Escolha uma das receitas ou as duas para você dar uma variada no pão de cada dia
Entre queijos, embutidos, vinhos e ensopados, a gastronomia de Alentejo, no sudeste de Portugal, conquista os viajantes pela autenticidade e pelos sabores intensos. Mas há um elemento que nunca falta à mesa e que simboliza como poucos a identidade da região: o pão alentejano. Mais do que um simples acompanhamento, ele é um verdadeiro patrimônio cultural, transmitido de geração em geração, e presença garantida em todas as refeições do dia a dia.
Rústico, de sabor marcante e preparado com ingredientes simples (farinha de trigo, fermento natural, sal e água), o pão alentejano é tradicionalmente assado em forno a lenha, adquirindo aquela crosta dourada e estaladiça que o torna inconfundível. Sua origem remonta aos tempos dos romanos, que introduziram o cultivo do trigo na região, e depois foi perpetuada pela influência árabe, que o transformou em um alimento essencial na mesa alentejana.
Mais que um acompanhamento, o pão é parte das receitas típicas, como a açorda alentejana, uma sopa simples e reconfortante feita à base de pão, alho, coentro, azeite e ovo escalfado. Também acompanha ensopados, pratos de caça e até preparações doces, revelando a sua versatilidade.
Além de provar o saboroso pão alentejano, os turistas que visitam a região podem vivenciar esta tradição de forma especial por meio de oficinas que ensinam todo o processo, desde a sova até o cozimento em forno a lenha.
BEJA
Um exemplo é o Forno da Ti Bia Gadelha, no centro histórico de Beja, junto ao Castelo e à Sé Catedral, que foi o último forno comunitário da cidade. Durante décadas, os habitantes levavam a massa preparada em casa para assar e, após anos desativado, o forno voltou a funcionar, trazendo o aroma inconfundível de pão quente e mantendo viva essa prática ancestral. Os turistas podem acompanhar toda a demonstração de funcionamento do forno, basta fazer o agendamento para garantir a experiência completa.
Ainda em Beja, a oficina À descoberta do Moinho Grande permite que o visitante conheça de perto a produção do pão, veja como funcionava este antigo engenho de moagem e ouça antigas histórias da região. Já no Vale de Rocins, há uma oficina de pão tradicional alentejano que convida os participantes a colocar a mão na massa para preparar o famoso pão alentejano. Ao final, é oferecida uma tiborna (degustação de pão, azeite e açúcar e/ou sal).
Ingredientes:
> 1 kg de farinha de trigo;
> 20 g de sal;
> 600 ml de água morna;
> 50 g de fermento fresco.
Modo de Preparo:
- Comece a colocar a farinha numa tigela (se possível, de barro ou de madeira) e abra um pequeno espaço no centro para adicionar o fermento;
- Adicione pequenas doses de água morna no local onde está o fermento e mexa com a mão para o desfazer;
- Continue a adicionar água aos poucos e também o sal;
- Vá mexendo a farinha para que ela absorva totalmente a água;
- Bata a massa contra a tigela ou contra uma mesa até durante, pelo menos, 20min. Quanto mais tempo bater, mais fofo ficará o pão;
- Depois de bater a massa, polvilhe-a com farinha para que ela não se cole à tigela;
- Cubra com um pano e deixe repousar num local com temperatura amena até que a massa aumente de volume (tempo de 2h a 3h);
- Pré-aqueça o forno a 200 ºC;
- Retire a massa da tigela, faça uma bola e polvilhe de novo com um pouco de farinha;
- Assim que o forno estiver quente, leve a bola ao forno e aumente a temperatura para 250 ºC durante os primeiros 5min;
- Nos próximos 55min, o forno deve voltar à temperatura de 200 ºC.
MONTEMOR-O-NOVO
Outra opção, em Montemor-o-Novo, é o projeto Spira, que oferece um workshop de pão alentejano em que os visitantes podem preparar o seu próprio pão. Outros lugares que disponibilizam atividades relacionadas ao pão alentejano são os hotéis Herdade da Malhadinha (Beja) e Land of Alandroal (Alandroal). Todas as experiências citadas precisam de agendamento prévio.
DICAS
Para um melhor resultado do pão alentejano, confira a seguir algumas dicas a serem aplicadas na receita desta página. O tempo de cozedura pode depender da potência do forno. Em caso de dúvida, vá vigiando e retire o pão alentejano antes que ele fique demasiado tostado.
