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UNESCO

Brasil concorre a título de Cidade Criativa com quatro municípios

Brasil concorre a título de Cidade Criativa com quatro municípios

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Quatro municípios brasileiros concorrem, este ano, ao título de Cidade Criativa, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A certificação é uma forma de reconhecer práticas que coloquem as indústrias criativas e culturais a serviço do desenvolvimento social local. Três capitais – Belo Horizonte, Fortaleza e Aracaju – disputam nas categorias gastronomia, design e música, respectivamente, e o município interiorano de Cataguases, em Minas Gerais, na de cinema. 

Além das quatro categorias,a disputa inclui as categorias artesanato, artes folclóricas, literatura e artes midiáticas. De acordo com a Unesco, a relação dos vencedores será anunciado no final do ano.

Com 15 anos de existência, a Rede de Cidades Criativas congrega 180 cidades de 72 países, das quais oito estão no Brasil. Belém e Florianópolis, por exemplo, ganharam destaque na área da gastronomia, ao passo que Brasília e Curitiba entraram para a lista da Unesco devido à sua produção no campo do design.

Fábrica do Futuro

O diretor do Instituto Fábrica do Futuro, César Piva, relembra como Cataguases, cidade com cerca de 75 mil habitantes, tornou-se um polo de cinema. O movimento vem ocorrendo desde 2002, quando representantes de vários setores se aproximaram para fazer a ideia engrenar. Juntaram-se, em torno do mesmo desejo, lideranças locais, instituições do terceiro setor, fundações, grupos culturais, empresas privadas e gestores municipais. Naquele ano, o plano já dava frutos à comunidade, com a inauguração do Centro Cultural Humberto Mauro, que dispõe de um cineteatro de 272 lugares, um memorial que homenageia o cineasta, considerado um dos pioneiros do cinema brasileiro, e uma galeria de arte.

"Esse grupo anunciou um programa de cultura e desenvolvimento local que tinha a cultura, especialmente o audiovisual e as novas tecnologias, como uma diretriz para uma nova possibilidade de desenvolvimento para a região: o desenvolvimento social, cultural e econômico. A partir de lá, vários estruturantes foram realizados, essa rede de cooperação local, projetos de eventos, festivais de cinema, programas de formação de público, residências criativas, projetos experimentais junto a jovens talentos da região, programas de formação e capacitação. Ou seja, foi feito todo um trabalho de preparação da cidade para implantação do polo", disse Piva, que também está à frente da agência do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais.

Piva destacou que uma obra, especificamente, ajudou a dar ainda mais projeção à iniciativa que coletivamente ganhava intensidade. Segundo ele, um dos fatos que chamaram a atenção do governo federal foi o lançamento da refilmatem de Meu Pé de Laranja Lima, em 2012. O longa-metragem foi rodado em Cataguases e tem direção de José de Abreu e Marcos Bernstein, que assinou, com João Emanuel Carneiro, o roteiro de Central do Brasil. 

O diretor da Fábrica do Futuro ressalta que a recompensa pela mobilização chegou na forma de novas parcerias e de um edital, firmado com colaboração da Agência Nacional do Cinema (Ancine), no valor de R$ 10,5 milhões. Além disso, profissionais de toda a cadeia de produção puderam viajar Brasil afora e para o exterior, para ampliar seu conhecimento, acrescentou Piva. "Ou seja, um pequeno município que tem feito um trabalho estruturador, há quase 20 anos, se estabelece como um centro de produção audiovisual, reúne parcerias, instituições públicas e privadas e políticas públicas e se torna um arranjo capaz de atrair grandes produções para serem realizadas na região. Agora vamos lançar o edital, provavelmente um dos maiores do Brasil, no dia 2 de agosto, para que as produções continuem se realizando aqui. A previsão é de triplicar o número de filmes nos próximos anos."

