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TELEVISÃO

Papo futurista: "Tempos Modernos" completa uma década de exibição na televisão

Tecnológica e nada popular, "Tempos Modernos" completa uma década de exibição

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As novelas bem que tentam sair da mesmice ao se inspirar em obras de ficção científica ou abordar temas mais tecnológicos. Porém, é grande a lista de produções que se tornaram um fiasco por conta dessa abordagem. 

Mesmo ciente da falta de apelo deste tipo de trama com o público dos folhetins, comprovada a partir da audiência de folhetins como “Transas e Caretas” e “O Amor Está no Ar”, a Globo resolveu seguir novamente pelo caminho da experimentação a partir de uma sinopse apresentada por Bosco Brasil. 

Ambientada no Centro de São Paulo, a trama retratava o contraste entre o “velho”, representado pelo ar decadente e antigo da região, e o “novo”, com a experiência de um prédio todo controlado por inteligência artificial. Inicialmente, a obra teria o estranho nome de “Bom Dia, Frankestein”, vetado pela cúpula da emissora. 

No fim, ficou o genérico título “Tempos Modernos”, produção que completa dez anos de exibição neste mês e representa um dos maiores fracassos da faixa das sete. 

“O Centro de São Paulo sempre foi um dos meus lugares preferidos da cidade. Embora abandonado, ele resiste e é cenário de grandes histórias. Concebi a novela como uma carta de amor à região. Isso não foi o bastante para fisgar o telespectador. Meu erro foi não entender o quão careta o público pode ser. Quando as coisas mudam muito, ele tende a se afastar”, analisa Bosco.

Malu Galli, Otávio Muller e Regiane Alves

Inspirada no clássico shakespeariano “Rei Lear”, a trama é centrada na figura de Leal, de Antonio Fagundes. 

De origem humilde e agora milionário, ele administra há muitos anos o Titã, o maior edifício do Brasil, que possui 36 andares, 1.550 apartamentos em diferentes dimensões, 95 lojas e mais de 7 mil residentes. 

Com moradores de diversas classes sociais, o prédio conta com avançados recursos tecnológicos, que controlam desde a temperatura interna até a vigilância de tudo o que acontece dentro de suas paredes, onde tudo é monitorado pelo computador Frank, uma máquina irônica, temperamental e não muito avançada, livremente inspirada no computador HAL 9000, do filme “2001 - Uma Odisseia do Espaço”, dirigido por Stanley Kubrick, de 1968. Como um síndico onipresente, Frank questiona, consola e debocha das pessoas que vivem ou circulam pelo prédio. Tem sempre uma resposta pronta, e teme ser trocado por uma versão mais atualizada. Ninguém tem acesso à sua sala de controle, com exceção de Leal. “Me apaixonei pelo texto de cara. Era, sem dúvida, muito diferente e inspirado. Adorei o ar de fantasia, humor e a história ainda explorava muito bem o homem e as máquinas”, conta Fagundes.

Felipe Camargo e Vivianne Pasmanter

Prestes a dar um novo passo empresarial, Leal decide investir no Titã II, empreendimento projetado para ser o maior prédio da América Latina, igualmente erguido no Centro e aperfeiçoando todas as tecnologias já utilizadas no condomínio mais antigo. 

O grande problema do empresário, entretanto, são suas filhas e herdeiras, Regiane, Goretti e Nelinha, personagens de Vivianne Pasmanter, Regiane Alves e Fernanda Vasconcellos. 

O trio não se entende e nem leva o menor jeito para cuidar de um edifício com proporções e complicações tão gigantescas. 

Nelinha é a predileta de Leal e a única que é totalmente contra a construção do novo prédio, que resultará na destruição de parte da história da área central da cidade, além de causar transtornos urbanísticos e ecológicos à região. 

“A novela tratava de coisas realmente sérias, como a especulação imobiliária e os impactos ecológicos, que precisam ser amplamente debatidas hoje e nos próximos anos. Nelinha foi minha primeira protagonista em novelas e um grande aprendizado. Afinal, a trama passou por tantas modificações que a gente tinha de estar pronta para tudo”, conta Fernanda, que acabou ficando com o posto de mocinha depois da recusa de Priscila Fantin em viver o papel. 

Com medo de se repetir, Fantin acabou escolhendo viver a antagonista Nara e foi atendida pelo autor da trama.

Grazi Massafera e Guilherme Weber

As primeiras gravações de “Tempos Modernos” fizeram um verdadeiro passeio pela história de São Paulo. 

Durante 40 dias, a equipe comandada pelo diretor José Luiz Villamarim captou sequências em pontos turísticos como o Vale do Anhangabaú, Viaduto do Chá, Viaduto Santa Ifigênia, Praça Ramos de Azevedo, Avenida São João, Rua Líbero Badaró e Largo de São Francisco. 

