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Sem reajuste salarial, motoristas param e Capital não terá ônibus nesta quarta

Consórcio Guaicurus entrou com processo na Justiça do Trabalho para tentar impedir a paralisação, mas pedido foi negado

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O transporte coletivo de Campo Grande não vai funcionar hoje. Os motoristas de ônibus farão uma paralisação de um dia, em protesto contra a falta de reajuste salarial para a categoria.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas, depois que o último carro rodasse ontem, nenhum motorista entraria em um ônibus do transporte coletivo.

“Depois que chegar o último carro na garagem na terça-feira, vamos parar. Não vai ter ônibus amanhã [hoje] o dia inteiro. A paralisação será uma forma de protesto contra a falta de reajuste salarial, e estamos soltando um edital hoje [terça-feira] sobre uma assembleia no sábado, para votar a greve”, afirmou Freitas.

A categoria disse que, nesta quinta e sexta-feira, o trabalho será normalizado, mas no sábado haverá uma assembleia geral para definir se será decretada greve da categoria por tempo indeterminado. 

Mesmo se a categoria votar pela paralisação sem data para a volta, o sindicato garante que no fim de semana haverá transporte público.

“Caso não tivermos notícia de mudança [de posição sobre a falta de reajuste], vamos fazer uma assembleia e entraremos em greve. Não queremos esperar mais tempo, queremos dar uma resposta de imediato”, disse o presidente do sindicato.

“Não adianta parar no domingo, não tem efeito nenhum, tem de ser em dia útil, que tem impacto. Eu não queria parar, sei que atrapalha muita gente, mas temos de fazer isso”, completou Freitas.

Em reunião realizada ontem com o Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pelo transporte público urbano de Campo Grande, a categoria foi informada de que não seria possível haver reajuste salarial. 

A empresa alega que, como ainda não houve o aumento anual da passagem de ônibus, não tem condições de arcar com o reajuste salarial.

“Em dezembro [do ano passado] eles [Consórcio Guaicurus] ofereceram 6,5% de INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor], mas disseram que nem isso conseguem mais cumprir”, reclamou o sindicalista.

JUSTIÇA

Depois do anúncio da paralisação, o Consórcio Guaicurus ingressou com um processo de interdito proibitório na Justiça do Trabalho, para tentar barrar o protesto e obrigar a categoria a trabalhar normalmente. Entretanto, o juiz Christian Gonçalves Mendonça Estadulho negou a ação.

Segundo trecho da decisão, o magistrado entendeu que “embora o autor tenha narrado que poderia ocorrer o ‘injustificável e inaceitável fechamento das garagens das empresas que operam o serviço, impedindo que os ônibus alocados em cada uma delas sejam utilizados pelos empregados não aderentes ao movimento (como já ocorrido em diversas outras pretéritas oportunidades)’ ou mesmo que ‘há, portanto, justo receio do sindicato autor ser tolhido da plena utilização das suas dependências e bens (garagens e ônibus), indispensáveis à prestação do serviço de transporte coletivo’, nenhuma prova (ainda que minimamente indiciária) trouxe aos autos”.

Estadulho segue dizendo que “nenhuma notícia de fechamento das garagens em greves anteriores, nenhuma notícia de tumultos anteriores, nenhuma fotografia ou notícias jornalísticas que pudessem concluir que estaria o autor em risco de ser turbado/esbulhado na posse de seus bens”.

Por isso, ele indeferiu o pedido de concessão de liminar.

“Diante das especificidades do caso em análise, parece-me não ser possível, neste momento, a integral observância da parte final do disposto no art. 562 do CPC, segundo o qual o juiz ‘determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada’”, completou o juiz.

Entretanto, o magistrado alega que, caso haja a paralisação e “ocorram situações que, a juízo da parte autora, importem em impedimento de utilização de seus bens, poderá acionar o plantão judiciário imediatamente (esse magistrado é o atual juiz plantonista), inclusive pela madrugada, para solicitar a reapreciação das medidas ora indeferidas”.

