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"Tive a felicidade de participar dessa novela histórica que foi Pantanal. "

Para essa edição especial do CorreioB+, eu conversei com esse músico incrível, colecionador de trabalhos marcantes, músicas e composições

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Eu me lembro da primeira versão da novela Pantanal exibida pela extinta TV Manchete. 

Sei que a geração que vem atrás de mim não vai se lembrar quando ela passou, mas talvez se lembrem da reprise feita pelo SBT alguns anos depois. 

Essa novela foi um fenômeno! Até hoje seus atores e personagens são lembrados pelo grande público, mas em especial um, o Xeréu Trindade interpretado por Almir Sater.

Foi a primeira novela dele, que em breve ganhará um remake produzido pela TV Globo. 

O ator e músico também estará nessa nova versão, mas dessa vez em um novo papel. 

Almir e o filho Gabriel vão estar juntos nesse remake tão especial, onde Gabriel interpretará o seu antigo personagem. 

Além disso, Almir estará envolvido em toda parte musical de Pantanal.

“Criamos uma certa ansiedade para começarmos a gravar. 

Mas eu vou estar lá sim, me arrumaram um papel bonito, bem bacana, e também fiquei muito feliz que o Gabriel vai fazer o papel que eu fiz anteriormente. 

Mas voltar agora vai ser um desafio, eu pensei se seria bom, mas Pantanal nunca é ruim né (risos).”

Almir é um músico apaixonado. Tem parceiros fieis e de longa data. Renato Teixeira e Paulo Simões são dois deles.

Seu foco nunca foi uma carreira internacional. 

Ele parou de fazer novelas para continuar se dedicando integralmente a música, mas admite que elas o divulgaram muito e ajudaram a fazer as suas canções chegarem em todos os cantos do país.

 

A pandemia mudou a sua rotina, ele diz que virou peão de fazenda, mas que não deixou de tocar para não perder os calos dos dedos.

“Quando eu sentia que estava tocando pouco eu me obrigava a tocar mais para não perder os calos dos dedos. Foi um pouco de conflito no começo, mas depois eu fui me adaptando, trabalhando...”

 

A carreira de Almir começou cedo. São muitos trabalhos realizados entre discos, CDs, DVDs, shows, encontros e inúmeros projetos. No meio dessa trajetória ele também foi vencedor do Grammy.

“Quando a gente consegue emocionar alguém é muito bom, eu fico feliz porque a gente tem que se emocionar”, finaliza.

Quando falamos sobre a nossa capital, esse campo-grandense nascido e criado na cidade morena ressalta:  

“Eu gosto muito daqui gosto dessa região pantaneira, gosto do nosso estado, ele é muito bonito, o centro da América do Sul”.

 

Para essa edição especial do CorreioB+, eu conversei com esse músico incrível, colecionador de trabalhos marcantes, músicas e composições emocionantes, trilhas sonoras que embalaram e embalam a vida de muita gente, inclusive a minha.

Entre uma viagem e outra e uma agenda lotada, Almir dividiu muita coisa comigo e também deixou uma mensagem especial para Campo Grande a aniversariante desse mês.

 

CE - Almir você chegou a se formar em Direito? Como foi com a sua família?

AS - Não, não cheguei a me formar na faculdade de direito.

Na verdade não cheguei nem na metade do curso.  

A minha família no começo não ficou de boa, mas meus pais são muito bacanas e entenderam, porque eu estava muito decidido. 

Mas eles até tentaram me fazer mudar de ideia porque queriam que eu terminasse a faculdade primeiro porque não viam a música como um trabalho. 

Mas eu também entendo a preocupação dos meus pais, porque música é realmente muito difícil. Mas eu graças a Deus dei sorte. Escolhi a música e me dediquei... Meus pais entenderam...

 

CE – Você só teve contato com a música quando foi para o Rio de Janeiro estudar?

AS – Eu conheci lá músicos e profissionais que viviam disso, e eu gostei muito daquilo. Não me adaptei muito no Rio de Janeiro, então eu ficava tocando o meu instrumento, ele era o meu companheiro. 

Eu toquei muito tempo, durante muitas horas e eu evolui muito rápido naquela época, então eu entendi que se eu realmente me dedicasse eu poderia ser um músico. 