Balanço do Núcleo Inteligência Empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que, de 2008 a 2018, foram realizadas na cidade 27 produções audiovisuais. Somente este ano, 14 obras deverão ser produzidas, das quais seis são longas-metragens e cinco, curtas. Há, ainda, previsão de que uma série de televisão seja gravada no local.

O levantamento também indica que, no período, as produções geraram 1,5 mil empregos diretos e R$ 14 milhões em investimentos, provenientes de isenções fiscais de âmbito federal e estadual. No total, injetaram-se R$ 29 milhões na economia da região.

Para César Piva, a economia criativa é um ramo que produz "impactos importantíssimos na economia de qualquer país", por fazer girar oportunidades. "É uma indústria limpa, ela é inesgotável, é sustentável, promove a autoestima de um país, de uma cidade, promove nosso patrimônio cultural, nossa diversidade cultural. Ela é considerada, no mundo todo, uma grande possibilidade de diversificação, inclusive, do desenvolvimento. Isso, por si só, deveria ser entendido como um grande valor a ser incentivado por qualquer pessoa no Brasil, no mundo e no governo. E acho que a gente está confirmando isso. A Rede Cidade Criativas confirma que, no Brasil, essa dimensão continental, essa riqueza regional, plural, essa diversidade cultural existe em todos os lugares, não só nos grandes centros, mas também nas pequenas e médias cidades."

Correio B+

Cinema B+: Crítica do filme Branca de Neve: Entre o Clássico e a Reinvenção A Princesa do Futuro?

Depois de anos de polêmica e discussão, o novo longa chega aos cinemas lidando com o dilema de atualizar um clássico sem perder sua essência.

21/03/2025 13h30

Cinema B+: Crítica do filme Branca de Neve: Entre o Clássico e a Reinvenção  A Princesa do Futuro?

Cinema B+: Crítica do filme Branca de Neve: Entre o Clássico e a Reinvenção A Princesa do Futuro? Foto: Divulgação

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Como prometi na semana passada, aqui vai a minha impressão de Branca de Neve e os Sete Anões, filme que está em cartaz em todo país desde ontem, dia 20 de março.

Há quase 90 anos, Walt Disney lançou o primeiro longa-metragem de animação, um marco que deu início a uma revolução na indústria do cinema e na forma como os contos de fadas seriam contados. Branca de Neve e os Sete Anões se tornou um ícone, alimentando a fantasia de várias gerações.

Desde então, a Disney encantou o público com princesas como Cinderela e Aurora, criando o que eu chamo de "trinca de ouro". Mas, nas últimas décadas, os estúdios passaram a resgatar seus filmes e reformulá-los para refletir os valores de inclusão, empatia e ação. E, no caso de Branca de Neve, a transformação foi visível na versão de 2025, uma reinvenção que desafia e homenageia o clássico ao mesmo tempo.

Ao assistir ao live-action de Branca de Neve, fui com o coração apertado, temendo que o filme fosse ser uma bagunça e sem respeito com o original. O que vi, no entanto, foi algo mais inspirado no clássico do que uma simples cópia, e, para mim, essa foi sua principal vantagem.

Em um cenário onde a modernidade exige mais do que apenas nostalgia, um elenco inclusivo e uma Branca de Neve latina são bem-vindos. Afinal, se a figura de Malévola tirou o protagonismo de Aurora, qual seria o problema de trazer uma princesa com a cara do nosso tempo?

O filme de 2025 traz uma Branca de Neve completamente diferente. A história foi atualizada para refletir um mundo mais inclusivo, mas, para mim, a falha principal está na música. Em 1937, a trilha sonora de Branca de Neve e os Sete Anões foi a primeira a ser gravada e comercializada, marcando um marco na história do cinema.

Contudo, as mudanças nas canções no live-action de 2025 comprometem a experiência que os fãs tanto esperavam. Embora a nova versão traga músicas inéditas, como "Esperando por Um Desejo", o impacto das canções originais foi diluído, e as canções que definiram o clássico, como Heigh-Ho e Someday My Prince Will Come, não foram preservadas na totalidade.