REAJUSTE DA TARIFA

A falta de reajuste, segundo o Consórcio Guaicurus, se deve à demora da Prefeitura de Campo Grande em decretar a nova tarifa do setor.

Segundo a administração municipal, essa demora se deve à cautela para o cálculo do novo valor. “O reajuste da tarifa está sendo cautelosamente estudado, e o Poder Executivo tem feito todo o possível para continuar subsidiando as gratuidades para estudantes, idosos, pessoas com necessidades especiais e seus acompanhantes.

As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2023 estão em andamento, o próximo passo será a discussão, no dia 24, com o Conselho de Regulação, que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública”, disse a prefeitura, em nota.

Saiba: Passagem a R$ 8,00 - No ano passado, em reunião com o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) havia informado que a tarifa técnica de ônibus de Campo Grande seria de quase R$ 8,00 (R$ 7,80).

Esse valor, segundo o diretor-presidente da autarquia, Odilon de Oliveira Júnior, trazia um acréscimo contratual de sete anos e também um aumento que levava em consideração índices utilizados no cálculo (inflação, índice de passageiros por quilômetro rodado, valor do diesel e valor do investimento em reparos na frota).

No entanto, a Agereg diz que esse deve ser o mesmo valor a ser decretado e que o cálculo da tarifa está sendo feito.

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"CASA DO TESOURO"

MP tenta impedir que prefeitura doe R$ 400 mil à igreja no interior de MS

Valores estabelecidos eram para compra de ar-condicionado e automóvel

22/11/2024 10h15

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros Reprodução/Redes Sociais/@edaocorrea

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Recomendações feitas pelo Promotor de Justiça Substituto, Guilermo Timm Tocha, buscam impedir que uma igreja no interior de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 360 km da Capital, receba o repasse municipal de R$ 400 mil que segundo o Ministério Público tinha sido estabelecido em lei. 

Há mais de 130 anos, pelo menos na teoria, o Brasil se firmava como Estado laico, com dever da neutralidade e não doação de recursos financeiros , promovendo uma liberdade para quaisquer crenças e cultos. 

Porém, o promotor evidencia que, no dia 24 de outubro de 2024, a  publicação da Lei Municipal n. 1.771 autorizava o Executivo de Bela Vista efetuar o "repasse financeiro a Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório".

Diante disso, foi instaurado inquérito civil para apurar a regularidade/legalidade da referida lei, que permitiria repasse financeiro de  R$ 400 mil. 

Entre as várias considerações feitas pelo promotor, ele aponta a falta de cadastro de outras entidades religiosas, ou mesmo publicidade que informasse à população de que tal valor poderia ser doado para equipamentos/bens móveis, o que fere a impessoalidade e moralidade, conforme texto da Constituição Federal. 

Como tipicamente observado em cidades interioranas espalhadas pelo País, inclusive, o inusitado é que a distância entre a Paróquia e o prédio tido como Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros. 

Finalidade do repasse

Segundo evidenciado pelo promotor, o referido valor de R$ 400 mil a ser repassado pelo município para a paróquia teria inclusive uma finalidade específica. 

"Para aquisição de equipamentos de ar-condicionado e um veículo automotor, pela Mitra Diocesana de
Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, contrariando flagrantemente a obrigatoriedade de a Administração Pública Municipal manter-se neutra no tocante à religião", complementa. 

Diante disso, entraram na mira do Ministério Público tanto o prefeito Reinaldo Miranda Benites, como o representante legal da paróquia Santo Afonso Maria de Ligório em Bela Vista, uma série de recomendações distintas. 