Foi quando eu me decidi. Passei a estudar muito e a tocar muito. 

Porque o cantor é um dom divino, a pessoa pode melhorar um pouco, porque ele já vem pronto quem canta bem. Agora o músico se você não estudar horas por dia, é difícil, não tem milagre.

 

CE – O começo foi muito difícil pra você?

AS – Eu não vou falar que foi difícil porque eu tive muita sorte. A viola caipira me abriu portas. 

Não foi difícil não. Eu me lembro que recebi o convite para gravar o meu primeiro disco e na época eu estava fazendo shows com cantores pelo Brasil. 

Aí eu perguntei se eles poderiam esperar por um ano. 

O cara me disse que daria para esperar esse tempo, falou para acertarmos tudo e para depois de um ano voltar lá para gravar o disco. 

Eu fiz as coisas da forma que eu queria, então eu tive muita sorte também nesse ponto.  

 

CE – Você terá participação na novela Pantanal na TV Globo?

AS – Eu vou participar sim. Me arrumaram um papel (risos).

Mas com esse negócio de pandemia a gente ficou com tudo parado, mexeu muito com o tempo, compromissos também, não sabemos muito das coisas, quando vai começar exatamente. Mas tivemos todos que entender tudo isso. 

Criamos uma certa ansiedade para começarmos a gravar. 

Mas eu vou estar lá sim, me arrumaram um papel bonito, bem bacana, e também  fiquei muito feliz que o Gabriel vai fazer o papel que eu fiz anteriormente. 

Mas voltar agora vai ser um desafio, eu pensei se seria bom, mas Pantanal nunca é ruim né (risos).  

 

CE – Pantanal foi a sua primeira novela né?

AS – Sim, foi a minha primeira novela. Eu já tinha feito cinema, algumas pequenas experiências, e depois eu tive a felicidade de cair lá em Pantanal e fazer parte dessa novela histórica.  

 

CE – Depois de Pantanal você fez Ana Raio e Zé Trovão. Logo após o Rei do Gado na TV Globo. Porque parou de fazer novela?

AS – Na verdade eu sou músico né? Pantanal foi ótimo pra mim. Divulgou muito o meu trabalho, inclusive para longe. 

Fiz shows no Brasil inteiro, e era tudo que eu queria. 

Depois fui fazer o Zé Trovão, foi um desafio muito grande porque fui fazer um protagonista, a Manchete estava em uma fase linda. Nesse trabalho a gente foi viajando pelo Brasil, Ana Raio e Zé Trovão foi uma novela muito bonita. 

Depois de um tempo o Benedito Ruy Barbosa me chamou para fazer O Rei do Gado, e eu não podia falar não para ele, depois de todo o sucesso que foi Pantanal e que a novela me trouxe, foram novelas muito importantes.

Aí me chamaram para fazer Bicho do Mato, uma época que a gente estava morando no RJ, mas que era uma coisa mais simples, foi uma pequena participação, mas o meu trabalho sempre foi a música, a minha dedicação sempre foi para ela. 

As novelas me ajudaram muito a viajar pelo Brasil fazendo shows, ter público. Mas eu senti que a minha emoção e meu trabalho eram realmente a música.  

 

CE – E como ficou a sua rotina na pandemia?

AS – Os shows já faz um tempo que não faço, mais de ano.

Agora virei peão com rotina de fazenda. Quando cancelaram a minha agenda e eu fiquei sem função em SP eu apontei o meu carro para o Centro-Oeste e vim embora. Fui para o Pantanal e não voltei mais, fique lá.  

Trabalhando, fazendo minhas coisas. Lá graças a Deus não teve nenhum caso de covid-19 na nossa região, eu senti a pandemia de outra forma, não assim como as pessoas da cidade, ficando presas dentro de suas casas ou apartamentos. Lá a gente ficava solto, livre, trabalhando. 

Eu senti pelos músicos, pela música, pelos meus compromissos, pelo pessoal que trabalhava com a gente, isso foi muito triste. 

