O “The Voice Kids” é uma espécie de válvula de escape para Gaby Amarantos.
Assim como boa parte da classe artística, a cantora tem sofrido com as suspensões dos shows em virtude da pandemia de Covid-19.
Apesar da enxurrada de notícias dolorosas dos últimos meses, a cada gravação do “talent show”, Gaby ainda consegue renovar sua fé na humanidade a partir dos pequenos e talentosos participantes.
“O ‘Kids’ fortalece nossa capacidade de sonhar, de acreditar que, apesar de tudo, o mundo pode ser um lugar melhor – aquele lugar da criança continuar viva dentro da gente. Eu sempre fui fã do ‘Kids’ e já borrei vários lencinhos de maquiagem assistindo aos talentos. Você vê que ali, além da voz, tem o início de um sonho, tem os olhos cheios de esperança em acreditar que o mundo pode ser bonito. Eu tento manter a minha criança viva e essa ‘infantilidade’ de quem acredita no futuro”, valoriza.
Apesar de estar estreando na cadeira jurada, Gaby é antiga conhecida do formato musical.
Em 2013, ela participou do “The Voice Brasil”, em que atuou como técnica assistente de Lulu Santos na fase das “Batalhas”.
Na nova função, a cantora está animada para acompanhar o desenvolvimento artístico dos participantes ao longo da temporada.
“Eu estou muito feliz com essa chance. Não só por ser da Amazônia e trazer a diversidade, o colorido e tudo que eu sei que represento, mas também por toda humildade de sentar em um lugar onde eu vou poder devolver para esses talentos um pouco do que eu tive quando eu comecei na música e minha mãe era minha maior incentivadora”, explica Gaby, que gostaria de ter passado por uma competição semelhante na infância.
“Acho que teria conseguido aplicar as dicas e críticas hoje em dia. Espero ir em um show desses pequenos algum dia no futuro”, completa.
Lidando com uma nova geração durante as etapas do programa, Gaby confessa que os sonhos dos pequenos participantes têm algumas diferenças dos desejos de sua época.
Quando ainda era uma jovem anônima, a cantora sonhava em gravar seu primeiro CD, cantar suas próprias músicas e ver o público cantando suas letras nos shows.
“Eu também queria muito estar na televisão. Lembro que eu tinha um desejo muito grande de cantar no ‘Domingão do Faustão’, era um programa que me inspirava muito a cantar na tevê. Hoje a gente tem as plataformas digitais, mas, quando eu era criança, a gente tinha também o sonho de tocar nas rádios”, relembra Gaby, que também integra o elenco do “Saia Justa”, do GNT.
Natural de Belém, no Pará, Gaby começou sua trajetória musical na igreja.
Porém, seu estilo moderno e colorido não foi muito bem aceito e, um tempo depois, Gaby foi expulsa do grupo religioso.
Naquela mesma noite, no entanto, a artista encontrou outro local para se apresentar.
“Fui em um barzinho com uma amiga. O cantor que se apresentava lá já tinha me visto na igreja e me convidou para cantar. Comecei a cantar lambada. Alguma coisa mágica aconteceu porque todo mundo arrastou as cadeiras e começou a dançar. O dono do bar ficou super animado e me chamou para cantar lá todas as noites. Meu primeiro cachê foi um prato de sopa”, ressalta Gaby, que ganhou maior projeção nacional ao ter sua música na abertura da novela “Cheias de Charme”, que foi ao ar em 2012.
“Foi um divisor de águas. Dali para frente, minha carreira despontou para o mundo inteiro”, completa.