreiro entrou na Agraer ainda em 1994 e, posteriormente, aprovado em concurso público para o cargo efetivo como gestor de desenvolvimento rural – engenheiro agrimensor em 14 de setembro de 1998, recebendo inclusive moção de congratulação de Zeca do PT em 28 de agosto deste ano. 

Segundo o parlamentar, em justificativa na Casa de Leis, o reconhecimento pelos serviços vão na esteira dos números apresentados pela Agraer desde 2023, período em que passou de 3,9 mil inscrições ativas no Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) para 28 mil neste ano. 

"Além do aumento no total de alimentos oriundos da agricultura familiar de MS que foram comercializados pela Ceasa-MS, que saltou de 3 milhões de toneladas em 2023, para 5 milhões de toneladas em 2024", justificou Zeca do PT, conforme material publicado pela Agência Alems.

Entretanto, o trabalho não foi suficiente para sustentar a posição já que a exoneração, que não foi a pedido, do cargo de diretor-presidente da Agraer reconduz o petista servidor de carreira ao quadro permanente de pessoal do Executivo de Mato Grosso do Sul.

"Facão" no Executivo de MS

Com a saída de Washington, a chefe da Secretaria de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, segue como a "única" petista que sobrou entre os cargos de confiança de Eduardo Riedel, já que a indicada por Vander Loubet lidera a Pasta que tem outras oito subsecretarias. 

Das motivações que levaram à debandada, que aconteceu após reunião do diretório petista, o Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul sacramentou a saída da base do governo do Estado após Riedel deixar claro seu alinhamento com a extrema-direita, com a permanência descrita como "inviável pelo presidente do PT de MS, Vladimir da Silva Ferreira. 

Porém, pouco mais de um mês havia se passado e pouco havia acontecido nesse sentido apontado pelo PT, a partir de quando o próprio governo tomou a iniciativa de demitir uma série de petistas que ocupavam cargos de confiança. 

Entre os petistas demitidos, e suas respectivas pastas, aparecem: 

  • Humberto de Mello Pereira - Secretaria-executiva de Agricultura Familiar, dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais,
  • Marcos Roberto "Betão" Carvalho de Melo - Diretoria-executiva na Agraer/MS
  • Vagner Campos Silva - Subsecretaria de Políticas Públicas LGBTQIA+.
  • Vania Lucia Baptista Duarte - Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial
  • Zirleide Silva Barbosa - Subsecretaria de Políticas Públicas para Pessoas Idosas.

Ainda na reunião do Partido, o presidente eleito e deputado federal, Vander Loubet, deixou claro que era necessário prudência e que, embora todos tenham livre arbítrio para tomar sua própria decisão, a orientação é que cada um cumpra sua parte e comunique sua saída. 

 

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Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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