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Taxistas denunciam transporte clandestino na rodoviária da Capital

Pessoas se passam por motoristas de aplicativo para conseguir passageiros, inclusive para o interior do Estado; conforme as denúncias, os imigrantes são as principais vítimas do transporte irregular

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Taxistas que atuam no terminal rodoviário de Campo Grande denunciaram ao Correio do Estado que o ponto está sendo local de abordagens para viagens clandestinas.

Pessoas se passam por motoristas de aplicativo e aproveitam para conseguir passageiros – principalmente imigrantes –, inclusive para transporte até o interior de Mato Grosso do Sul. 

A reportagem esteve no terminal em dois momentos durante a semana do Carnaval e conversou com taxistas. Todos relataram a ocorrência de viagens clandestinas.

Dois motoristas, que não quiseram se identificar, por medo de represálias, informaram que essas pessoas são perigosas e sempre provocam os taxistas. 

Um dos motoristas confirmou a ocorrência de viagens para o interior do Estado e disse que já realizou esse tipo de transporte, mas de maneira regularizada. 

“Se a gente faz por R$ 1.000, eles fazem por R$ 600, porque a gente é regularizado, não pode levar um passageiro e voltar com outro, e eles fazem isso, aí têm lucro em cima. Um companheiro nosso fez isso e está pagando até agora uma multa”, relatou o taxista. 

 

Os profissionais regularizados encaminharam para a reportagem um vídeo em que aparece um grupo de cinco pessoas que, segundo os taxistas, é responsável por oferecer o transporte clandestino aos passageiros do terminal. 

O capitão da Polícia Militar Rodoviária Kléber Oliveira informou que os taxistas são credenciados para realizar esse transporte, mas seguindo algumas regras. Tirando a liberação para esses profissionais, o transporte sem regulamentação é crime. 

“Nas rodovias, uma vez que seja flagrado esse tipo de veículo irregular, é feito o encaminhamento para a delegacia, onde executamos todo o procedimento criminal e a responsabilização do proprietário do veículo e do condutor”, disse Oliveira. 

Além dos taxistas, pessoas que trabalham nas empresas de ônibus também relatam esse tipo de abordagem ilegal e oferta de transporte clandestino no terminal rodoviário. 

Funcionário da Andorinha, Rafael Mendes relatou que sempre se depara com pessoas oferecendo viagens para o interior do Estado em frente à agência. O supervisor já foi ameaçado pelos motoristas clandestinos, por denunciar a atividade irregular aos órgãos competentes. 

“Eles são bastante maldosos, ameaçam, falam que vão descobrir onde moramos e que vão mandar nos bater. Inclusive, eu mesmo na hora de ir embora tenho de ficar esperto, porque vários me ameaçaram. E isso acontece com frequência, ainda mais com os imigrantes haitianos e bolivianos: eles se aproveitam que o pessoal não sabe se é correto ou não e acabam, às vezes, indo pelo valor mais baixo, que é pouca coisa”, informou o supervisor. 

FISCALIZAÇÃO

Em relação às viagens clandestinas para outros municípios, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos (Agems) é a responsável pela fiscalização dessas atividades. 

Segundo Rafael Mendes, já foram enviados fotos e vídeos e feitas diversas denúncias ao órgão e, nos últimos dois meses, a Agems tem realizado fiscalizações no terminal. No entanto, ainda assim não é o suficiente para impedir esse tipo de atividade ilícita. 

“Eles [Agems] não ficam aqui o dia inteiro. A fiscalização da agência estadual e a polícia só ficam uma determinada hora do dia, de manhã e, às vezes, à tarde”, disse Mendes. 

“Mas no período da noite a fiscalização vai embora, e o pessoal que oferece o transporte clandestino fica na frente do guichê. Eles brigam conosco e, em meio aos gritos, anunciam os destinos. Tem cliente que infelizmente vai, porque não conhece o perigo que é”, complementou o supervisor. 

Em nota, a Agems informou ao Correio do Estado que realiza fiscalizações permanentes, inclusive no terminal rodoviário, a partir de denúncias ou da constatação dos fiscais.

Conforme a agência, as ações também ocorrem nas estradas do Estado e, no Carnaval, dois carros foram apreendidos ao serem flagrados transportando passageiros. 

“Viagem intermunicipal remunerada em veículo particular é um transporte individual e, portanto, é proibida, incluindo as praticadas por carros de aplicativos. Os aplicativos só podem rodar dentro dos limites de cada município, seguindo as normas de cada prefeitura”, informou a Agems em nota. 

TRANSPORTE MUNICIPAL

Além do transporte intermunicipal, há também o transporte irregular de passageiros dentro da Capital. Taxistas relatam que, além dessas pessoas não serem motoristas de aplicativos, também lesam os passageiros, pois cobram taxas abusivas sobre as viagens. 

“Eles falam que o táxi é mais caro, e eles cobram mais caro que a gente. Plantão passado mesmo, de madrugada, chegou um senhor aqui e eles começaram a gritar ‘é Uber, é Uber’, e não tem nada de Uber. O cara foi lá e perguntou quanto dava para ir no Residencial Betaville, eles falaram R$ 35, e no taxímetro dá R$ 25. A pessoa não compara preço e acaba aceitando a oferta deles”, comentou o taxista Centurião Ramos. 

