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Mesmo sem dar reajuste, prefeitura eleva em 22% gastos com pessoal

Enquanto isso, a chamada Receita Corrente Líquida teve alta de 6% no ano passado. Somente professores tiveram reajuste, da ordem de 10%

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Mesmo sem conceder reajuste para a maior parte do funcionalismo, as despesas com o pessoal ativo da prefeitura de Campo Grande aumentaram em 22% no ano passado em comparação com 2023, saltando de R$ 2,269 milhões para R$ 2,774 bilhões. 

Pelo menos é isso o que informa edição extra do diário oficial da administração municipal desta quarta-feira (29) que traz os números fechados de despesas e receitas relativas a 2024. Em mesma data do ano passado foram divulgados os números relativos a 2023

A única categoria de servidores que teve algum reajuste em 2024 foi a dos professores, da ordem de 10%, que também conseguiram retomar a progressão na carreira, que estava interrompida fazia em torno de cinco anos. 

Os demais servidores estão sem reposição salarial desde 2021 e nem mesmo a tradicional mudança de letra, que ocorre de cinco em cinco anos e que representa algum tipo de reposição salarial, está sendo paga.

Algumas categorias, como a dos 1,2 mil guardas municipais, conseguiram, após decisão judicial, alguma reposição. No caso dos guardas, o reajuste chegou a 20% sobre o salário-base. 

E ao mesmo tempo em que as despesas com ativos disparou, os gastos com inativos e pensionistas cresceram bem menos, mas ainda assim bem mais que a inflação de 4,83% dos últimos doze meses. Em 2023 os inativos custaram R$ 573 milhões, ante R$ 625 milhões no ano passado, o que significa alta de 9%. 

Enquanto isso, conforme os dados disponibilizados no diogrande, a chamada Receita Corrente Líquida teve alta de 6%, evidenciando que a prefeitura de Campo Grande continua com a corda no pescoço quando o assunto é gastos com funcionalismo, já que segue gastando acima do limite prudencial.

ISS SUPERA IPTU

Uma das principais explicações para esta melhora de 6% é o crescimento na arrecadação com Imoposto Sobre Serviços, o ISS, que pela primeira vez superou a receita de IPTU. No ano passado entraram R$ 663 milhões, ante R$ 591 no ano anterior. Isso significa aumento de 12%. 

Enquanto isso, a alta na arrecadação com IPTU, que historicamente era a principal fonte própria de arrecadação, subiu apenas 3,2%, passando de R$ 612 para R$ 632 milhões.  A alta ficou abaixo do índice da inflação, apesar de os carnês do início do ano passado tenham sido emitidos com a reposição da inflação de 2023, de 4,62%. Ou seja, a inadimplência segue em alta. 

Mas bem pior que o IPTU foi o desempenho do ICMS, repassado pelo Governo do Estado e que também tem fundamental importância na situação financeira das prefeituras. No ano passado, o montante sofreu queda de 2,6% na comparação com 2023. 

A Capital recebeu R$ 507 milhões, ante R$ 521 milhões do ano anterior. A queda foi resultado da mudança que o Estado fez na divisão do bolo do ICMS entre os 79 municípios. Os cofres estaduais também não tiveram o melhor dos desempenhas, mas a receita total de ICMS teve alta de 3,06%, passando de R$ 16,446 bilhões para R$ 16,948 bilhões, conforme dados disponíveis no site do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). 

Outro imposto arrecadado pelo Estado e repassado aos municípios, que é o IPVA, também teve desempenho insatisfatório, subindo somente 2,7%, saltando de R$ 215 milhões para R$ 221 milhões. Ao mesmo tempo, o vulume total de IPVA em Mato Grosso do Sul subiu 6,5%, passando de R$ 1,070 bilhão para R$ 1,140 bilhão no ano passado. 

FUNDEB

Mas, se a prefeita bolsonarista Adriane Lopes não contou com a ajuda do governador aliado no que se refere ao ICMS e IPVA, ela teve importante auxílio decorrente de um fundo federal, o Fundeb, que permitiu que concedesse o reajuste salarial aos professores. 