Nos Estúdios Globo, a equipe de cenografia capitaneada por Fabio Rangel, Fabbio Gomes, João Irênio recriou uma parte do Centro de São Paulo em um espaço de 7 mil m². 

Entre as principais construções estão o Edifício Copan e a Galeria do Rock.

“A cidade era um personagem importante dentro da trama. Então, o esforço de fazer tudo de forma muito real foi imenso”, valoriza Villamarim, que estreava no posto de Diretor Artístico. Com elenco formado por nomes como Felipe Camargo, Grazi Massafera, Guilherme Weber, Ângela Vieira, Otávio Muller e Marcos Caruso, entre outros, a novela não engrenou nem com as diversas adaptações realizadas ao longo de seus 166 capítulos e terminou com audiência média de 24 pontos no Ibope. “Tudo o que era tecnológico ficou em segundo plano e a trama ficou o mais comum e popular possível. Mas aí o público não estava mais interessado na história”, lamenta o autor.

CAMPÃO CULTURAL

Encontro marcado com a Feira da Música

Terceira edição do evento vai acontecer durante três dias com mais de 40 convidados

27/03/2025 13h00

Grupo Falange da Rima participa dos show dos Brô MC's (sábado)

Grupo Falange da Rima participa dos show dos Brô MC's (sábado) Foto: Divulgação

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A Feira da Música de Campão vai transformar a capital sul-mato-grossense em uma grande vitrine artística. Entre amanhã e este domingo, a terceira edição do evento vai trazer para o público 24 apresentações musicais, sendo 14 de artistas de Mato Grosso do Sul, oito músicos de outros estados brasileiros e dois artistas estrangeiros. Os shows acontecem no Centro Cultural José Octávio Guizzo, além de mais quatro outros locais de Campo Grande: Buteco do Miau, Bar Onça, Ponto Bar e Blues Bar. Todas as atividades são gratuitas.

Os shows de Iara Rennó (amanhã) e Brô MC’s (sábado), com participação especial do Falange da Rima, serão às 20h no Teatro Aracy Balabanian. Os shows cases serão realizados à tarde, na parte externa do recém-reformado Centro Cultural José Octávio Guizzo, com: Funk’Chula (Paraguai), Bianca Orqueda (Paraguai), Júlio Borba (MS) e Ruschel (MS) (amanhã, às 16h30min); Paulo Monarco (MT), Ossuna Braza (MS), Virgesanta (MS) e SoulRá (MS) (sábado, às 17h) e Octávio Cardozzo (MG), Fhernnando Rhamos (SP), Marcela Mar (MS) e Maringá Borgert (MS) (domingo, às 16h30min).

O circuito musical da feira também vai alcançar espaços alternativos da noite campo-grandense. Amanhã, apresentam-se no Buteco do Miau, no Bairro Tiradentes, a partir das 21h, os artistas Odiados (MS), Molho Negro (SP), Bêbados Habilidosos (MS) e Funk’Chula (Paraguai).

Já neste sábado, as apresentações serão realizadas, também a partir das 21h, no Bar Onça (na Rua 14 de Julho), com Gílson Espíndola e a banda cuiabana Calorosa. Na sequência, às 23h, Kalélo e Àiyé, do Rio de Janeiro, fecham a noite de sábado no Ponto Bar, na Esplanada Cultural.

Os três últimos concertos acontecem na área central da Capital, no Blues Bar, a partir das 19h, com Ju Souc, Vozmecê, que lança o videoclipe “Tio Sam”, e Yori, de São Paulo.

PROSA CULTURAL

Além dos concertos musicais, haverá seis mesas de debates, uma palestra e uma oficina. São 21 profissionais ligados à cadeia produtiva da música, entre eles produtores de eventos, como Hernan Halak, do Festival Mucho (SP) e José Samaniego, do Reciclarte e G5 Conexiones, e também produtores artísticos, como Daniel Ganjaman, um dos mais respeitados da área, com produções de sucesso com Planet Hemp e Criolo.

Destaque ainda para a presença do jornalista Alexandre Mathias, do Trabalho Sujo, blog pioneiro e um dos mais conceituados da cena artística alternativa do País. 

As atividades serão realizadas na Sala Rubens Corrêa, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Amanhã, às 14h, acontece a palestra O Mercado Musical do Paraguai Como Um Novo Polo de Integração Cultural Sul-americana, com o gestor cultural paraguaio Oscar Mosqueira. Ele é diretor geral do Circuito Cultural Guarani (Paraguai), empresário artístico/booker de Nestor Ló e Tierra Adentro e um dos principais agentes de integração entre MS e Paraguai.

Logo depois, às 15h, vem a mesa de debate MS Hub Cultural da América Latina – Novas Rotas de Oportunidades Entre o Brasil e Países Vizinhos. Com mediação do jornalista e músico Rodrigo Teixeira, a conversa vai contar com a presença de Hernan Halak, Eder Rubens e José Samaniego.

