lidiane kober
O senador Valter Pereira recebeu proposta de comandar o PSB no período das eleições. Ele, porém, exigiu a maioria dos cargos da executiva para deixar o PMDB. O atual presidente regional do partido, Sérgio Assis, considera difícil atender todas as exigências do senador. Ele ofereceu a vaga de vice-presidente a Valter, com a garantia de o parlamentar assumir o comando da sigla durante a campanha eleitoral, por conta do seu afastamento do cargo para concorrer a deputado federal.
O problema em atender as exigências do parlamentar reside no fato de gerar mal-estar com outras lideranças do partido, com as quais Assis firmou compromissos anteriores. "Lideranças, que vão disputar as eleições, entraram no PSB com a garantia de espaço na executiva. Agora, não posso voltar atrás, principalmente, diante do risco de não ter candidatos", explicou. "Até mesmo porque, ao aderir ao partido, o Valter não poderá concorrer", completou. A lei eleitoral exige que o candidato esteja filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes das eleições.
Além de oferecer ao senador a vice-presidência e o comando do partido no período eleitoral, Sérgio Assis propôs ao filho de Valter, o prefeito de Terenos Beto Pereira (PSDB), a secretaria-geral do PSB. "Tenho muito interesse na vinda do senador, mas não podemos desagregar o que já temos", ponderou. "De nada adianta um entrar por uma porta e outros saírem pela outra", acrescentou.
Na visão de Assis, Valter tem todas as chances de, com o tempo, conquistar a maioria da executiva do partido, sem causar mal-estar. "Com o tempo, ele vai ter o seu espaço e isso precisa acontecer sem trauma", disse.
No entanto, o fato de não ter a maioria da executiva do PSB e depois de manter conversas com o governador André Puccinelli (PMDB), Valter decidiu refletir um pouco mais sobre sua adesão ao PSB. Inicialmente, ele prometeu anunciar sua posição no dia 21 de abril, depois adiou a decisão para o final do mês passado e, agora, só vai falar sobre o assunto no dia 20 de maio. "Vamos aguardar", disse Assis. "Mas a decisão de Valter, para nós, é uma incógnita. Ainda mais levando em conta informação de que, sem a maioria do diretório do PSB, o senador ficaria no PMDB para concorrer a deputado federal", contou Assis.
Sobre o rumo do partido na sucessão estadual, o presidente regional do PSB mantém mistério, mas garantiu que a adesão do senador ao partido de nada influenciará a legenda. Nos bastidores políticos, circula a informação de que Valter só deixaria o PMDB para apoiar o projeto do PT retomar o comando do Governo do Estado.