Ver tudo parando, nossa classe musical sem poder fazer shows, o pessoal do teatro, do entretenimento, dos restaurantes, enfim, por toda essa vida que pulsava, foi muito triste mesmo, mas lá onde eu estava não sentia assim fisicamente, só a pressão psicológica de ver tudo isso acontecendo.

 

CE – E agora?

AS – Depois que eu me vacinei eu já saí com cuidado. Vou para São Paulo, fico um pouco com a minha família que fica um pouco lá outro aqui. Shows ainda não. Mas faço alguma gravação em programa de televisão, um comercial, mais eu virei peão.  Mas eu não posso reclamar.

 

CE – Quando você está por aqui pelo Pantanal como é a sua rotina?

AS – Antes da pandemia eu ia mais de folga, de férias, pescava, ficava com o tempo livre, com meus amigos, fazíamos música, recebíamos convidados. 

Dessa vez foi um período mais solitário por causa da pandemia, pesquei um pouco, mas aí depois eu tinha que trabalhar, cuidar da fazenda. 

Quando eu sentia que estava tocando pouco eu me obrigava a tocar mais para não perder os calos dos dedos. Foi um pouco de conflito no começo, mas depois eu fui me adaptando, trabalhando...

 

CE – Um momento especial como músico que venha a sua cabeça agora...

AS – A carreira de músico é muito estrada, o que é marcante é o meu banco do ônibus que eu vou vendo o Brasil passando na minha frente. Placas, aquela eterna estrada. A vida de músico é estrada, minhas lembranças são essas...

 

CE – Como foi quando você tocou fora do Brasil?

AS – Eu fui fazer uma participação em uma faculdade dos Estados Unidos e aproveitei para gravar um disco. 

Eu toquei também em uma feira internacional ao ar livre onde só fiz um som instrumental. 

Eu lembro que foi com o Pedro e o Paulo fizemos, três violões instrumentais e foi muito bom. Fui bem recebido, mas eu nunca tive carreira internacional e nunca tive pretensão, eu gosto de tocar aqui no Brasil. 

As minhas músicas falam muito, as letras, então eu me sinto mais confortável em tocar aqui.

 

CE – Como foi ganhar um Grammy?

AS -  Foi um prêmio que eu gostei de receber porque foi um trabalho muito bonito, eu gostei de receber. 

Eu achei que aquele disco merecia ganhar é um bom disco, um trabalho bem feito meu e do Renato (Teixeira). São canções lindas, eu gostei muito desse trabalho. Foi um prêmio justo...

 

CE – O Renato Teixeira é o seu grande parceiro né?

AS - Grande parceiro... O Renato e o Paulo Simões são meus parceiros de fé. Qualquer melodia que vem na minha cabeça eu mando pra um e mando para o outro, aí eles me mandam alguma poesia também. 

Gosto muito de trabalhar com eles.  

 

CE – Algum projeto musical para agora?

AS – O projeto do Pantanal já está nos absorvendo muito, porque tem as partes das trilhas, das canções, ela é uma novela musical. 

Então esse ano estamos mais cuidando disso, já que não podemos fazer shows, aí é bom porque a gente se dedica a novela. 

Quem sabe até será melhor, porque nas outras novelas eu gravava, depois ia fazer show, voltava, dessa vez a gente vai ficar mais focado nesse trabalho da novela.  

 

CE – Uma mensagem de aniversário para os 122 anos de Campo Grande...

AS – A nossa cidade é linda, cidade morena... Felicidades pra ela! Que ela possa ser sempre bem cuidada. 

Que possam conservar nossas árvores, nosso verde. 

Aqui é uma cidade muito arborizada, com parque bonitos, e que possamos fazer mais parques ainda. 

A gente percebe a importância e a visão do Pedrossian, um cara que pensou lá na frente. 

Que os nossos governantes possam pensar lá na frente também e cercar a nossa cidade com mais parques, porque nunca é demais. 

Até porque, o verde é que está salvando, ainda mais essa época de pouca chuva de secura e falta de agua. Precisamos de verde!  

