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Taxa de conservação ambiental em Bonito visa garantir a longevidade do turismo

A taxa diária de 7 reais será cobrada a partir de 12 de dezembro e irá viabilizar projetos para preservação

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Como forma de garantir a preservação dos recursos naturais, Bonito irá cobrar uma taxa de conservação ambiental dos turistas. Isso foi pensado com o objetivo de garantir que o município tenha recursos para viabilizar projetos que atendam as demandas do ecoturismo.

A medida foi pensada em conjunto, entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Turismo, visto que, o município não possuía nenhum recurso específico com foco voltado para a conservação ambiental.

Em conversa com o Correio do Estado, a Secretária Municipal de Meio Ambiente de Bonito, Ana Trevelin, destacou a importância de garantir a execução mais eficiente de políticas públicas municipais de gestão ambiental. 

“O fato é que a gente precisa de muito investimento em política pública de meio ambiente no município. Desde a área de gestão de resíduos sólidos, a área de conservação de córregos urbanos. Tem muitos rios que são extremamente importantes para nós e que precisam de investimento para sua proteção”, afirma. 

Sobre a preservação da natureza, a secretária entende que é algo que não pode ficar esperando. “A gente entende que são necessidades que não dá pra ficar adiando. Se a gente não cuidar da natureza na nossa cidade, inviabiliza a longevidade da atividade turística aqui. Essa decisão é um sonho antigo, é uma necessidade antiga. Sempre discutimos isso no Conselho Municipal de Meio Ambiente sobre a importância desses recursos”, comenta. 

Em relação aos impactos negativos que isso pode vir causar no número de turistas, o Diretor Municipal de Turismo, Elias Oliveira, acredita que não vai ser afetado.

"A gente acredita que não vai impactar, pois o visitante que se propõe a fazer turismo na natureza ele é um turista consciente, sabe da importância dessa contribuição para a manutenção do sistema. Tanto que outros destinos de turismo também cobram essas taxas ambientais, justamente por causa do impacto que aquela visitação traz para o sistema", enfatiza. 

Entenda 

A Taxa de Conservação Ambiental foi aprovada na Câmara de Vereadores de Bonito, em dezembro de 2021, mas precisou de quase um ano para ser instrumentalizada e colocada em vigor.

A partir de 12 de dezembro, o turista que visitar Bonito vai pagar uma taxa de R$7 reais por dia no momento que contratar algum tipo de passeio.

A taxa será cobrada apenas para os dias em que o visitante estiver realizando alguma atividade em atrativos turísticos. Ou seja, caso queira ficar o dia no hotel ou passeando pela cidade não haverá custos. Será cobrada mediante o cadastro do visitante junto ao sistema de reservas dos passeios, onde será gerado um QRCode para pagamento via PIX. 

Após o pagamento é emitido um localizador que será informado à agência para que ela possa liberar a emissão do voucher do passeio. 

Foi criada uma conta específica para a arrecadação e o gerenciamento ficará a cargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 

Do total arrecadado, 20% será revertido em assistência médica e seguro para os visitantes e 80% voltado para a preservação ambiental. 

“Temos uma população de 25 mil habitantes e quando chega em períodos de alta temporada o aumento do fluxo de turismo também aumenta todas as demandas em relação a preservação e conservação. A gente precisa tomar algumas ações a longo prazo, não pode pensar só no curto prazo. Tem que pensar no futuro”, afirma Elias Oliveira. 

A exemplo de outros destinos turísticos nacionais como Fernando de Noronha (PE), Bombinhas (SC) e Ilha Bela (SP), ficou decidido que era necessário investimentos maiores e estratégicos para garantir a longevidade do turismo através de ações voltadas à infraestrutura técnica, equipamentos e investimentos para proteção e conservação dos córregos urbanos, rios cênicos, melhoria na gestão de resíduos sólidos urbanos, educação ambiental e arborização urbana. 

