Com iniciação artística na dança, a atriz Carolina Amaral se viu desperta para os talentos que tinha ainda criança, aos sete anos, quando as aulas de ballet e jazz a levaram também para as de canto e violão e, tempos depois, para as de interpretação. Com quase 10 anos de carreira e trabalhos no teatro e audiovisual, é na série “O Coro: Sucesso, Aqui Vou Eu”, que chegou ao Disney+, sob a direção de Miguel Falabella, também idealizador, que ela celebra sua estreia grandiosa no streaming.
Colecionando participações em montagens acadêmicas de musicais como "Hairspray", “Mamma Mia”, “Cats”, “Annie” e “Legalmente Loira”, a atriz fez sua estreia profissional no musical “Meninos e Meninas”, mas foi só após entrar para o Estúdio Broadway, da diretora e coreógrafa Fernanda Chamma, onde integrou o elenco de “Megera Domada”, “Marias do Brasil” e “Heathers O Musical”, que ela se sentiu realmente parte deste mercado.
Já em 2019 estrelou “Conectados, o Musical” e, mais recentemente, dividiu o palco com o ator e autor Lucas Papp na peça “O Anjo de Cristal”, na pele da desafiadora Isadora, uma prostituta de luxo em busca de seus sonhos.

E é também em busca dos sonhos que vive sua nova personagem, Antonia, considerada pela artista o divisor de águas de sua trajetória.
Uma jovem talentosa, justa, forte e convicta de seus valores, que sai do interior em busca de melhores oportunidades em São Paulo, e se divide entre o trabalho de garçonete e o desejo de ser atriz, que a levam a enfrentar os mais diversos obstáculos, sem nunca perder as esperanças ou se deixar corromper.
Assim como na vida real de Carolina, driblar as frustrações dos “nãos” e buscar o tão sonhado “sim” faz parte do processo, e tudo muda para Antonia após ser aprovada em um teste da Companhia Estável de Teatro Musical, dos célebres Renato Milva (Miguel Falabella) e Marita Bell (Sara Sarres).
“Antonia é uma personagem muito densa e complexa e com grande importância na trama, por isso é uma grande responsabilidade interpretá-la. Ela tem uma bagagem de vida que eu não tenho, e isso fez de cada pedacinho dessa construção, um processo desafiador e delicioso, e que chegou depois de uma fase tão triste, que foi a pandemia. Foi uma oportunidade linda, e com certeza é o trabalho mais especial da minha vida. Estou trabalhando com pessoas que sempre admirei, em uma série global, e que une as três áreas que sou apaixonada e estudo desde criança: o canto, a interpretação e a dança”, conta ela, que considera ainda o trabalho com Falabella um duplo sonho realizado.
Apesar de considerar este o seu grande momento no audiovisual, Carolina soma alguns outros trabalhos entre as câmeras como: “Carinha de Anjo”, do SBT, a série “Bugados”, do Gloob, e “Turma da Mônica Jovem”, personagem que teve suas próprias redes sociais e interagiu com os fãs durante dois anos, como parte de uma ação especial para o lançamento do live-action criado pela Maurício de Sousa Produções e Bossa Nova Films.

A atriz ainda poderá ser vista em 2023 como Princesa Leopoldina no filme “Madame Durocher”, dirigido por Dida Andrade e Andradina Azevedo e estrelado por Sandra Corveloni, Mateus Solano e grande elenco.
O Correio B+ entrevistou Carol com exclusividade para o Caderno e ela fala sobre a nova série da Disney ao lado do renomado Miguel Falabella, carreira e sua estreia em 2023.
CE - Você sempre soube que queria ser artista?
CA - Sempre tive alma de artista. Adorava fazer shows, desde muito pequena, para os meus familiares. Fazia todos ficarem sentados durante horas, colocava uma música e performava para eles, sempre em um improviso.
Também imitava os personagens do Zorra Total, era apaixonada pela Lady Kate. Minha irmã fazia aulas de jazz no clube que éramos sócias, eu ficava vidrada nas apresentações. Eu tinha cinco anos, só aceitavam crianças a partir de seis.
Um dia, a apresentação estava demorando muito pra começar no teatro do clube, e eu simplesmente subi ao palco e fiquei dando estrelas, dançando e cantando.
Finalmente, comecei aos seis anos nas aulas de jazz e me encontrei na dança.
Aos oito, comecei no coral da escola, onde me apaixonei pelo canto. Aos doze, comecei a estudar interpretação e nunca mais parei, foi o lugar que mais me acolheu e mais me identifiquei, ali me concretizei artista!
CE - Apesar da pouca idade você já coleciona algumas experiências, especialmente voltadas para o público jovem, tanto no audiovisual quanto no teatro. Como é para você estar nesse universo?
CA - Fico muito feliz de poder já ter integrado produções incríveis, onde encontrei pessoas muito talentosas e generosas que me ensinaram tanto. Eu estudei e estudo muito para isso.
Amo fazer parte de trabalhos direcionados para jovens e crianças, todos nós já fomos marcados por algum filme, série, peça de teatro, que levamos conosco durante anos e anos.
É lindo poder fazer parte de narrativas que marcam e ensinam jovens em sua formação e crescimento.
CE - Trabalhar para crianças e adolescentes é um desafio? Você tem preocupações diferentes na construção das suas personagens?
CA - Com certeza. Trabalhar para crianças e adolescentes é uma responsabilidade dobrada. Tenho que me atentar muito, tanto nas minhas escolhas como atriz, como na minha postura pessoal e nas redes sociais.

