Cidades

EDUCAÇÃO PÚBLICA

Secretaria de Educação não consultou pais e alunos sobre fechamento de salas em escola municipal

Preocupação dos pais é necessidade de transferir filhos em escolas longe de casa

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Os professores da Escola Municipal Drº Plínio Barbosa Martins, no Jardim Macaúbas, afirmaram que os pais que têm filhos matriculados na instituição não foram consultados sobre o possível fechamento das turmas de 8º e 9º ano para o ano letivo de 2023.

De acordo com um professor Hugo Cezar Fernandes Gondim, de 29 anos, a comunidade externa, foi informada pela direção através de reuniões, e os docentes junto com os pais e líderes comunitários se organizaram para tentar reverter a modificação. 

Inclusive, na sexta-feira (25), foi entregue, à Secretaria Municipal de Educação (Semed), um abaixo-assinado com mais de 1500 assinaturas de diversos agentes e entidades.

Ao Correio do Estado, o Hugo também informou que a Semed ainda planejava uma reunião a portas fechadas na segunda-feira (21), com os professores que lecionam do 6º ao 9º. Contudo, mais uma vez, a comunidade escolar se mobilizou e fez com que os pais e líderes comunitários e diretoria da Associção Campo-grandense de Professores (ACP) também pudessem estar presentes na ocasião.

“Somente os professores do 6º ao 9º foram convidados a participar da reunião. A Semed levou dois policiais, um advogado,, além de três superintendentes”, afirmou, acrescentando que essa atitude por parte da pasta municipal não foi amigável.

O professor de História relata que a maior preocupação dos pais em relação ao fechamento de salas de aula é que seus filhos estudem em escolas longe de casa. De acordo com ele, essa situação poderia levar até a evasão escolar de alguns alunos dado aos impedimentos impostos pela distância que precisa ser percorrida.

O docente, que também é representante sindical da unidade escolar pela Associação Campo-grandense de Professores (ACP), lembrou que, além de alunos e comunidade externa, a entidade também não foi consultada para qualquer decisão e só participou da reunião de segunda-feira (21/11) por articulação do diretor-adjunto e dos professores.

Em nota, a Semed sugere que os pais matriculem seus filhos em escolas estaduais que atendem os últimos anos do ensino fundamental, no entanto, na região existe apenas a Escola Estadual Teotônio Vilela, localizada no Conjunto Universitária (Cohab).

“Os pais e comunidades são contra o fechamento dos 8º e 9º ano, então, muitos deles assinaram o nosso abaixo-assinado. Alguns até entraram em contato conosco porque ficaram muito assustados já que seus filhos vão ter que estudar em um bairro muito longe”,afirmou. 

Ainda segundo Hugo, a pasta informou que os alunos afetados terão vagas garantidas tanto na Cohab como em uma escola estadual no Bairro Moreninhas, que é ainda mais distante dependendo de onde o estudante mora.

“Eles vão ter que sair todos os dias da região que abrange o Los Angeles, Macaúbas, Samambaia e Ramez Tebet para ir para a Cohab ou Moreninhas. Os pais vão ter que disputar vagas para seus filhos nestes dois lugares”, explicou o professor.

O docente ainda esclareceu que o fechamento das turmas não se dá por falta de alunos, já que a escola, fundada em 2002, é uma referência para as famílias da região, inclusive com diversos casos em que irmãos estudam juntos, o que também facilita o deslocamento até a instituição.

“A escola é muito procurada na região. Não é por falta de demanda que eles querem fechar as nossas turmas. As salas são cheias e nossa escola é muito procurada”, destaca.

Após esta reunião, foi formada uma comissão de professores, pais e líderes comunitários que terá a função de acompanhar o caso e cobrar uma resposta da Semed.

O grupo também foi responsável por protocolar o abaixo-assinado junto à secretaria de Educação, na última sexta-feira.

“Somos contra o fechamento das turmas. E tem uma outra questão: isso não foi comunicado para nós e chegou apenas como uma ordem, sem consultar ou fazer uma pesquisa”, concluiu. 

A próxima reunião será na quarta-feira (30) na unidade escolar. 

O OUTRO LADO 

Em nota ao Correio do Estado, a Semed afirmou que não se trata de um fechamento de turmas, mas, sim, um remanejamento, uma vez que as vagas ficarão disponíveis para outras séries.

A pasta ainda informou que este processo é comum e são feitas conforme a necessidade de cada escola, sendo que o este remanejamento será feito em mais quatro unidades, além da localizada no Jardim Macaúbas.

Na mesma nota, a secretaria ainda informa que há necessidade de abrir mais vagas para alunos de 7 a 10 anos porque a Rede Estadual de Ensino (REE) deixará de atender este público. Sendo assim, eles terão que estudar em escolas municipais.

