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CELEBRAÇÃO

Laricas Cultural traz show tributo de cantoras locais a divas do samba

Para encerrar o Mês da Consciência Negra, Laricas Cultural recebe, nesta quarta-feira, a partir das 18h30min, show tributo de seis cantoras de Mato Grosso do Sul e a divas do samba e debate sobre colorismo

As sambistas cariocas Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e Elza Soares (1930-2022) estão entre as divas da música afro-brasileira que serão homenageadas no "Alegria, Alegria!" de hoje, no Laricas CulturalAs sambistas cariocas Jovelina Pérola Negra (1944-19

As sambistas cariocas Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e Elza Soares (1930-2022) estão entre as divas da música afro-brasileira que serão homenageadas no "Alegria, Alegria!" de hoje, no Laricas CulturalAs sambistas cariocas Jovelina Pérola Negra (1944-19 - Denise Ricardo

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O colorismo é um termo usado para diferenciar as várias tonalidades da pele negra, desde o tom mais claro ao mais escuro. Essas tonalidades permitem a inclusão ou a exclusão na sociedade.

Por exemplo, uma pessoa com a pele mais clara tende a ser melhor aceita nos meios sociais, isso porque sua cor se aproxima do elemento branco. Já para a pessoa de tez mais escura restam os lugares menos desejados e menos valorizados socialmente.

A definição parte de Irinéia Cesário. Doutora em educação étnico-racial, ela é uma das ativistas que estão à frente do “Alegria, Alegria!”. O evento – na noite de hoje, no espaço Laricas Cultural – propõe uma combinação de festa com engajamento e vai reunir seis cantoras sul-mato-grossenses no show, em formato de roda de samba, “Elas Cantam!”.

PAPO E SAMBA

A partir das 20h, Pretah, Lana, Isa, Aline Rios, Marta Cel e Karla Coronel soltam a voz para prestar uma homenagem a Elza Soares (1930-2022), Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e outras divas da MPB e da música afro-brasileira. Antes, às 18h30min, as jovens intérpretes participam, ao lado de quem quiser chegar, de uma roda de conversa sobre o tema colorismo.

A entrada custa R$ 10, e o espaço cultural – na Rua Antônio Maria Coelho, nº 1.663, Vila Planalto – estará aberto a partir das 17h30min. O Laricas conta com brechó e galeria de arte, além de uma área externa que abriga apresentações e eventos.

“Como uma forma de racismo, o colorismo faculta, dependendo dos traços atribuídos à negritude de uma pessoa, a forma como ela vivenciará as diferentes formas de racismo durante sua vida”, fundamenta Irinéia, que vai mediar a conversa.

“Todos que dialogam sobre a questão racial, independentemente da etnia, estão convidados para o debate. A diversidade das etnias nos leva para esse colorismo. A diferença é que essa diversidade não tem que afastar as pessoas da ancestralidade”, convoca a educadora Romilda Pizani.

Embalada pelas ideias de expoentes dos direitos civis, como a filósofa norte-americana Angela Davis (“Quando uma mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”), a dupla sabe do que está falando. Romilda e Irinéia, além de amigas, são parceiras de longa data em iniciativas de valorização da cultura e da população negra.

AFRO MS

Sobre a consciência de uma possível identidade afro-sul-mato-grossense, Romilda pontua que o Estado tem a particularidade de ter como vizinhos dois países, Paraguai e Bolívia.

“Somos também o segundo estado com a maior população indígena, e tudo isso influencia e dificulta para muitos a consciência de ‘quem eu sou’, talvez por falta de políticas públicas em uma linguagem popular, para que a população de massa entenda e se identifique como negros”, pontua Romilda.

Para a companheira de causa, a identidade sul-mato-grossense está sendo construída, justamente, com a contribuição de vários grupos e etnias.

“O importante é o respeito à diversidade, inclusive racial e étnica, e reconhecer-se como pertencente ao estado que nascemos ou que escolhemos viver”, afirma Irinéia. 

O grande desafio do debate público sobre a questão racial, segundo ela, começa com o entendimento de que a militância precisa sair do gueto. “O desafio, a meu ver, é sensibilizar a sociedade brasileira de que não se trata de um tema específico da população negra, mas sim de todos os brasileiros”, afirma. 

“E é claro que isso pressupõe abrir mão dos privilégios da branquitude, que têm a ver com a ideia de superioridade e da manutenção de poder de um único grupo social”, completa Irinéia.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Romilda defende a existência de políticas públicas que atendam às demandas da população negra de forma contínua, e não pontual, dando como exemplo a política de cotas para acesso às universidades estatais.

“Essa política tem que ser completa. Quais os meios que os estudantes cotistas têm para permanecer nas universidades? Políticas públicas continuadas atendendo às especificidades da população negra”, alfineta.

“A educação é o caminho, seja em rodas de conversa, cursos de formação ou outros formatos”, diz a educadora, para quem o poder público, em Mato Grosso do Sul, até está tentando fazer o que seria a sua parte, mas “não da forma que precisamos, as demandas são inúmeras e precisamos de vontade política para colocá-las em prática”.

Tanto no governo estadual quanto no municipal, lembra Irinéia, existem Pastas que desenvolvem políticas públicas específicas para a população negra sul-mato-grossense.

“Agora, é importante a participação da população nessas e em outras instâncias públicas, na proposição e no acompanhamento dessas políticas”, diz a especialista no tema.

Irinéia Cesário destaca a importância de se colocar em discussão as questões que envolvem a população negra do Estado, “como moradia, saúde, geração de renda, educação e cultura”. E, principalmente, frisa a pesquisadora, “a comunidade tem que se perceber pertencente ao lugar em que está inserida”.

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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