Cinema B+: Crítica do filme Branca de Neve: Entre o Clássico e a Reinvenção  A Princesa do Futuro?Cinema B+: Crítica do filme Branca de Neve: Entre o Clássico e a Reinvenção – A Princesa do Futuro? - Divulgação

Algumas dessas canções fazem parte da memória coletiva, e sua ausência pesa. Apesar de a nova Branca de Neve ter uma voz incrível, mais potente e adaptada ao novo contexto, a melodia que acompanhava a história original é insubstituível.

De forma geral, o filme traz uma Branca de Neve mais empoderada, mais ativa e não à espera do destino. Ela é doce, empática, mas vai atrás de sua própria história, em uma narrativa que se distoa da passividade do filme de 1937.

Como ela mesma canta na nova canção, ela não será mais uma “garotinha em um poço solitário”. Mas será que esse novo espírito, com suas letras mais alinhadas ao feminismo, conseguiu se manter fiel ao que Branca de Neve representava na essência?  

Ao alinharmos as princesas com os valores de inclusão e empoderamento feminino, o filme tenta se adaptar aos tempos modernos. No final, o que vemos não é uma regravação do filme de 1937, mas uma nova história, com a princesa tomando as rédeas do seu destino.

E, sim, isso é uma evolução. O espírito de Branca de Neve sempre foi de transformação e adaptação, e isso é algo que a versão de 2025 resgata, mesmo que se distancie de seu público original. Talvez já fosse a hora mesmo...

agenda cultural

Fim de semana tem shows de reggae e samba

Marta Cel e banda Maracujah animam Semana do Artesão no Armazém Cultural e Orquestra da UFGD faz concerto no Teatro Glauce Rocha; UFMS, Grupo Casa e Capivas exibem filmes de curta-metragem produzidos no Estado

21/03/2025 10h30

A banda de reggae paulista chega a Campo Grande como atração de amanhã da Semana do Artesão, com Gabriel von Brixen, Marcelo Oltramari, Luciano Campo Grande e Thiago Silva na formação

A banda de reggae paulista chega a Campo Grande como atração de amanhã da Semana do Artesão, com Gabriel von Brixen, Marcelo Oltramari, Luciano Campo Grande e Thiago Silva na formação Divulgação

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Com a cantora Marta Cel na noite de hoje e a banda de reggae Maracujah amanhã, a Semana do Artesão 2025 diversifica sua programação neste fim de semana, atraindo para o Armazém Cultural (Esplanada Ferroviária), com shows gratuitos, outras tribos além dos admiradores do artesanato sul-mato-grossense. As apresentações começam sempre às 19h.

A banda de reggae paulista chega a Campo Grande como atração de amanhã da Semana do Artesão, com Gabriel von Brixen, Marcelo Oltramari, Luciano Campo Grande e Thiago Silva na formaçãoA cantora apresenta hoje, a partir das 19h, no Armazém Cultural, seu infalível repertório de MPB e samba; grátis

Marta é figura tarimbada da cena local e costuma lotar por onde passa. Com o seu vozeirão e suingue a serviço de pérolas do samba e da MPB, não tem erro. Por outro lado, a Maracujah, de São Paulo, estreia em Camp Grande a bordo do sucesso do seu projeto de releituras em reggae de canções de outros estilos, que estourou no Instagram, do respaldo de seus integrantes, que costumam atuar com o primeiro escalão da música brasileira, e de parcerias da banda com nomes de peso como Toni Garrido (confira a entrevista exclusiva com o baixista do grupo, Luciano Campo Grande).

