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MEMÓRIA

Fãs de Campo Grande lamentam morte de Erasmo Carlos e relembram de encontros

O que dizem os fãs de Campo Grande sobre o Tremendão, autor de mais de 600 composições, parceiro de Roberto Carlos, astro de filmes e, para muitos, maior expoente do rock nacional de todos os tempos

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O apelido de Tremendão – forjado no nascedouro do showbiz do que, com a grande popularidade da Jovem Guarda, se tornaria uma matriz do pop rock brasileiro – ficou mais conhecido do que o epíteto de Gigante Gentil.

Mas quem o conheceu de perto garante: o cantor e compositor Erasmo Carlos, falecido ontem, no Rio de Janeiro, onde nasceu há 81 anos, era um 1,93 m de pura simpatia. Fosse qual fosse o interlocutor, parceiro de arte e de fama ou apenas um fã, a atenção, simpatia e generosidade eram o que sobressaía.

Além do bom humor, por vezes, politicamente incorreto, também chamava atenção a paixão pelo Vasco da Gama. Com 34 discos lançados, cinco longas-metragens – dois com o amigo Roberto Carlos – e mais de 600 composições, Erasmo foi premiado com (mais) um Grammy, por “O Futuro Pertence à... Jovem Guarda”, seu álbum mais recente, na quinta-feira (17).

O astro, pioneiro em muitas frentes da criação musical, dono de um estilo que, dentro e fora do palco, conferiu-lhe a condição de imagem, por excelência, do roqueiro brasileiro, deixou fãs ardorosos por todo o País e também em Campo Grande.

“UM DOS MAIORES”

O empresário e promotor de eventos Paulo Chaves faz parte da legião de admiradores do autor de clássicos como “Sentado à Beira do Caminho” ou canções igualmente geniais, embora menos conhecidas, a exemplo de “Cover”, do disco “Rock ’n’ Roll” (2009).

“Eu estava no trânsito quando ouvi na rádio a notícia e, logo em seguida, meu celular encheu de mensagens. Sua partida foi muito impactante, pois, para mim, ele já estava ótimo em casa, após a saída do hospital.

Erasmo é um verdadeiro gigante do rock nacional, um artista incomparável, com uma história e importância ímpares no cenário musical do Brasil”, afirma Chaves, também carioca de nascimento e “campo-grandense” há quase três décadas.

“Aliás, ele foi um dos maiores que existiu, seria muito difícil colocar só em palavras toda a sua representatividade. Veremos daqui para frente, com sua partida, o grande peso da história musical desse grande e inesquecível artista”, avalia o empresário, visivelmente emocionado.

Nos idos de 2014, Chaves era o dono do Lendas Pub, um bar na Avenida Mato Grosso que, na época, estava entre os points mais descolados da Capital. Para celebrar o aniversário de três anos da casa, adivinha quem o empresário escalou.

“Estávamos atrás de algo grande e que representasse algo que fizesse jus ao nome do Lendas Pub. Então fomos atrás de uma lenda do rock e, em minutos, surgiu o nome do Erasmo na reunião. Ou seja, a escolha foi fácil. Difícil seria executar a ideia, mas, como na época ele estava por Corumbá em um festival, isso facilitou muito e deu tudo certo”, conta Chaves.

CHUVA E SIMPATIA

Tudo em termos, como relembra o publicitário Marcus Barão, que acompanhou de perto a aventura de trazer o Tremendão para a cidade.

“Na data prevista para o show – 1º de maio de 2014 – caiu uma tempestade terrível. O show seria no estacionamento do shopping [Campo Grande]. Daí precisou ser adiado, e ele ficou aqui por quatro dias, sem reclamar. E fez o show em um domingo à noite”, diz Barão, que também já atuou na produção de shows.

“O show teve de ser adiado por questões climáticas, diante de um temporal”, confirma Chaves. “Fui tratar desse assunto com a produção no hotel, e os produtores não estavam ajudando muito na questão do adiantamento do evento. Estavam irredutíveis em ceder as questões de contrato. E Erasmo, com toda sua elegância, quando ficou ciente da questão em si, quebrou o protocolo e surpreendendo a todos adentrou na reunião”, afirma.

“Ele simplificou tudo com a maior elegância, aceitando as nossas condições pelo adiantamento e ainda agradeceu o nosso empenho em respeito ao público dele. Esse momento foi muito marcante, pois ali vi o porquê de o Erasmo carregar o apelido de Gigante Gentil do Rock”, emociona-se Pedro Chaves.

JEJUM PELO VASCO

O empresário conta que estava ansioso para conhecer o ídolo e que se surpreendeu ante o primeiro contato pessoal: “Havia muita expectativa e uma certa comoção, pois não era só mais um artista que o Lendas contratava para um show apenas, e sim porque estaríamos diante de uma verdadeira lenda, um dos maiores ícones do cenário da música brasileira”.