Os repasses do Fundeb, que são incrementados, entre outros, pela arrecadação do ICMS, aumentaram em 10,6% no ano passado. O valor passou de R$ 834 milhões para R$ 923 milhões, sendo a principal fonte de recursos da prefeitura de Campo Grande. 

À ESPERA

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande em busca de explicações para o aumento de 22% nos gastos com servidores ativos, mas até a publicação da reportagem não havia obtido retorno. 
 

INTERIOR

Agepen faz mistério sobre destino da 'Dama do Crime'

Cerca de 48 horas após prisão, Agência diz que Simone sequer chegou a dar entrada no presídio feminino de Ponta Porã, escoltada pelo Comando de Operações para outra unidade do Estado

21/02/2025 12h15

Aos 43 anos, ela é apontada como suposta auxiliar dos negócios ilícitos de seu marido, tendo fugido anteriormente para Ponta Porã para liderar uma rede de tráfico local

Aos 43 anos, ela é apontada como suposta auxiliar dos negócios ilícitos de seu marido, tendo fugido anteriormente para Ponta Porã para liderar uma rede de tráfico local Reprodução/Marcelino Nunes/P.P.N

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Presa na última quarta-feira (19), Simone Souza Simões, a mulher conhecida como 'dama do crime', apontada como esposa do criminoso chamado de "Pixote", nem sequer chegou a dar entrada no presídio feminino de Ponta Porã. 

Conforme apuração do Correio do Estado, a mulher já não está mais em Ponta Porã e saiu do município sob escolta do Comando de Operações Penitenciárias da Polícia Penal (Cope). 

Segundo confirmado pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), apesar de presa no município longe cerca de 313 km de Campo Grande, Simone Souza sequer chegou a dar entrada no presídio feminino de Ponta Porã. 

A informação é que Simone foi encaminhada da delegacia direto para uma unidade prisional do Estado, sob escolta do COPE. 

Sobre a rapidez da movimentação, a Agência de Administração do Sistema Penitenciário de MS afirma não ser verdadeira a informação que circula por portais de notícias do interior de que uma possível tentativa de resgate teria agilizado as ações policiais. 

Em complemento ao Correio do Estado, a Agepen foi categórica em dizer que a Agência não vai informar, por enquanto, para qual unidade prisional do Estado ela foi levada, nem mesmo o quantitativo do efetivo envolvido

Entenda

O Correio do Estado abordou a prisão de Simone, por policiais do Batalhão do Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul com apoio da PM de São Paulo, de onde foi expedido o mandado de prisão. 

Aos 43 anos, ela é apontada como suposta auxiliar dos negócios ilícitos de seu marido, tendo fugido anteriormente para Ponta Porã para liderar uma rede de tráfico local. 

Investigações apontam que o grupo da "Dama" e de "Pixote", que atualmente cumpre prisão no Estado paulista, pegava entorpecentes do Paraguai para alimentar o tráfico da Baixada Santista. 

Em nota, o BPMChoque destacou que a prisão se tratava de uma "resposta firme", como ação de combate ao crime organizado. 

"Além de neutralizar uma liderança ativa da facção, a ação impacta diretamente sua estrutura financeira, promovendo a descapitalização e o enfraquecimento da organização criminosa", diz. 

Pixote foi condenado a 43 anos de prisão, por participação em posse de uma metralhadora, da invasão à Delegacia de Polícia de Cubatão, na Baixada Santista, em 13 de maio de 2006, quando  criminosos atiraram e tentaram matar três policiais.
**(Colaborou Naiara Camargo) 

 

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Contramão

Deputado de MS faz projeto para proibir câmeras em policiais

Pela justificativa de João Henrique Catan, PL busca autonomia de MS na destinação de recursos, "sem comprometer a eficiência das forças de segurança pública"

21/02/2025 12h00

""Isso é uma afirmação constitucional e eu vou continuar defendendo este direito constitucional existente, independente de qualquer julgamento do STF", diz Catan Arquivo/Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Nesta quinta-feira (21), a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebeu um projeto, de autoria do deputado estadual do Partido Liberal (PL), João Henrique Miranda Soares Catan, com a intenção de proibir a exigência da instalação de câmeras nos uniformes de policiais. 