 

Diálogo

Tremenda de uma "cascata" a informação apregoada pelo governo de Lula que... Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta terça-feira (23)

23/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecília Meireles - escritora brasileira

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Felpuda

Tremenda de uma “cascata” a informação apregoada pelo governo de Lula que ele ressarciu os aposentados, vítimas da roubalheira de esquema que envolve pessoas ligadas ao INSS, empresas privadas, ONGs, laranjas e políticos. Na realidade, essa conta sobrou para o cidadão, inclusive os próprios aposentados que pagam Imposto de Renda. Nenhum dos bandidos até agora restituiu aos cofres públicos o dinheiro que roubou. Aliás, a maioria está sendo blindada de forma vergonhosa. Há quem diga até que buscam “freio” para que a CPMI do INSS comece a patinar e não avance. Lamentável!

Pra cabeça

Quem entrará em 2026 com problemas no Conselho de Ética da Câmara é a deputada federal Camila Jara, do PT. O Partido Novo protocolou representação contra ela.

Mais

A acusação é de violação do decoro, ao se envolver na confusão originada quando da retirada à força de Glauber Braga, do Psol, e de ofensa ao secretário-geral da Mesa Diretora.

Diálogo

O vorí-vorí, tradicional prato paraguaio, foi eleito o melhor do mundo na lista anual do Taste Atlas, plataforma internacional que reúne avaliações gastronômicas de todas as partes do planeta. A iguaria recebeu nota 4,64 de 5, com base em votos de usuários reais que experimentaram o prato. Conhecido também como borí-borí, o vorí-vorí é descrito pelo portal como “a icônica sopa de galinha paraguaia com bolinhos de fubá recheados com queijo”. Rico em sabor, textura e história, o prato ocupa um lugar especial na mesa das famílias paraguaias e agora também no cenário global da gastronomia. Nos últimos anos, o vorí-vorí já havia figurado entre as melhores sopas do mundo em rankings do mesmo portal, reforçando sua reputação. A lista do Taste Atlas se tornou referência global por utilizar um sistema que identifica e descarta avaliações nacionalistas ou feitas por robôs, garantindo legitimidade às escolhas.

DiálogoChayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral

 

DiálogoCamila Fremder

Prova de fogo

O atual time que forma o entorno do governador Eduardo Riedel terá, no próximo ano, prova de fogo, porque a missão deverá ser reeleger o “chefe” para o segundo mandato. Será o momento de a tchurminha provar quem é quem na estrutura. Quando foi eleito em 2022, Riedel nunca havia disputado uma eleição, porém, tinha um grupo político forte que sabia “o caminho das pedras”, o que foi fundamental para sua vitória. Em 2026, ele não poderá contar com esse pessoal.

Nem tanto

O PT em Mato Grosso do Sul já não estaria demonstrando, digamos, tanto amor pela candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Senado pelo Estado, achando ser melhor por São Paulo. Lideranças petistas cá dessas bandas dizem que a ministra poderá ser um dos nomes para suceder a Lula. Ela figura entre algumas opções para ocupar o trono petista. A lista tem Alckmin, do PSB, e Haddad, o único do PT. Tudo indica que não se faz mais petista raiz como antigamente...

Entrave

Nos bastidores, o que se fala é que a ministra Simone Tebet, até então considerada excelente opção para disputar o Senado por MS, seria fonte de problemas. Algumas das alas do PT teriam torcido o nariz com a possibilidade de ela disputar pelo partido, até porque esse time lembra de que, quando candidata à Presidência, ela desferiu ataques a Lula. Além disso, há dúvidas se no Estado teria potencial eleitoral para o embate com outros candidatos, em sua maioria da direita, tendo em vista que o governo do qual faz parte, dizem, “está caindo pelas tabelas”