Mas, no tête-à-tête, Chaves diz ter encontrado “um cara muito educado e prestativo com todos à sua volta, um artista muito elegante e gentil. Ainda estou sem acreditar na notícia de sua partida”. O empresário, hoje à frente do Garagi Eventos, conta que a apresentação foi “incrível e marcante, aliás, como já se esperava. Ele e sua orquestra deram um espetáculo de profissionalismo”.

Com esticada não prevista da temporada em Campo Grande, Marcus Barão foi visitar Erasmo. “Nos bastidores, ele era amável do tamanho físico dele. Um fato curioso era que tinha jogo do Vasco, e ele não saia do quarto sem ver uma partida. Estava fazendo jejum para o time. Um fanático pelo Vasco”, conta.

TRAGÉDIA

No embalo da repercussão do show, Barão animou-se e acabou fechando outras apresentações com o compositor de “Minha Fama de Mau”, “Quero que Tudo Vá pro Inferno” e “Mulher”. Mas, dessa vez, o compromisso foi adiado por uma tragédia, a morte, aos 40 anos, em um acidente automobilístico, de Alexandre Pessoal, o Gugu, filho do cantor.

“Contratei ele para fazer aqui, Rondonópolis e Cuiabá. Esses dois últimos têm uma história incrível. Estavam marcados e com venda de ingressos a todo vapor, mas, infelizmente, 10 dias antes o Gugu faleceu. Era o filho do meio com a Narinha [Sandra Sayonara Saião Lobato Esteves], também falecida [em 1991]”, recorda Barão.

“Mas o Erasmo foi muito profissional e foi ao ‘Fantástico’ dois dias após o sepultamento e disse que cumpriria os shows que já estavam marcados. Ele viajou e cumpriu os shows, estava abatido, arrasado. Mas ao subir nos palcos eu entendi o porquê de colocarem o apelido dele de Gigante Gentil’ É muito legal falar dele na essência ”, diz Barão, que conheceu o artista por meio de um tio (Mauro Motta) que era produtor do Roberto Carlos.

DE MÃE PARA FILHO

Dos entrevistados por este repórter, o mais jovem é o professor Bruno Nóbrega, de 40 anos, que, durante a década de 1990, conferiu dois shows do criador de “Mesmo que Seja Eu” e “É Proibido Fumar” no Rio de Janeiro. “Um foi no Canecão e o outro na Praia de Copacabana, acho que em 1992 e 1996”, diz Nóbrega.

“O Erasmo Carlos sempre foi um ídolo para a gente. A minha mãe, que é baiana, até hoje põe as músicas dele, e acabou contagiando toda a família. A gente desde muito cedo já crescia ouvindo a Jovem Guarda. Nas apresentações que assisti, ele sempre interagia muito com o público, atendendo a pedidos, e não faltava aquele bis”, diz o saudoso fã.

“Meu contato com ele foi há uns quatro anos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio. Me apresentei para ele, falei que era superfã e perguntei se poderia fazer uma ligação por vídeo, para a minha mãe. Ele atendeu prontamente. Ficou falando uns cinco minutos com ela, que se emocionou bastante ao falar com ele pelo vídeo”, afirma Nóbrega.

O professor lista “Festa de Arromba” e “Pega na Mentira” entre as canções preferidas. “Eu ficava ouvindo essas músicas animadas com os meus pais dançando. São as que me marcaram mais”.

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Gastronomia B+: Aprenda a fazer uma deliciosa Focaccia Grano Padano na sua casa

Prato incorpora um dos queijos mais emblemáticos do norte da Itália em um pão caseiro, e se assemelha a uma pizza

16/02/2025 10h00

Gastronomia B+: Aprenda a fazer uma deliciosa Focaccia Grano Padano

Gastronomia B+: Aprenda a fazer uma deliciosa Focaccia Grano Padano Foto: Divulgação

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Com uma textura macia por dentro e levemente crocante por fora, a Focaccia pode ser servida como entrada, aperitivo ou até mesmo acompanhamento. E fica ainda melhor quando combinado com um queijo de alta qualidade, como o Grano Padano. Quando incorporado à massa, o queijo derrete ligeiramente, conferindo um sabor intenso que agrada aos paladares mais variados.

E para quem deseja experimentar essa delícia em casa, a nutricionista Andrea Mosqueira, proprietária do Mr. Lenha, preparou uma receita especial baseada no preparo tradicional de seu restaurante.

Ingredientes:

  • 500g de farinha de trigo
  • 10g de sal
  • 15g de açúcar
  • 15g de fermento biológico seco
  • 300ml de água morna
  • 50ml de azeite de oliva
  • 100g de queijo Grano Padano ralado
  • Alecrim fresco a gosto
  • Sal grosso a gosto

Modo de preparo:

Massa

Em uma tigela grande, adicione a farinha, o sal e o açúcar. Em outro recipiente, dissolva o fermento na água morna. Deixe descansar por 5 minutos, até que comece a espumar.