CE - Em "O Coro", Antonia é uma garota que demonstra preservar seus valores na busca por seus sonhos. A Carolina também é assim? Onde vocês se parecem mais?
CA - O que acho mais bonito e valioso na personalidade da Antonia, é o quanto ela não se rende a situações favoráveis se tiver que abdicar de seus valores pessoais, mesmo que a distancie de realizar seus sonhos.
É uma garota muito íntegra.
Me aproximo em diversos pontos da personagem, e esse também é um deles.
Nunca me distanciei de quem eu sou para conquistar nada, gosto de seguir os caminhos justos.
Outro ponto que me aproxima muito da Antonia é a nossa determinação. Estudo muito e busco incansavelmente alcançar meus objetivos e sonhos.
CE - Logo no início da trama, é possível ver Antonia sendo vítima de uma injustiça em um teste. Já sentiu, alguma vez, algo parecido na vida real? Como lida com isso?
CA - Já senti sim, mas por outros motivos. Infelizmente, o meio artístico é cheio de pessoas egóicas. Muita gente, não só nessa área, almeja apenas o próprio crescimento e usa outras pessoas de degraus ou as descarta facilmente.
Já tive a má sorte de cruzar com alguns assim pelo caminho, mas também tive muita sorte com artistas generosos que encontrei.
No início, é muito difícil lidar, pois sonhos estão envolvidos, mas com o tempo, fui me calejando e entendendo que preciso dar o meu melhor, sempre, em qualquer oportunidade e que o resto se encaminha.
CE - A série estreou recentemente e pode ser vista em mais de 40 países. Considera este um trabalho divisor de águas na sua carreira? Qual a importância deste alcance para você?
CA - Sem dúvida nenhuma, “O Coro, Sucesso Aqui Vou Eu” é o grande divisor de águas da minha carreira.
É meu maior papel em um projeto audiovisual. Além disso, une as três áreas as quais sou apaixonada e estudo desde pequena, canto, dança e interpretação. Além de ter um gênio como o Miguel Falabella encabeçando o projeto.
E ainda é da Disney, empresa que sempre sonhei em trabalhar.
Não teria como ser mais especial que isso.
O nosso trabalho, feito com muito amor e entrega, chegará em mais de quarenta países, seremos dublados em 19 idiomas, é um alcance surreal.
Nunca imaginei que uma narrativa, que eu tenho o prazer enorme de contar e integrar, chegaria em tanta gente. Às vezes fica difícil de acreditar, é um sonho vivido de olhos abertos.

CE - Na trama sua personagem tem a trama atrelada à do personagem de Miguel Falabella, que é também o idealizador e diretor da série. Como foi a experiência de trabalhar com ele?
CA - O Miguel é um artista multifacetado, um gênio.
Para nossa sorte, ele dirige, escreve, idealiza e atua na série.
Miguel é um artista generoso, faz questão de ensinar e compartilhar suas experiências com todos que estão ao seu redor. Só de sentar para conversar quinze minutos com o Miguel, já é transformador. Trabalhar com ele foi uma escola.
Eu divido cenas com ele, é um momento muito marcante e especial na minha carreira. Sempre o admirei e almejei trabalhar ao seu lado. É inenarrável o tamanho do aprendizado que foi estar em seu lado nessa série.
CE - Este é seu primeiro trabalho no streaming, mas se divide também entre os palcos. Tem preferência por algum gênero? Há algo que ainda deseje fazer?
CA - Teatro e audiovisual, ao mesmo tempo que são gêneros distantes, se aproximam muito. A verdade da história contada está em jogo em ambos.
Claro que a dinâmica de trabalho dos dois é completamente diferente, mas o que me move é poder contar uma história. Amo fazer os dois e espero levá-los em paralelo até meu último dia de trabalho nessa vida.

CE - Sobre projetos futuros. Algo que possa adiantar?
CA - O meu próximo trabalho é o longa metragem “Madame Durocher”, que deve estrear apenas no final de 2023.
É um projeto dirigido pelos talentosos Dida Andrade e Andradina Azevedo.
Conta a história da primeira mulher aceita na Academia de Medicina Brasileira. É um filme lindo e potente. Nele, vivo a personagem Princesa Leopoldina, grávida de Dom Pedro terceiro.