Sendo assim, a escola em questão teria condições de atender crianças com escola perto de casa, sem ter necessidade de deslocamento. Para os alunos mais velhos, do 8º e 9º, segundo a Semed, transporte para estudar longe de suas residências não seria problema.

“[A decisão] leva em consideração que os alunos dos anos finais do ensino fundamental, que teriam entre 12 a 14 anos, têm mais autonomia para se deslocar a uma unidade escolar, seja municipal ou estadual, utilizando meios próprios ou transporte coletivo”, afirmou a Semed.

Rodovia da morte

Motorista bêbada bate em ponte, capota e idosa morre afogada em MS; veja vídeo

Carro era ocupado por três pessoas, duas foram socorridas e encaminhadas para o hospital de Rio Brilhante; a condutora foi presa

08/02/2025 09h33

Com o impacto da batida, veículo ficou completamente destruído

Com o impacto da batida, veículo ficou completamente destruído Reprodução, Rio Brilhante em Tempo Real

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Uma idosa de 61 anos, identificada como Terezinha Ezidio de Brito, morreu no começo da noite dessa sexta-feira (7), em Rio Brilhante, a 164 quilômetros de Campo Grande.

Terezinha estava junto com outras duas pessoas em um Fiat Pálio, que capotou após perder o controle e colidir contra a barreira lateral da ponte do Rio Brilhante, na rodovia BR-163.

Depois da batida, a idosa teria sido ejetada para fora do carro, e caiu nas águas do Rio Brilhante. Em razão da dinâmica do acidente, a idosa não resistiu e morreu. O corpo de Terezinha foi localizado a cerca de 300 metros do local do acidente.

Já a condutora, de 27 anos, foi socorrida com ferimentos leves juntamente com a outro passageiro. Ambos foram encaminhados para o hospital de Rio Brilhante, onde receberam atendimento médico e realizaram exames.

Bafômetro constatou forte embriaguez

Após receber alta, a motorista foi conduzida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) de Dourados, para realização do flagrante por dirigir embriagada.

Isso porque o teste do bafômetro apontou um total de 0.79 mg/L de álcool no organismo da motorista. O índice é 19,75 vezes maior do que o limite permitido no teste, que é de 0,04 mg/L de álcool. Nesse sentido, o teste constatou o consumo de grande quantidade de álcool pela condutora antes de dirigir o veículo.

A motorista relatou em depoimento que seguia no sentido Dourados a Campo Grande, quando ao se aproximar da ponte, um carro teria invadido a pista contrária e, para não bater de frente, ela jogou o carro contra a proteção lateral da ponte. O caso segue em investigação pela Polícia Civil.

Em vídeo publicado pelo site Rio Brilhante em Tempo Real, é possível identificar a força da batida. A frente e as laterais do Fiat Pálio ficaram completamente destruídas. Confira o vídeo completo:

 

 

Confira mais imagens do local do acidente:

 
Reprodução, Rio Brilhante em Tempo Real

Terceira morte em cinco dias

Conhecida como "rodovia da morte", a BR-163 foi palco de outras duas mortes apenas nesta semana. Na última quarta-feira (5), uma idosa de 77 anos, identificada como Leidir Pereira Reis de Oliveira, morreu após capotamento na na altura do quilômetro 550, zona rural de Campo Grande.

Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima seguia junto com o marido em um veículo Toyota Hilux CS4X4 de cor branca.

Quando, por volta por volta das 11h36, um caminhão teria obrigado o casal a sair da pista, situação que ocasionou um capotamento e o falecimento da idosa.

Apenas dois dias antes da morte de Leidir, na última segunda-feira (3), um menino de apenas 8 anos também morreu na rodovia após ser atropelado por uma motocicleta.

O acidente ocorreu em Rio Verde do Mato Grosso - localizado a 203 km de Campo Grande - no final da manhã.

O menino estava na beira da estrada quando escapou da mão de sua mãe, tentou atravessar a via correndo e acabou sendo atingido pela moto.

A criança chegou a ser encaminhada para o Hospital Geral Paulino Alves da Cunha (HGPAC) em estado gravíssimo e seria transferida para Campo Grande. No entanto, também não resistiu aos ferimentos.

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ASSISTÊNCIA

Programa quer indígenas gerando renda na agricultura

Parceria entre o IFMS e o Ministério dos Povos Indígenas tem o objetivo de promover a autonomia financeira das comunidades

08/02/2025 09h30

Cacique Alder lidera um projeto de piscicultura na Aldeia Água Bonita

Cacique Alder lidera um projeto de piscicultura na Aldeia Água Bonita Foto: Saul Schramm

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Com o objetivo de dar autonomia financeira aos indígenas, além de garantir sua segurança alimentar, será executado, por meio de uma parceria entre o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o programa Teko Porã: Fortalecimento do Bem Viver do Povo Guarani-Kaiowá, que fomentará geração de renda na agricultura e na piscicultura.