Os profissionais afirmam que a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), que é a responsável pelas fiscalizações de transporte no município, pouco aparece na rodoviária, mesmo com as denúncias dos taxistas. 

“A Agetran algumas vezes passa aqui durante o dia, mas no período da noite eles somem. Me parece que o coordenador do ponto de táxi já foi na Agetran, já pediu para ficarem aqui até pelo menos meia-noite, mas eles alegam que não têm agentes suficientes”, disse o taxista José Carlos. 

Até o encerramento desta edição, a Agetran não tinha respondido à reportagem. A Socicam, empresa responsável pela administração do terminal rodoviário de Campo Grande, informou que não tem poder para fiscalizar e atuar nas situações que ocorrem na área externa do local.

Saiba: A Socicam, empresa responsável pela administração do terminal rodoviário de Campo Grande, informou que não tem poder para fiscalizar e atuar nas situações que ocorrem na área externa do local.

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Influenza

Mais uma morte confirmada por gripe em MS

O boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) registrou o óbito de um homem, natural de Corumbá

19/09/2024 18h48

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Conforme o Boletim Epidemiológico desta quinta-feira (19), um idoso de 71 anos é a nova vítima de influenza em Mato Grosso do Sul. Em 2024, o Estado acumula 78 óbitos por gripe.

Entre as causas de morte, estão:

  • 18 - Influenza A H1N1
  • 50 - Influenza A H3N2
  • 9 - Influenza A não subtipado
  • 1 - Influenza B


Neste boletim, destaca-se que apenas o idoso de 71 anos, natural de Corumbá, faleceu em 11 de setembro por Influenza A não subtipado. A vítima possuía comorbidades de doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus.

Imunização

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) alerta que a única forma de prevenção é manter o esquema vacinal atualizado.

“A vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção mais eficazes para proteger contra essa doença e, principalmente, contra a evolução para complicações e óbitos. A vacinação também contribui para a redução da circulação viral na população, protegendo especialmente os indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco.”

O perfil dos casos de influenza hospitalizados é composto por crianças de 1 a 9 anos, que correspondem a 20,9%; seguido por idosos com idade entre 80 e 98 anos, com 15,0%; e, em seguida, por aqueles com 60 a 69 anos, com 13,4%.

A faixa etária de 70 a 79 anos corresponde ao menor índice de internação entre os idosos, com 11,6%.

Divulgação SES

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Poluição

Fumaça tóxica de queimadas pode tomar céu de Campo Grande

Conforme a medição feita pela QualiAr, a condição do ar em Campo Grande caiu para moderada, e deve piorar com a chegada da fumaça das queimadas de outros estados

19/09/2024 18h00

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Depois de dias de refresco devido à frente fria que trouxe chuva a diversas regiões do Estado, o céu será, mais uma vez, encoberto por fumaça com poluentes nocivos à saúde incluindo a Capital.

No dia 1º de setembro a fumaça tomou o céu de Campo Grande, foram treze dias em que a poluição intensificou a ponto de a qualidade do ar ser apontada como a pior do ano.

Com o avanço da frente fria e a chuva no final da noite de domingo (15), o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Vinícius Sterling, explicou que os ventos vindos do sul empurraram a fumaça para a região mais ao norte, especificamente para os estados de Mato Grosso (MT) e Goiás (GO).

Divulgação Cemtec

É preciso ressaltar que, como não houve chuva na Amazônia (brasileira e boliviana) e em Mato Grosso - o estado que mais queima no país -, com a mudança de direção do vento, a fumaça tóxica das queimadas retorna para Mato Grosso do Sul.

No entanto, conforme o meteorologista ressaltou, é difícil cravar um cenário; as condições podem variar. Em uma estimativa favorável parte do Estado volta a receber chuva a partir de amanhã.

Poluição

Em conversa com o Correio do Estado, o professor e coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas, Widinei Alves Fernandes, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, alertou que a qualidade do ar nesta quinta-feira (19) está moderada, e a tendência para os próximos dias é de piora.

“A qualidade do ar hoje está moderada, mas possivelmente ela vai piorar”, pontuou o professor.

Durante a semana, a condição do ar chegou a ficar boa. A mudança ocorre devido a várias regiões do país estarem em chamas e, é claro, ao Pantanal e à Amazônia.

Segundo o professor, ventos vindos do leste do estado de São Paulo, que registrou focos de incêndio em diversos municípios, também contribuem para a situação. “Vamos ter uma fumaça proveniente da Bolívia e da região noroeste do estado, está vindo da Amazônia. Então, haverá uma piora da qualidade do ar entre hoje e amanhã cedo.”

Índice

A qualidade do ar moderada está na medida 43, enquanto, para ser considerada como “boa”, precisa estar em 40. “Nesses próximos dias, possivelmente, vai ficar nessa condição moderada que estamos tendo, que estamos vendo hoje.”

O alerta para o perigo da poluição das queimadas está na presença do material particulado, que em altos índices pode causar diversas doenças, como câncer de pulmão.

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