Conforme justificativa do deputado, o projeto busca "autonomia do Estado na destinação dos recursos", que atenda as "necessidades reais da sociedade, sem comprometer a eficiência das forças de segurança pública".

"Isso é uma afirmação constitucional e eu vou continuar defendendo este direito constitucional existente, independente de qualquer julgamento do STF na legislação concorrente na matéria de segurança pública", cita Catan em nota. 

Ainda, o projeto prevê que, se aprovado, vedará a instalação de câmeras independentemente de regulamentações previstas em âmbito federal ou estadual. 

Conforme o deputado do PL, instalar as chamadas "bodycams" nos uniformes dos agentes traria um impacto financeiro expressivo, além de comprometer "investimentos prioritários em segurança pública". 

Para Catan, antes de investir em câmeras para uniformes de policiais, seria necessário fortalecer ações de prevenção, repressão e investigação. 

Ele cita a necessidade de focar na implementação de "estratégias de policiamento comunitário e o uso de novas tecnologias para coleta, análise e monitoramento de dados", bem como: 

  • Abertura de concursos públicos
  • Valorização e reestruturação dos salários e benefícios de servidores estaduais da segurança 
  • Renovação e ampliação da frota de viaturas e equipamentos de segurança 
  • Aperfeiçoamento profissional, com cursos de capacitação contínua para a formação de especialistas em áreas-chave, (feminicídios; abuso sexual, etc.)

Na contramão

No fim de maio do ano passado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, na figura do ministro Ricardo Lewandowski, publicou a portaria com diretrizes sobre uso de câmeras corporais por órgãos nacionais. 

Tanto  a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) como a Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (SESDES), em resposta ao Correio do Estado, em junho de 2024 já se mostravam favoráveis à instalação e utilização do equipamento por policiais de MS e guarda municipal da Capital. 

Enquanto o uso de câmeras corporais era testado em cinco cidades, Sorriso (MT); Araguaína (TO); Cascavel (PR); Uberlândia (MG) e São José (SC), a PRF em MS, por exemplo, apontava para o tempo de 90 dias de espera para início de uma implantação gradativa. 

Mortes por agentes

Para além do resguardo dos agentes policiais, o equipamento de monitoramento é apontado como ferramenta para coibir o uso de força excessiva e abusos de autoridades praticados na sociedade principalmente contra populações periféricas mais vulneráveis. 

Segundo o Ministério da Justiça, as diretrizes estabelecem 16 circunstâncias em que os equipamentos devem estar, obrigatoriamente, ligados. 

Para elaboração das diretrizes, o MJSP levou em consideração evidências científicas que apontam para redução do uso de força e as reclamações de conduta do policial na ordem entre 25% a 61% com o uso dos devidos equipamentos. 

""Isso é uma afirmação constitucional e eu vou continuar defendendo este direito constitucional existente, independente de qualquer julgamento do STF", diz CatanMortes por intervenção de agentes do Estado. Reprodução/Sejusp-MS

Dados locais disponibilizados em painel estatístico da Sejusp, sobre as chamadas mortes por intervenção de agente do Estado, mostram que 17 pessoas já foram vitimadas antes mesmo do fim do segundo mês de 2024. 

Esse número já ultrapassa o total registrado no ano de início dessa série histórica (2015), quando 15 pessoas morreram em Mato Grosso do Sul vítimas da chamada intervenção de agente do Estado. 

Em 2024 houve queda nesse indicador, ainda assim o segundo pior ano da série, com 86 pessoas mortas no ano passado, diante de 131 vítimas registradas nos 12 meses anteriores, maior marca atingida no intervalo de um ano em Mato Grosso do Sul, 
 

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