Para tirar do papel a iniciativa, que contém 9 metas, o IFMS abriu, nesta quinta-feira, um processo seletivo para montagem da equipe de interessados em ajudar a implementar o programa. 

Será feito um cadastro dos profissionais de diversas áreas para atuar como bolsistas e colaboradores nas atividades que serão realizas nas comunidades indígenas do Estado.

Entre as metas está o fomento à piscicultura sustentável, que tem como objetivo a implementação de tanques elevados para a criação de peixes nas comunidades indígenas, contribuindo para a segurança alimentar e a geração de renda, além de promover práticas de manejo sustentável e participação comunitária.

Também está nas metas a implementação de quintais produtivos, que pretende promover a agricultura sustentável nas comunidades indígenas por meio da criação de espaços para cultivo que fortaleçam a segurança alimentar, resgatem tradições alimentares e estimulem a autonomia econômica das famílias.

O programa voltado para a etnia guarani-kaiowá surgiu por meio das diligências da coordenação do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (Demed) do MPI, que instituiu um gabinete de crise, no dia 22 de setembro de 2023, com a finalidade de propor ações concretas em função da violação de direitos humanos do povo guarani-kaiowá na região sul do Estado. 

“O MPI realizou três diligências no sul do Estado, totalizando 51 visitas a localidades habitadas pelos guarani-kaiowá, em 20 municípios. Diante desse contexto, o gabinete propôs o programa Teko Porã, com investimento de cerca de R$ 6 milhões, composto por um conjunto de seis iniciativas voltadas à efetivação de direitos do povo [indígena]”, afirmou o secretário-executivo do MPI, Eloy Terena.

PROCESSO SELETIVO

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, estão sendo ofertadas 47 bolsas para profissionais de diversas áreas interessados em participar do projeto. As bolsas têm valores mensais que variam de R$ 700 a R$ 3.900, dependendo da categoria. 

As inscrições começaram na quinta-feira e seguirão até o dia 16 de fevereiro, no site do IFMS. O início das atividades do projeto está previsto para março.

O edital selecionará profissionais e estudantes para compor as equipes das diferentes metas do projeto. As funções incluem, mas não se limitam a: antropólogos, engenheiros (ambiental, civil, elétrico e agrônomo), arquitetos, economistas, psicólogos, sociólogos, técnicos especializados em piscicultura, eletrotécnica, audiovisual e informática, intérpretes de guarani, jornalistas/documentaristas, fotógrafos e técnicos audiovisuais e estudantes de diversas áreas, como técnico em meio ambiente, agropecuária, eletrotécnica e engenharia de pesca.

FONTE DE RENDA

Em Mato Grosso do Sul, já existem algumas iniciativas dentro de comunidades indígenas de projetos agrícolas por meio de quintais produtivos e de piscicultura, porém, a proposta é de disseminar a ideia e o conhecimento das práticas dessas atividades para a comunidade guarani-kaiowá.

Em Campo Grande, na Aldeia Urbana Água Bonita, localizada na região do Nova Lima, começou em setembro de 2020 um projeto de piscicultura, idealizado pelo cacique Alder Romeiro Larrea.

O projeto já rendeu centenas de quilos de tilápia para as 10 famílias responsáveis pelos tanques. Nos tanques, é utilizado um sistema que funciona com duas bombinhas de máquina de lavar roupas e que permite reutilizar a mesma água desde quando o projeto começou. 

“Com a criação de peixes, a tendência da gente é de colocar a maior quantidade possível de pessoas da aldeia para se ocupar nos projetos, ter um complemento de renda ou mesmo uma fonte principal de renda”, explicou Alder. 

Na Terra Indígena (TI) Buriti, localizada no município de Sidrolândia, a prática da piscicultura, apoiada pela prefeitura, também rendeu à comunidade terena uma boa fonte de renda, porém, segundo o cacique Arildo Terena, o projeto foi paralisado recentemente.

Por meio do governo do Estado, o projeto Quintal Produtivo, criado em 2023, atende cerca de 2 mil famílias indígenas, que produzem e usufruem do cultivo em suas terras. O objetivo é incentivá-las, com materiais, ferramentas, mudas, sementes e instruções técnicas, para fazer o preparo do solo e o plantio.

O projeto realiza a entrega de mudas nas aldeias das regiões de Aquidauana, Nioaque, Dourados e Caarapó. As mudas são de alimentos tradicionais indígenas, como mandioca, maxixe, quiabo, cana-de-açúcar, batata e algumas mudas frutíferas.

SAIBA

Conforme informado pelo Correio do Estado, o MPI prepara um pacote de políticas públicas voltadas para o povo guarani-kaiowá que deverá ser divulgado na entrega da posse oficial da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, em Antônio João.

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