Na sequência, às 18h30min, o produtor paraguaio José Samaniego recebe Oscar Mosqueira, Fabi Fernandes e Afonso Rodrigues para conversar sobre o tema Países hermanos? Mercado de música em MS e Conexão Guarani.

Neste sábado, às 9h, a programação continua com a oficina Produzindo na Música, com a empresária artística, curadora e produtora Amanda Souza. No período da tarde, às 14h, acontece a mesa de debate Circulação Hoje – Panorama dos Festivais e do Mercado da Música Ao Vivo, com mediação de Letz Spíndola e a participação de Amanda Souza, Mr. Bolha e Carol Folha. Depois vem a mesa de discussão com Larissa Sossai na mediação e os convidados Larissa Conforto, João Lemos e SoulRá.

A programação deste sábado na Sala Rubens Corrêa termina com o debate sobre Circuito MS – Caminhos e Desafios Para Circulação Sustentável, às 18h30min, com Thays Nogueira, Maringá Borgert e Thalysson. A mediação será de Rodrigo Teixeira.

Para encerrar os encontros, neste domingo, às 14h30min, o jornalista paulistano Alexandre Mathias comanda o bate-papo sobre Conceito Artístico – Como Dialogar Com o Público Em Um Mundo Cheio de Informações, com Daniel Ganjaman, Letz Spíndola e Octavio Cardozzo.

A Feira da Música de Campão é uma realização da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e do governo do Estado.

CAMPÃO CULTURAL

Circuito Noturno terá shows no Buteco do Miau e no Onça Bar

Terceira Feira da Música do Festival Campão Cultural começa hoje, quinta-feira (27), com programações gratuitas

27/03/2025 12h15

A banda Bêbados Habilidosos se apresentam nesta quinta-feira (27), no Buteco do Miau

A banda Bêbados Habilidosos se apresentam nesta quinta-feira (27), no Buteco do Miau Foto: Divulgação

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A programação noturna da 3ª Feira da Música do Festival Campão Cultural será realizada em alguns bares de Campo Grande, entre eles, o Buteco do Miau (Av. José Nogueira Vieira, nº 1.303, Tiradentes), com shows dos grupos Odiados, Bêbados Habilidosos, Molho Negro (PA) e Funk’chula (Paraguai), e o Onça Bar (Rua 14 de Julho, nº 2.749, Centro), com Gilson Espíndola e a banda cuiabana Calorosa. Grátis.

O grupo de rap Odiados, formado em 2023, em Dourados, representa e inspira jovens e adultos das periferias e comunidades indígenas por meio da música e da cultura de rua. Na formação, artistas douradenses e de duas etnias indígenas: Marinn (da etnia terena), Discreto (da etnia guarani), Vidau e DJ Guisfe. Eles se apresentam às 21h.

Há mais de três décadas, a Bêbados Habilidosos tem sido pioneira do blues em MS. O repertório da banda mantém vivas as letras do grande Renato Fernandes, vocalista, letrista e fundador. Integram a banda o vocalista Sal dos Santos, o guitarrista Rodrigo Queiroz, o baterista Erik Artioli e o baixista Juliano Gordão. A apresentação da banda está marcada para as 22h.

Já a banda de rock Molho Negro surgiu em 2012, em Belém do Pará, formada por João Lemos (vocal e guitarra), Raony Pinheiro (baixo) e Antonio Fermentão (bateria). Juntos, eles misturam “caos, ironia, refrões grudentos, sarcasmo, barulho e falta de perspectiva”. Tem quatro discos lançados: o homônimo “Molho Negro” (2012), “Lobo” (2014), “Não É Nada Disso que Você Pensou” (2017) e “Normal” (2018). O show será às 23h.

Funk’chula, banda de Assunção (Paraguai), surgiu em 2019, com o single “Hotel Boston”, e rapidamente ganhou popularidade pelo som e a estética únicos. Lançaram dois álbuns, além de singles, incluindo parceria com Marina Peralta. Integram a banda Pablo Ritter (vocal), Luigi Manzoni (guitarra), Juanda Navarro (baterista) e David Correa (baixista). A apresentação está marcada para as 0h.

O cantor sul-mato-grossense Gilson Espíndola está há mais de 40 anos na estrada e tem dois CDs gravados, “Tudo Azul” e “Mosaico”, além do DVD “Gilson Espíndola – 40 Anos – Dois Caminhos”. Entre os anos 1970/1980, foi vocalista do grupo Benvirá. No Onça Bar, ele se apresenta às 21h, com a participação dos músicos Renan Nonato e Gabriel Andrade.

Nascida da pandemia, a banda Calorosa lançou o EP de estreia, “Pacu e Pequi”, em 2021, e experimenta ritmos como rasqueado, lambadão, reggae, eletrônico e pop. Formação: Augusto Krebs e Karola Nunes (guitarra), Paulinho Nascimento (contrabaixo), Vinícius Barros (bateria) e Bruno el Joe (sintetizadores e samples).

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