O projeto da prefeitura, de transferir o camelódromo para a antiga rodoviária, vai enfrentar resistência por parte dos comerciantes. Pelo menos foi o que ficou evidenciado ontem numa consulta que teve a participação de 294 dos 467 comerciantes. Pela consulta (em que 173 não participaram), 283 posicionaram- se contra a mudança e só 11 concordaram com a transferência. Eles reuniram- se em assembleia e vão entregar ainda esta semana a ata da reunião ao prefeito Nelsinho Trad. Com base nesta votação de ontem, a Associação dos Vendedores Ambulantes (AVA), que é contra a mudança, quer convencer o prefeito a desistir do projeto. O presidente da AVA, Vicente Peixoto, diz que os comerciantes temem perder a clientela caso mudem de localização. “Fora isso, tem a questão da segurança. O prédio da rodoviária velha já é conhecido pela concentração de marginais, tráfico de drogas e prostituição. A gente não quer trocar o certo pelo duvidoso”. Claudinei Bruchman, 58 anos, trabalha no camelódromo desde a inauguração e diz que não quer se mudar. “As pessoas já me conhecem aqui, acho melhor não mexer com isso, não”. Cicera dos Santos, 38 anos, tem a mesma opinião. “A localização nossa é boa e agora que a gente se adaptou aqui, os clientes se acostumaram . Não acho certo”. Já Isabel Gonçalves, 39 anos, prefere mudar-se para o Centro Comercial Heitor Laburu. “Quem vai garantir que se a gente ficar daqui a alguns anos não vão querer que a gente saia? Nós não somos donos dos boxes e lá acho que pelo menos teríamos a chance de ser proprietário do espaço que vamos instalar o nosso comércio”. Embora a situação não esteja ainda definida, comerciantes da antiga rodoviária são favoráveis a receber os vendedores do camelódromo no local. “Hoje faremos uma reunião entre nós para definir estratégias. Para a gente, seria a salvação. O comércio aqui está completamente perdido desde a desativação do terminal”, afirma Rosane Nely de Lima, uma das lojistas.