 

NUNCA É TARDE

Enem 2025: 159 idosos vão prestar a prova em Mato Grosso do Sul

Ao todo, Estado registrou 57.941 inscrições confirmadas, segundo dados do Ministério da Educação

08/11/2025 18h15

Primeiro dia do Enem é amanhã, domingo (9)

Primeiro dia do Enem é amanhã, domingo (9) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Amanhã, domingo (9), é o primeiro dia da aplicação do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) deste ano, uma das etapas mais importantes para aqueles que querem ingressar no ensino superior. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), 159 idosos (60 anos ou mais) em Mato Grosso do Sul fazem parte daquele grupo que acredita que “nunca é tarde para começar” e irão prestar a prova nos próximos dois finais de semana.

Conforme números disponíveis no Painel do Enem, 57.941 sul-mato-grossenses confirmaram inscrição no exame, sendo que 34.849 (60,15%) são mulheres e 23.092 (39,85%) são homens. Até por uma questão lógica, a faixa etária dos 17 anos é a que mais concentra inscritos no Estado, com 15.240.

Em relação ao panorama nacional, 17.192 idosos irão realizar o Enem deste ano. Confira abaixo a tabela de inscritos por faixa etária em Mato Grosso do Sul:

Idade Quantidade
Menor ou igual a 16 anos 10.288
17 anos 15.240
18 anos 10.399
19 anos 4.518
20 anos 2.669
Entre 21 e 30 anos 8.905
Entre 31 e 59 anos 5.763
60 anos ou mais 159

Em comparação com ano passado, o Estado obteve uma alta de 13,17% no número de candidatos em comparação com o ano passado, quando 51.199 sul-mato-grossenses participaram da prova.

No primeiro dia, ou seja, amanhã, será aplicada a redação, de tema que só será descoberto na hora, e 90 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias (Língua Portuguesa, Literatura e Língua Estrangeira) e ciências humanas e suas tecnologias (História, Geografia, Sociologia e Filosofia). No outro domingo (16), é a vez de 90 questões de Matemática e ciências da natureza (Física, Química e Biologia)

Preparação

Em conversa com o professor Ale Jamil, na segunda-feira (3), ele afirmou que é essencial manter o corpo e a mente sãos, diminuindo o ritmo de estudos de forma gradual até domingo, o que vale para ambos os dias de prova.

“É um equilíbrio. Obviamente, descansar, mas o descanso para os dias finais, sexta e sábado, diminuir o ritmo para que domingo ele [aluno] consiga plenitude e que a carga de energia esteja renovada. Mas, durante a semana, fazer muitos exercícios e não assimilar conteúdos novos, porque o que ele já aprendeu, já aprendeu, o conteúdo novo agora não vai aprender, ele vai reforçar aquilo que já sabe”, disse.

Por exemplo, Ana Ana Júlia Mascarenhas, de 18 anos, sonha em fazer Medicina em faculdade pública, com preferência pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Para atingir seu objetivo, ela vai ao cursinho todos os dias, e disse que sua preparação está equilibrada, assim como indicou o professor Jamil.

“Eu me preparei o ano todo, então essa semana eu estou revisando mais e refazendo várias questões, vendo que é o ponto mais importante. Mas tentando sempre manter o equilíbrio, para não estar muito sobrecarregada no dia. Eu estou bem tranquila, mantendo o ritmo, não aumentando nem diminuindo”, destaca.

Aos alunos que não estudaram nos últimos 11 meses e querem revisar todos os conteúdos “de última hora”, o professor diz que esses terão grande problema na prova. Ele afirma que conhecer as edições anteriores e revisar os tipos de questões, já que o Enem é baseado em habilidades e competências, pode ajudar.

Saiba

As notas do Enem são divulgadas somente no ano seguinte da realização das provas, neste caso, em 2026. A pontuação pode ser usada em diversas universidades públicas do País, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

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ALTO ÍNDICE

Campo Grande acumula 85 vítimas de feminicídio nos últimos 10 anos

Última vítima na Capital foi Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, morta a facadas por um foragido do Mato Grosso que tinha mandado por crime parecido

08/11/2025 17h15

Sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)

Sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Arquivo/Correio do Estado

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Espancadas, esfaqueadas, atacadas e violentadas pelo fato de serem mulheres. Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp-MS), Campo Grande somou 85 vítimas de feminicídio nos últimos 10 anos, sem demonstrar sinais de queda com o passar dos anos.