Faça um buraco no meio da mistura de farinha e adicione o azeite e a mistura de fermento. Misture bem até formar uma massa (se necessário, acrescente mais farinha ou água, mas a massa deve ficar um pouco pegajosa). Sove a massa por cerca de 10 minutos até que ela fique lisa e elástica.

Fermentação:

Cubra a tigela com um pano limpo e deixe a massa descansar em temperatura ambiente por cerca de 1 hora, ou até dobrar de tamanho.

Focaccia:

Para modelar a Focaccia, depois que a massa tiver crescido, transfira-a para uma forma retangular untada com azeite. Estique a massa com as mãos até que cubra o fundo da forma. Com os dedos, faça pequenos buracos na superfície da massa.

Deixe a massa descansar por mais 15-20 minutos.

Grano Padano:

Pré-aqueça o forno a 200°C.

Antes de levar a focaccia ao forno, regue com mais azeite, espalhe o queijo Grano Padano ralado por cima e decore com alecrim fresco.

Leve a focaccia ao forno por cerca de 25-30 minutos ou até que ela esteja dourada e crocante nas bordas.

Finalização:

Retire do forno, deixe esfriar um pouco e sirva ainda morna. Experimente acompanhar com um bom molho de tomate caseiro.

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B+: Neste calor - Sorvete ou Gelato? - Veja a diferença antes de saborear

Especialista destrincha quatro mitos que separam as sobremesas

15/02/2025 17h30

B+: Neste calor - Sorvete ou Gelato - Ainda faz sentido diferenciar?

B+: Neste calor - Sorvete ou Gelato - Ainda faz sentido diferenciar? Foto: Divulgação

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Quem gosta de doces eventualmente se depara com discussões e comparações entre gelatos e sorvetes. Muitos acreditam que ambas as sobremesas têm suas características bem definidas: o gelato seria mais leve e natural, enquanto o sorvete seria pesado e cheio de ingredientes artificiais. Mas será que isso é verdade? A resposta é: nem sempre.

De acordo com Mirko Stortini, mestre gelatiere e fundador da Gelato Academy, primeira escola de gelatos italianos do Brasil, a diferença pode ser bem sutil - “Gelato nada mais é do que a palavra em italiano para sorvete”, explica. Para ele, a divergência de nomenclatura ocorre em função de como as marcas querem se posicionar no mercado.

Enquanto isso, certos mitos e dúvidas ainda persistem sobre o tema, e é importante pontuar o porquê dessas “diferenças”, amplamente divulgadas, nem sempre se aplicam na prática.

1. “O sorvete tem mais gordura que o gelato”

Muitas vezes ouvimos que o sorvete tem mais gordura que o gelato, mas isso não é uma regra. O sorvete americano tradicional, por exemplo, tem um teor de gordura mais alto (cerca de 10 a 15%), enquanto algumas opções industriais modernas têm menos gordura. Além disso, alguns gelatos podem ter um teor de gordura semelhante ao do sorvete, dependendo dos ingredientes usados, como o creme ou mascarpone.

2. “O sorvete tem mais ar que o gelato”

Outro mito comum é que o sorvete tem mais ar incorporado, tornando-o mais leve que o gelato. Embora tradicionalmente seja batido de forma a incorporar mais ar, muitos sorvetes industriais e até artesanais controlam melhor esse aspecto, resultando em texturas mais densas, muito próximas ao gelato italiano. Ao mesmo tempo, algumas gelaterias podem incorporar mais ar na sua batida, dependendo do estilo e das preferências locais.

3. “O sorvete usa aromas e corantes, enquanto o gelato não”

Esse argumento também está desatualizado. Embora seja verdade que muitos sorvetes industriais utilizam aromas e corantes artificiais, várias gelaterias “artesanais” também usam insumos prontos contendo esses aditivos. A ideia de que o gelato é sempre feito com ingredientes frescos e naturais é um ideal que nem sempre se aplica na prática.

4. “O sorvete é feito com ingredientes de qualidade inferior”

Outro mito é que o sorvete usa ingredientes de qualidade inferior em comparação ao gelato italiano. Existem muitos sorvetes artesanais que utilizam ingredientes de alta qualidade, enquanto alguns gelatos, por outro lado, usam insumos prontos e industrializados, afetando sua autenticidade. Tudo depende do compromisso do produtor com a qualidade.

O que realmente importa?

As diferenças entre gelato e sorvete vão muito além do que muitos imaginam. Mais do que a quantidade de gordura ou o nível de incorporação de ar, o que realmente importa é a qualidade dos ingredientes, a habilidade do sorveteiro e a experiência sensorial que cada um proporciona.

O mercado de sobremesas geladas evoluiu significativamente. Atualmente, tanto gelato quanto sorvete pode ser preparados com ingredientes frescos ou insumos prontos, variando em teor de gordura, com ou sem corantes. E, no final das contas, o que o consumidor procura é sabor, textura e uma experiência de qualidade.

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