ANIVERSARIANTES

Beatriz Rahe Pereira, 
Dr. Gevair Ferreira Lima Júnior,
Julianne Stranieri Metello, 
Stephan Duailibi Younes, 
Maria Fatima Bueno,
Adhemar Mombrum de Carvalho Neto,
Augusto Costa Canhete,
Rosangela Neves,
Edgar Basmage,
Gileno Almeida Costa Nonato,
Sérgio Aguni,
Rinaldo da Silva Cruz,
Edna Maria Potsch Magalhães,
Dr. Márcio Molinari,
Ivo Batista Benites,
Ronaldo Fernandes Donizeti de Jesus,
Fabiano Borges da Silva,
Maria Aparecida Menezes,
Rafael Medina Araujo,
Rosilene Gois Paes,
Antonio Angelo Garcia dos Santos,
Maria Elisa Hindo Dittmar,  
Beatriz de Almeida,
Dr. Amaury Bittencourt Gonçalves, 
Izabella de Matos Lopes,
Cláudia Regina Di Felice,
Neide machado da Silva Gimenes,
Domingos Puckes,
Silvio Luiz de Moura Leite,
Helder Kohagura,
Maria Clementina Aparício Fernandes,  
Aurino Rodrigues Brasil,
Tânia Ignez Pinheiro,
Marilda Flores Haidar,
Samara Carvalho Gomes Binn,
Josselen Resstel Escórcio,
Valdo Maciel Monteiro,
Luiz Eduardo Yukio Egami,
Rafael Ferreira Ribeiro Lima,
Leila Maria de Albuquerque,
Maria Aparecida de Moura Leite, 
Datis Alves de Souza,
Aurea Leite de Camargo,
Maria de Fátima Vendas Muzzi, 
Thiago Ferraz de Oliveira,
Ruth Lopes Abreu,
Sandra Rodrigues Pereira,
Paulo da Costa Oliveira,  
Paulo César Reis Mendonça,
Fernanda Marques Ferreira,
Terezinha Alves Araújo,
Lucilaine Aparecida Tenorio de Medeiros,
Maria Helena Alves Lima,
Rosana Paes de Matos,
Laura Holsback Alvarenga,
Renato de Freitas Martins,
Miriam Fontoura Prata,
Nelson Maia de Melo,
Cleonice Gomes de Oliveira,
Rodolfo de Morais Dias,
Jussara Leite Barbosa,
Hugo Sabatel Neto,
Carolina Saves,
Solange Xavier Vargas,
Augusto Coelho Freire,
Soraia Kesrouani,  
Rubens Mendes Pereira,
Lilian Gabriela Heideriche Garcia,
Ana Maria Coimbra Santos,
Nelly Vasconcelos Coelho,
Valmir de Andrade Ferreira,
Eliana Miyuki Aratani Kaiya, 
Flávia Ribeiro Ramirez,
Laurinda Paiva Peixoto,
Patrícia de Souza Queiroz,
José Antônio Braga,
Elaine Viana Nunes,
Washington Justino Gonzaga,
Maria Stella Maia Pepino,
Vânia de Toledo Neder,
Osvaldo de Moraes Barros Neto,
Raquel Barbosa Franco,
Suely Ferreira Leal,
João Rafael Sanches Florindo,
Antonio Fernando Cavalcante,
Lúcia Torres Marchine,
Marcos Henrique Boza,
Adriana de Oliveira Rocha,
Suely Luiza Comerlato,  
Benedito Celso Dias,
Alirio Leitun,
Débora Queiroz de Oliveira,
Edson Pulchério Alves,
João Borges da Silva Filho,
Mário Zan Moreira,
Marcelo Luiz Ferreira Correa,
Valdecir Jorge,
Sérgio Carlos Borges,
Dr. Ruy Alberto Bueno,  
Marta Maria Vicente,
Guilherme Nucci dos Reis,
Marcelo Flores Acosta,
Noêmia Ramos de Oliveira,
Luiz Carlos de Carvalho,
Cláudia Garcia de Souza Trefilo,
Leonardo Marques Mourão,
Maria Delfina Louveira Trindade,
Camyla Queiroz de Faria Gonzales. 

*Colaborou Tatyane Gameiro

CINEMA

Curta-metragem "Carne Amarela" transforma a Terra do Pé de Cedro em set de filmagens

Com produção de Marcus Teles e direção de Gleycielli Nonato Guató, curta-metragem "Carne Amarela" tem equipe local e conta história que entrelaça memórias da infância em meio aos pequizeiros e banhos de rio

22/12/2025 10h30

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab),

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da natureza Divulgação: Marcus Teles

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Nostalgia e engajamento são os motores para evocar os sabores da infância que fizeram Coxim voltar a ser cenário de cinema. Conhecida como Terra do Pé de Cedro, a cidade localizada a 245 quilômetros de Campo Grande, no norte do Estado, é uma das protagonistas de “Carne Amarela”, curta-metragem de ficção dirigido por Gleycielli Nonato Guató e produzido por Marcus Teles.