Aumentar a temperatura do forno serve para acelerar o processo de cozedura, mas não é obrigatório. Pode manter o forno sempre nos 200 ºC. Não corte imediatamente o pão depois de o retirar do forno porque pode não estar totalmente cozido. Mesmo fora do forno, ele continua a cozer durante mais alguns minutos.
PÃO DE ARROZ
Do custo ao preparo, passando pelo tipo de ingredientes envolvidos, a receita de pão de arroz cozido pode ser uma boa pedida para quem, mesmo sem ser chef profissional, é chegado na prática culinária, mas, como é bastante comum, nunca se candidatou ao posto de padeiro. Isso mesmo. Esqueça os malabarismos com os ovos – aqui, você vai precisar de apenas dois – ou com a batedeira em busca do ponto certo da massa.
Basta jogar tudo no liquidificador, ou quase isso, e, com mais alguns passos, você terá um belo e farto pão à sua frente. Ou, como verá abaixo, a massa pode ser dividida em porções menores no formato de bolinhas antes de ir ao forno. De ponta a ponta, seu pão ficará pronto em duas horas.
Parboilizado ou simples, branco ou negro, selvagem, integral ou dourado. Tanto faz o tipo a ser utilizado para uma das sugestões de receita hoje. A única exigência incontornável é que o arroz esteja cozido. É possível que o tempo de forno sofra alguma variação, para mais ou para menos, conforme o arroz escolhido. Mas esse detalhe não deve tirar seu sono.
Ingredientes:
- > 2 xícaras (chá) de arroz cozido;
- > 1 xícara (chá) de açúcar;
- > 2 ovos;
- > 10 g de fermento biológico seco;
- > 2 colheres (sopa) de queijo mussarela ralado;
- > 1 pitada de sal a gosto;
- > 2 colheres (sopa) de manteiga;
- > 2 xícaras (chá) de leite morno;
- > 1 xícara (chá) de óleo;
- > 4 xícaras (chá) de farinha de trigo;
- > 100 g mussarela ralado e mais um pouco para pincelar.
Modo de Preparo:
- Em um liquidificador, bata o arroz, o açúcar, os ovos, o fermento biológico seco, o queijo mussarela ralado, o sal, a manteiga, o leite e o óleo até a massa ficar homogênea;
- Misture a farinha com a massa em uma vasilha e, em seguida, deixe descansar em uma forma untada por aproximadamente 60min;
- Divida a massa em bolinhas e leve para assar em forno pré-aquecido a 180 °C por 30min a 40min;
- Assim que sair do forno, pincele manteiga e coloque queijo mussarela ralado nele ainda quente;
- Espere esfriar um pouco antes de servir.
DESCANSO
Antes de levar ao forno, deixe a massa do pão descansar, de preferência, em um local arejado e silencioso. Sim, barulho e abafamento prejudicam a performance da mistura durante a etapa de repouso. E quando o pão estiver assando, nada de ficar abrindo o forno para dar uma conferida. Para o monitoramento dessa etapa, só vale a pena ficar de olho a partir de 30 minutos depois de ter colocado o pão para assar.
PROPRIEDADES
Riquíssimo em carboidratos, o arroz, graças a esse item em sua composição, é altamente energético. E, por não possuir glúten, é um alimento obrigatório no cardápio dos celíacos. O modo como o metabolismo humano o processa favorece a presença de menos gordura e mais sais minerais – potássio, ferro, magnésio etc. – no organismo.
Além desses benefícios, o arroz também joga a favor do equilíbrio da pressão arterial e dos níveis de colesterol, ajuda a prevenir diabetes – por causa do amido, que possui em grandes quantidades.
REINVENTANDO
Mesmo assim, você poderá tornar o pão de arroz cozido ainda mais nutritivo. Basta utilizar metade de farinha de trigo comum e metade de farinha de trigo integral. Uma colher de chá de linhaça e uma colher de chá de chia deixarão o seu pão com mais “sustança”.
Alguns especialistas de avental apostam que a intuição tem um papel importante durante o preparo, sem risco de fazer a receita desandar. Até com o uso de água, em substituição ao leite, a receita funciona. E até com um tantinho a mais de arroz ela vira um sucesso. Evite a margarina, justamente pelas questões de saúde.
O fundamental é que a mistura, após a etapa liquidificador, fique com o aspecto de um creme meio molinho. Tudo vai depender das condições de arroz cozido que você vai reutilizar para reciclar e, então, se refestelar. Agora, ao trabalho e bom apetite.