Ao chefe do executivo são apontadas as seguintes recomendações: 

  1. ) Se abstenha de efetuar o repasse financeiro à Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, consistente no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), objeto da Lei Municipal n. 1.771/2024;
     
  2. ) Se já iniciou o respectivo Procedimento Administrativo de doação objeto desta Recomendação, que este seja ANULADO, dando a devida divulgação do ato anulatório no diário oficial da municipalidade;
     
  3. ) Caso já tenha sido efetuado o repasse financeiro, embora tal informação não conste no Portal da Transparência, que o Município abra o competente Procedimento Administrativo para reaver o valor; e
     
  4. ) Seja dada divulgação adequada e imediata à presente Recomendação

Do lado da paróquia, o representante deve se abster de qualquer ato que viabilize o repasse e, caso já tenha sido efetivado o recebimento do recurso financeiro, que a igreja "o diligencie junto ao Município de Bela Vista/MS, a fim de tomar as providências necessárias para devolução do referido valor devidamente atualizado. "

 

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CAMPO GRANDE

Prefeitura concede promoção vertical a mais de 420 professores

Como previsto no acordo selado em setembro, a mudança hierárquica começou a chegar aos profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino (Reme)

22/11/2024 09h45

Mais de 420 professores são contemplados com a promoção vertical

Mais de 420 professores são contemplados com a promoção vertical Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A promoção vertical começou a chegar aos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) nesta sexta-feira (22), como previsto no acordo, selado em maio deste ano, entre a Prefeitura de Campo Grande e o Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP).

Segundo publicação no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de hoje, mais de 425 educadores tiveram a movimentação de um nível para outro superior, como graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado. O direito foi suspenso pelos decretos de número 12.528/2015 e 12.595/2015.

A progressão vertical é dividida em cinco etapas, definida pelas nomenclaturas Ph-1, Ph-2, Ph-3, Ph-4 e Ph-5. Obviamente, quanto mais próximo do último nível, maior a sua hierarquia ou responsabilidade profissional dentro da área. De acordo com a tabela salarial dos professores da Reme mais recente (setembro), esses são os salários dos professores de cada nível hierárquico, do qual também depende do seu tempo de serviço:

Promoção horizontal

Na tabela mostrada acima, há a nomenclatura de A a H, mas o que seria isso? Essas definições estão relacionadas com o tempo de serviço do profissional em determinada atuação e inclusa na promoção horizontal, concedida pela Prefeitura de Campo Grande em setembro deste ano.

Na época do acordo em maio, ficou tratado que mais de 3 mil professores efetivados seriam beneficiados em setembro, segundo a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Porém, na primeira lista divulgada pela Secretaria Municipal de Gestão (Seges), cerca de 1,5 mil profissionais da educação foram contemplados com a mudança de classe.

No mesmo dia, horas depois, a Prefeitura corrigiu o “erro” e concedeu aumento salarial e mudança de classe aos 3,5 mil profissionais da educação pública da Capital, após deixar cerca de dois mil professores de fora da 1ª lista.

Outros direitos garantidos

Ainda, ficou acordado os seguintes direitos trabalhistas na celebração de maio deste ano:

  • Adicional por tempo de serviço (quinquênio) – é um Adicional por Tempo de Serviço (ATS) no valor de 5% do salário do colaborador que é incorporado ao seu pagamento mensal após um período de cinco anos. O direito foi suspenso pelos decretos de número 12.528/2015 e 12.595/2015. De acordo com a Semed, 3.126 professores efetivados serão beneficiados em dezembro. O benefício voltará a ser pago em dezembro de 2024;
  • Revitalização das escolas municipais e melhorias no material pedagógico – ares-condicionados serão instalados nas salas de aula a partir de 1º de junho de 2024 e a expectativa é que todas as escolas estejam com ar-condicionado até o fim do ano;
  • Eleições para diretores de Escola Municipal de Educação Infantil (EMEIs).

A ACP também reivindicou pelo chamamento de mais 500 candidatos do Concurso Público para Professor da Rede Municipal de Ensino (Reme), mas, a chefe do executivo municipal disse que, por ora, só consegue chamar os 323 já previstos no edital.

salário foi reajustado em 10,39% no ano passado, sendo 4% em fevereiro de 2023 e 6,39% em junho de 2023. Mas, o quinquênio, título e mudança de letra haviam sido deixados para trás mais uma vez. No fim de 2022, a categoria entrou em greve reivindicando por reajuste salarial. 

*Colaborou Naiara Camargo

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