Os dois nasceram na cidade, que também é conhecida como Portal do Pantanal, e são profundamente conectados ao Cerrado e ao Pantanal.

As filmagens se encerraram ontem e foram realizadas integralmente por lá, contando com elenco local, que envolveu moradores atuando pela primeira vez na frente de uma câmera e também uma equipe de produção majoritariamente formada por coxinenses. Ou seja, uma combinação de saberes tradicionais, talento regional e formação técnica.

A produção nasce do desejo de fazer Coxim se ver na tela grande, “suas cores, sua luz, seus frutos, suas infâncias”, como afirma a diretora. E nasce, segundo Gleycielli, também da necessidade urgente de lembrar o que esses mesmos elementos significam para a identidade do município.

“Eu estou completamente em êxtase. Planejei muito trazer esse filme para cá. É emocionante gravar na cidade onde cresci, com o povo daqui, com artistas da terra. Noventa por cento do elenco é coxinense, a equipe tem muita gente da cidade, e isso me deixa profundamente feliz”, compartilha Gleycielli Nonato Guató, que, além de dirigir a produção, também assina o roteiro baseado em seus próprios textos literários.

DOIS TEXTOS

“Carne Amarela” nasce de dois textos de Gleycielli – o poema “Carne Amarela” e o conto “É Tempo de Ouro no Cerrado” – que guardam lembranças de uma Coxim que pulsava mata, rio e fruta. A diretora explica que o filme busca reencontrar essa paisagem quase perdida.

“Eu quero trazer a infância que vivi. A gente saía para caçar pequi, pegava ingá, comia goiaba no pé, trazia caju para fazer doce. Coxim era meu ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Hoje, muitos lugares onde eu brincava viraram bairros. O filme é um lembrete do que ainda existe e do que não pode desaparecer”, afirma.

A obra convida as crianças e os adultos a olhar novamente para o Cerrado como pertencimento. O pequi, fruto central da narrativa, é apresentado como força, resistência e alimento da memória coxinense.

“O pequi já sustentou muitas famílias. Trouxe renda, trouxe mistura, trouxe nutrição. Ele resiste ao fogo, resiste ao tempo, mas não resiste ao machado. O filme quer acender esse sentimento de pertencimento e preservação, para que as próximas gerações vejam valor no que tantas vezes sustentou Coxim”, ressalta Gleycielli.

ZORAIDE

A protagonista adulta, Zoraide, teve como referências mulheres de alusão familiar e ancestral para Gleycielli: sua mãe, tias, avó e bisavó. A diretora revela que a personagem carrega traços de todas elas. E quem interpreta Zoraide é justamente Maria Agripina, mãe da diretora, pioneira do teatro coxinense.

“É muito emocionante ver minha mãe interpretando a Zoraide, que leva o nome da minha tia que faleceu na pandemia. Este filme é pioneiro em muitas coisas dentro de mim”, revela. Além disso, todos os cargos de direção são ocupados por mulheres, fortalecendo a presença feminina no audiovisual sul-mato-grossense.

“Trabalhar com essa equipe é um prazer imenso. Estamos construindo juntas. É uma energia muito poderosa”, afirma. A equipe ainda é formada majoritariamente por profissionais de Coxim, como Robertson Isan Vieira, artesão ceramista premiado, e José Carlos Soares, cabeleireiro e designer de imagem.

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da naturezaEquipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles

ENCONTRO

Para o produtor executivo e corroteirista Marcus Teles, filmar em Coxim não foi uma escolha estética, mas ética e afetiva. “Coxim faz parte da nossa formação pessoal e artística. Os textos que deram origem ao filme nasceram daqui.

A luz, a paisagem, o modo de vida, o jeito como o pequi aparece na cidade, tudo isso faz parte da essência da história. Filmar em Coxim é garantir autenticidade”, afirma Marcus.

O produtor explica que mapear as locações foi um processo guiado pela afetividade. “Coxim é uma cidade onde o urbano e o rural se encontram o tempo todo. Não procuramos cenários: reconhecemos neles o que a história já trazia em essência”.

