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Conheça a relação de moradores de Campo Grande com as árvores

Reconhecida internacionalmente, pela sexta vez consecutiva, como Cidade Árvore do Mundo, Capital ganha documentário, com direção de Lu Bigatão, que retrata a relação de seus moradores com diferentes espécies

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Dirigido por Lu Bigatão Rios, “Em Cantos Verdes” é um curta-metragem sobre as árvores de Campo Grande. A narrativa procura literalmente desvenda os cantos verdes da cidade pelo olhar de alguns moradores. O filme mescla dois ritmos bem diferenciados: a velocidade do centro urbano, em que tudo passa rápido e a observação das árvores passa despercebida pelos mais desatentos, e o olhar detalhista e cheio de riqueza dos momentos contemplativos imersos em praças e parques.

Na produção documental, a beleza das árvores é o foco do trabalho do fotógrafo Wilmar Carrilho. No documentário, ele destaca que Campo Grande, com seu patrimônio natural, é uma cidade inspiradora. Fernando Cruz, professor e ator, passeia pela cidade de bicicleta e observa a ausência de políticas públicas na manutenção e na criação de parques e praças. A jornalista Cristina Medeiros e seu companheiro Arlindo Fernandes mostram um quintal aconchegante, onde cultivam inúmeras espécies de plantas.

Outra locação do “Em Cantos Verdes” é a Praça da Poesia, em frente à residência da atriz Conceição Leite, que narra a alegria dos moradores ao conviver com as árvores. A ausência da vegetação é o problema dos moradores de uma área de ocupação, como conta Marilza Silva. A professora Sueli Levandoski Paroni reúne seus alunos em uma praça para falar o que as crianças esperam do futuro. O viveirista Nereu Rios chama atenção para a importância das áreas verdes – para amenizar o clima, servir de alimento à fauna, preservar os córregos e para o bem-estar das pessoas.

TREE CITY

Além da beleza e da importância das árvores, o filme aborda alguns desafios da capital sul-mato-grossense, que recebeu pela sexta vez, na semana passada, o título de Tree City of the World, (Cidade Árvore do Mundo, em tradução livre) da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), consagrando-a como uma das cidades mais arborizadas do mundo.

O lançamento do curta-metragem será amanhã, na Escola Estadual Padre Franco Delpiano, no São Julião, com sessões às 9h30min e às 15h30min. Outras duas exibições estão programadas para a temporada de estreia: na Escola Municipal Plínio Mendes dos Santos (Guanandi), nesta quinta-feira, às 19h30min, e na Escola Estadual Maria Eliza Bocayuva Corrêa da Costa (Vila Margarida), nesta sexta-feira, às 14h.

O documentário, com 15 minutos de duração, é uma realização da Deslimites Teatro e Cinema e, além da jornalista e encenadora teatral Lu Bigatão Rios na direção, conta com roteiro de Rosiney Bigattão, edição de Carlos Diehl, produção de Fernanda Kunzler, narração de Gleycielli Nonato e direção de fotografia e imagens de Israel Miranda. A produção foi viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG) do governo federal, sob a operação da Secretaria Executiva de Cultura da Prefeitura Municipal de Campo Grande.

ASSUNTO INESGOTÁVEL

“O desafio do documentário foi falar da diversidade das árvores em 15 minutos. As escolhas que tivemos que fazer para selecionar quais espécies, quais parques, quais ruas entrariam no filme e quais árvores seriam mais representativas para o público”, afirma Lu.

“Nossa opção foi fazer uma abordagem sob o ponto de vista dos moradores da cidade. Convidamos oito personagens com diferentes relações com a cidade e sua flora”, conta.

“Falamos de forma geral sobre as árvores. Mas, nas imagens, temos os ipês, as figueiras da [Avenida) Afonso Pena e [e da Avenida] Mato Grosso, as árvores do Parque das Nações Indígenas, do Parque Prosa e de alguns bairros da periferia”, conta a jornalista, que lançou, em 2023, “Pé de Histórias: Árvores que Guardam Nossas Memórias”, mostrando espécies que marcam a paisagem natural e social de Dourados, Coxim e Porto Murtinho.

“Falar de árvores é um assunto inesgotável. No nosso documentário anterior, abordamos um viés mais histórico, buscando falar de como as árvores ajudaram na construção da identidade cultural do Estado. Agora, a narrativa está mais na relação cotidiana dos moradores com a flora da cidade, de como percebem e convivem com as áreas verdes e como elas ajudam no bem-estar”, diz a diretora.

PAIXÃO DE 30 ANOS

“Trabalhamos com árvores há mais de 30 anos, através do nosso viveiro de mudas, da coleta de sementes que realizamos, da produção de conteúdo para o canal Árvores e Rios, do Instagram, e dos diversos documentários que já produzimos. Vendo o título que Campo Grande ganhou por diversos anos seguidos, como uma das cidades mais arborizadas do mundo, resolvemos desenvolver o projeto”, prossegue Lu.

“Sou apaixonada pelas árvores e suas sementes. Todos os dias estou observando, filmando, pesquisando sobre esse assunto. Não só eu, mas toda a família. A grande influência veio do Nereu Rios, que despertou em nós esse amor. A beleza, suas formas, a importância para todos os seres vivos. Cada árvore é única e vai se modificando a cada estação. Só não ama as árvores quem não as conhece”, declara a diretora de “Em Cantos Verdes”.

CAMPÃO É HEXA

O anúncio veio na quarta-feira. Campo Grande recebeu pela sexta vez o título de Tree City of the World (Cidade Árvore do Mundo), consolidando-se como hexacampeã mundial em arborização urbana. O feito coloca a cidade como a única capital do Brasil a receber o reconhecimento concedido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Fundação Arbor Day por seis anos consecutivos.

“Continuar sendo referência é a nossa missão. Esse reconhecimento coroa o resultado de todo o cuidado que temos com nossa cidade. Cada árvore plantada, cada área verde preservada, é um passo em direção a um futuro com mais qualidade de vida. Reforçamos nosso compromisso em priorizar o desenvolvimento sustentável”, afirmou a prefeita Adriane Lopes ao receber a notícia do hexa, com orgulho.

A cidade se destaca por suas avenidas arborizadas e políticas públicas que envolvem desde o plantio de novas árvores até a conscientização da população sobre a importância da preservação ambiental. Para receber o título, as cidades precisam atender a critérios como a existência de um órgão dedicado à gestão das árvores, a criação de leis específicas para o manejo da arborização, a realização de eventos de conscientização e investimentos contínuos em plantios e manutenção.

A arborização urbana oportuniza uma infinidade de serviços ecossistêmicos, proporcionando benefícios tangíveis para a população, como a redução das ilhas de calor, a melhoria da qualidade do ar e a promoção do bem-estar físico e mental. A participação da comunidade também tem sido fundamental, com mutirões de plantio e iniciativas de adoção de áreas verdes em diversos bairros.

O TÍTULO

O programa Tree City of the World foi criado para reconhecer cidades que se destacam no manejo sustentável de suas florestas urbanas. Atualmente, 210 cidades em 24 países fazem parte da rede, que busca promover boas práticas e incentivar a troca de experiências entre os municípios.

No Brasil são 34 cidades reconhecidas, que abrangem uma população de 27.210.133 pessoas. Em Mato Grosso do Sul, além de Campo Grande, Três Lagoas também recebeu o título.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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