“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”. Ao mesmo tempo leve e assertiva, a sentença de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é uma das frases preferidas da professora Maria Augusta de Castilho. Mas, sem ofensa à metáfora do poeta, cada estudante com quem conviveu parece sempre ter sido um pretexto de alegria para a educadora.
“Quando criança, brincava muito de ser professora. Fiz o magistério e nunca mais deixei de ministrar aulas em todos os níveis de ensino. A grande lição após 60 anos é que meus ex-alunos desempenham hoje uma cidadania consciente e responsável. Com a vitória deles, me sinto gratificada”, derrete-se a professora.
A mestra de várias gerações e milhares de alunos em três estados brasileiros será homenageada hoje, na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), na Av. Tamandaré, 6.000, Jardim Seminário, a partir das 18 horas.
No anfiteatro da Biblioteca da UCDB, Maria Augusta vai autografar três publicações da Editora Life, produzidas em parceria, que mostram diferentes facetas da paulista de 79 anos, nascida em Ubarana, que fez história como docente em diversas cidades de seu estado natal e também no Espírito Santo, além de Mato Grosso do Sul.
“Comecei em 1962 e não parei mais, dei aula no curso primário [a atual Educação Infantil], no primeiro grau [atual Ensino Fundamental] e na universidade. Gosto de dar aula. O que nos move é ver o crescimento dos alunos”, diz Maria Augusta, que segue na ativa – na pós-graduação em Desenvolvimento Local e no curso de licenciatura em História da UCDB – e já lecionou, por exemplo, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e na Uniderp.
MUSEUS
“Museus: Patrimônio Cultural e Desenvolvimento Local” e “O Centro Espírita Discípulos de Jesus com Potencialidades para o Desenvolvimento Local no Contexto da Territorialidade Central de Campo Grande – MS” estão entre os lançamentos de hoje. O terceiro título é a coletânea “Cultura, Religiosidade e Saberes Locais”, em três volumes, com artigos de diversos autores.
“O primeiro, escrito em parceria com Maria Christina de Lima Félix Santos, objetiva mostrar aos leitores a importância de se conhecer parte da história do passado e do presente e refletir sobre os acervos existentes em museus, contribuindo para a salvaguarda da memória e da disseminação de informações culturais”, conta a professora.
“Escolhi abordar três museus da cidade que têm trabalhos de educação patrimonial, o Museu das Culturas Dom Bosco, o Museu de Arte Contemporânea e o Museu de Arqueologia da UFMS. Muita gente mora em Campo Grande e não conhece os museus da cidade, mas quando viaja gosta de visitar. Por que não, então, conhecer os museus locais?”, provoca Maria Christina.
BORDADEIRAS E COLETÂNEA
Já o livro sobre a filantropia do Centro Espírita Discípulos de Jesus foi escrito com Mariel Guerreiro da Fonseca Martins, autora de uma dissertação de mestrado sobre o tema. “A minha dissertação tem dentro dela um amor muito grande por essa casa [Casa de Amália, beneficiada pelo Centro Espírita]”, diz Mariel Guerreiro.
“Há 30 anos eu já fazia parte desse trabalho com as bordadeiras. É um trabalho semanal desenvolvido voluntariamente que hoje tem um espaço no Bairro Nova Lima. O bordado é um meio de sustento para o projeto e para as mulheres, que muitas vezes não têm renda familiar e podem, assim, ganhar algum recurso, aumentar sua autoestima e melhorar a renda familiar”, explica a pesquisadora.
“Destaco a comunidade da Casa de Amália como instrumento impulsionador das mulheres bordadeiras, despertando suas vocações e contribuições para uma melhor qualidade de vida na localidade em que vivem”, complementa Maria Augusta.
“A coletânea ‘Cultura, Religiosidade e Saberes Locais’ é fruto de pesquisas realizadas pelos componentes do grupo de pesquisa cadastrado no CNPq desde 2016. É um grupo interdisciplinar, composto por ex-alunos e alunos da graduação da UCDB do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da instituição”, afirma a professora.


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