Marcus destaca ainda que oito moradores da cidade trabalharam pela primeira vez no audiovisual, acompanhados de profissionais experientes. “Queremos abrir portas. Que jovens de Coxim encontrem no set um caminho possível, uma nova profissão, um futuro”, destaca o produtor.

101 FILMES

O elenco também conta com a participação especial do ator Breno Moroni, que marcou gerações como o Mascarado na novela “A Viagem” (Globo, 1994), além de ter participado de diversas outras produções no cinema e na televisão.

Com uma carreira extensa que inclui desde aberturas de telenovelas e mais de 100 filmes, Breno esteve em Coxim para integrar o elenco de “Carne Amarela” como seu 101º trabalho audiovisual.

“Trazer o Breno foi como aproximar duas forças que se completam. Ele chega com experiência, mas com humildade. Ele senta na varanda e deixa a conversa fluir. É uma presença que soma sem apagar a simplicidade regional, que é a alma do filme”, reconhece Marcus.

“Ele é fantástico. Consegue ir do drama à palhaçaria. Traz o duo que a personagem dele pede: o velho ranzinza e o homem capaz de se transformar”, completa Gleycielli.

O CERRADO

O filme aborda temas urgentes como queimadas, perda de territórios e desmatamento, mas com a delicadeza necessária para o público infantil, segmento prioritário na meta de audiência da produção.

“O tema duro vem com sutileza. As crianças vão entender o sentimento de perder e o de pertencer. E, quando algo pertence a você, você quer cuidar”, explica Gleycielli. Ao fim, o curta reforça que a preservação é um aprendizado coletivo e que cuidar da terra só é possível quando ela é reconhecida como parte de nós.

Na semana passada, a equipe teve uma atividade formativa com Alexandre Lopes, que é doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no campus de Coxim.

A interação rendeu contribuições fundamentais para reflexão sobre como pensar e construir um audiovisual mais inclusivo.

AUTOESTIMA

A expectativa da equipe é de que o filme leve Coxim para o Brasil e para o mundo por meio de festivais, mas, principalmente, que devolva à cidade a consciência de seu próprio valor.

“Esperamos que Coxim se veja com carinho. Que perceba que suas histórias merecem estar no cinema. ‘Carne Amarela’ é uma celebração da cidade, das suas raízes e da força do Cerrado”, diz Marcus.

Para Gleycielli, a gravação na cidade é também um gesto de retorno. “Eu sou uma Guató de Coxim. Este filme diz muito sobre de onde eu vim e quem sou eu”.

Como uma “semente que rompe a casca”, reforça a diretora, “Carne Amarela” nasce para devolver à cidade o brilho do seu fruto mais resistente.

Aquele que atravessa gerações, que muda o PIB, que alimenta famílias, que resiste ao fogo e que ensina a permanecer. E Coxim, agora, se prepara para ver sua história ganhar corpo, cor, movimento e tela.

O projeto conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal, por meio do Ministério da Cultura, operacionalizado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

"Carne Amarela"

> Direção e roteiro: Gleycielli Nonato Guató;
Direção de produção: Gabriela Lima Ferlin;
> Direção de arte: Maíra Espíndola;
Direção de fotografia: Dafne Alana;
Som direto e edição de mixagem: Laura Cristina;
Produção executiva, assistência de direção e roteiro: Marcus Teles;
Operador de câmera: Gabriel Ribeiro;
Produção de set: Jefley M. Cano;
Elenco: Breno Moroni, Maria Agripina, João da Mata, Elena Vendroscolo, Maria Sonea Domingos;
Trilha sonora original: Gian Markes;
> Edição de imagem e cor: Rafael Viriato;
Microfonista: 4real.wav;
Assistente de produção executiva: Lucas Moura e Guinha Serrou;
Assistente de produção e captação: Robertson Vieira;
Assistente de produção: Carlos Soares;
Assistente de arte: Angela Gabrieli;
2º assistente de direção: Eduardo Henrique;
2ª assistente de fotografia: Lavinia Ribeiro;
Assessoria de imprensa: Lucas Arruda e Aline Lira.

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