ORQUESTRA UFGD

A banda de reggae paulista chega a Campo Grande como atração de amanhã da Semana do Artesão, com Gabriel von Brixen, Marcelo Oltramari, Luciano Campo Grande e Thiago Silva na formaçãoNo repertório, clássicos de MS, como “Tocando em Frente”, além de forró e samba em arranjos orquestrais; amanhã, no Teatro Aracy Balabanian (Rua 26 de Agosto, nº 453, Centro)

Para celebrar seus 10 anos de atividade, a Orquestra da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), depois de passar por Dourados, Ponta Porã e Corumbá, aportou na Capital, na quarta-feira, com uma oficina na Escola Estadual Arlindo de Sampaio Jorge (Vila Moreninha 2), e se apresenta amanhã, gratuitamente, a partir das 19h, no Teatro Aracy Balabanian. A música sul-mato-grossense – “Trem do Pantanal”, “Chalana”, “Tocando em Frente” – não vai faltar no programa, assim como temas de forró e de samba.

EXIBIDINHAS

A banda de reggae paulista chega a Campo Grande como atração de amanhã da Semana do Artesão, com Gabriel von Brixen, Marcelo Oltramari, Luciano Campo Grande e Thiago Silva na formação“Ninguém Lhe Estenderá a Mão” (foto) é um dos curtas em destaque na sessão de hoje do projeto organizado por alunas da UFMS; a partir das 17h30min, grátis

Para quem curte uma boa sessão de cineclube com produções locais, não faltará opção neste fim de semana. Hoje, no Anfiteatro Marçal de Souza (UFMS), a Mostra Exibidinhas apresenta oito curtas – “Não Fume (Sozinho)”, de Marcelo Henrique; “8º Andar”, de Felipe Gama; “Ninguém Lhe Estenderá a Mão”, de João Deboni; “Esquetes Enfadonhas”, de Paulo Ribeiro; “Vida Fantasmagórica”, de Joana Vitória; “O Incrível Dia de Tim”, de Matheus Alves; “Cidadania em Trânsito”, de Sofia Martins; e “Sanshin no hana”, de Lívia Kamiya –, além de três mostras com fotografias de Lívia Portilho, Isabelly Costa e Laura Cristina. Grátis, às 17h30min.

CASA INDÍGENA

No Grupo Casa (Rua Visconde de Taunay, nº 306, Bairro Amambaí), a nova temporada do Casa Cult Cine Mulheres exibe, também hoje, às 19h, os curtas-metragens “Goela Abaixo”, de Anaquiri – Mirna Kambeba, e “A Voz de Guadakan”, de Joel Pizinni, sobre Gleycielli Guató, primeira escritora indígena de Mato Grosso do Sul. Em destaque, a resistência e o universo criativo de mulheres indígenas.

OLUBAYO

O projeto Olubayo, do Grupo TEZ, que faz circular produções de diretores negros, chega à Comunidade Quilombola Furnas dos Baianos (Piraputanga), com projeção de cinco curtas, amanhã, a partir das 19h. “Fábula da Vó Ita”, de Joyce Prado, “Bonita”, de Mariana França, “Luzes Debaixo”, de Tero Queiroz, “Águas”, de Raylson Chaves, e “Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha”, de Daphyne Schiffer. Grátis, via Sympla.

BOCA NO CAPIVAS

No domingo, às 20h, o Cinema da Boca retorna à Cervejaria Capivas com quatro curtas locais dirigidos por mulheres, com presença das realizadoras: “+Forte” (Ara Martins), “Na Sombra da Chuva” (Ligia Prieto), “Colar de Pérolas” (Ana Letícia Moura) e “Neuroexplorador”, assinado por alunas da Escola Estadual Vespasiano Martins. R$ 5, Rua Pedro Celestino, nº 1.079, Centro.

OVELHAS ELÉTRICAS

A banda de rock campo-grandense grava clipe no Bar Zé Carioca (Rua General Melo, nº 91, Centro), neste domingo, e convoca interessados para fazer figuração, sem remuneração e com direito a lanche. Inscrição via Instagram ou no local. Chegar ao local às 17h.

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