Este ano, tudo começou em 13 de fevereiro, com a morte da jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, após ser esfaqueada por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.

Menos de um mês depois, no dia 1º de março, foi a vez de Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, ser assassinada. Ela foi encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, após ter sido tapeada pelo marido por causa de uma discussão, que ainda lhe jogou uma pedra na cabeça.

Depois de quase três meses de hiato nos casos, a Capital registrou um duplo feminicídio, cometido por João Augusto Borges, de 21 anos, que estrangulou e carbonizou a esposa Vanessa Eugenia Medeiros, de 23 anos, e a filha Sophie Eugênia Borges, de 10 meses, na região do Indubrasil.

No dia 2 de outubro, Gisele da Silva Saochine foi esfaqueada e morta pelo marido no quintal de casa. Em seguida, ele a arrastou para o quarto e a incendiou. Depois, foi para o carro que estava na garagem e colocou fogo em si mesmo, morrendo carbonizado. Ambos tinham uma filha de 16 anos.

Por último, o caso mais recente, ocorrido no dia 28 de outubro. Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, foi morta a facadas no bairro Colúmbia, em Campo Grande, por Gilson Castelan de Souza, que havia cometido um crime muito parecido em Várzea Grande (MT), em 2022, e era foragido da Justiça desde então.

Mesmo que os relatos e números impressionem, este não é o pior ano de Campo Grande no quesito. Em 2022 e 2020, a Capital registrou 13 e 12 vítimas de feminicídio, respectivamente, configurando-se os dois piores anos da cidade em quantidade de assassinadas.

Para efeito de comparação, Campo Grande é responsável por 23,48% dos feminicídios em Mato Grosso do Sul do período de 2015 até agora. Em termos de números absolutos, a Capital registrou 85 vítimas nestes 10 anos, enquanto as outras 78 cidades do Estado somadas catalogaram 277 mortas.

Espelho

Até por ser Capital, Campo Grande é reflexo do que acontece em todo o Estado. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, no ano passado, Mato Grosso do Sul foi o segundo estado do País com a maior taxa de assassinatos de mulheres pelos seus companheiros, com taxa de 2,4 por 100 mil habitantes, atrás apenas de Mato Grosso.

“Os números mostram uma situação grave, e o que eles não mostram compõe um cenário mais amplo que é ainda mais cruel e duro do que dizem os registros oficiais. Isso porque, quando falamos de violência de gênero, falamos de um fenômeno que continua sendo marcado por subnotificação, silêncio e naturalização social”, informa trecho do Anuário Brasileiro da Violência.

“Enquanto sociedade, por mais que estejamos gradualmente rompendo com a normalização dessas violências, ainda enfrentamos uma cultura que muitas vezes trata a violência contra a mulher como natural [...]. Como algo que decorre da ordem regular das coisas”, completou.

Até para servir de exemplo, esta semana Mato Grosso do Sul registrou duas vítimas de feminicídios em menos de um dia em duas cidades do interior: Aline Silva, de 26 anos, foi morta a facadas em Jardim; e Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves, de 43 anos, em Aparecida do Taboado.

Lei do feminicídio

Datada de 09 de outubro de 2024, a nova "lei do feminicídio" eleva para 40 anos o crime de assassinato de mulheres, no contexto de violência doméstica ou de gênero. 

Como esclarece material da Agência Senado à época, a legislação anterior definia o feminicídio como um crime dentro do âmbito do homicídio qualificado, sendo pela nova lei considerado autônomo. 

Com alterações no Código Penal, Lei das Contravenções Penais, de Execução Penal, de Crimes Hediondos e Maria da Penha, entre outras medidas importantes, houve um aumento da pena, de 12 a 30 anos para reclusão de 20 a 40 anos. 

Entretanto, é importante explicar que, não cabe aplicação retroativa aos crimes que aconteceram antes da vigência da nova Lei do Feminicídio, graças ao chamado "princípio da não retroatividade in pejus", o que impede penas mais graves nesses casos. 

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