Economia

Logística

ANTT marca data para "ressuscitar" principal ferrovia do Estado

Leilão da Malha Oeste, que atravessa Mato Grosso do Sul de leste a oeste, foi marcado para janeiro de 2024 pela agência

Continue lendo...

A área técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) marcou para janeiro de 2024 a assinatura do contrato de relicitação dos 1.973 km da Ferrovia Malha Oeste, ligando Corumbá (MS) a Mairinque (SP), que possibilitará o acesso ao Porto de Santos. 

A ferrovia é a mesma que utiliza o traçado da antiga Noroeste do Brasil, que tem papel importante na história de Mato Grosso do Sul e que tem mais de 1 século de existência. 

A nova concessionária terá de investir R$ 18,1 bilhões no prazo de 60 anos, sendo o maior valor, R$ 16,4 bilhões, nos próximos sete anos, na troca de dormentes e trilhos, compra de locomotivas, reforma de pátios de manobra, entre outras obras. A previsão é de que o volume de carga transportada seja 12 vezes maior em 2031.

A data do leilão foi sinalizada dois meses após o governador Eduardo Riedel (PSDB) se reunir com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília e apresentar a relicitação da Malha Oeste como uma das prioridades de sua gestão. 

O projeto esteve parado no governo federal por mais de quatro anos. No encontro, Lula assumiu o compromisso de agilizar o processo, tanto que no dia 20 deste mês foi aberto o processo na autarquia.

Três dias depois, foram apresentados os Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), divulgados na quinta-feira (23).

Eles foram iniciados no ano passado e feitos por meio de cooperação técnica entre a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), órgão ligado à Presidência da República, a ANTT, a Corporação Andina de Fomento, consórcio de consultores, e o Ministério dos Transportes. 

O documento detalha as obras de modernização, a viabilidade econômico-financeira e questões ambientais.

Detalhes

O documento aponta que “a infraestrutura da Malha Oeste, incluindo sua via permanente, encontra-se depreciada. Durante anos, a atual concessionária realizou investimentos em patamares insuficientes para a sua manutenção. O baixo investimento acarretou perda da capacidade de transporte. Atualmente, os trens trafegam com velocidades abaixo de seu potencial e o volume de carga transportado é limitado”.

Por isso, a Nota Técnica Conjunta nº 004/2023 afirma que só haverá um crescimento no fluxo e maior diversidade de cargas com a modernização da malha.

Em 2021, por exemplo, foram observados somente quatro fluxos de produtos, cada um para um par origem-destino. Do total de 2,8 milhões de toneladas movimentadas em 2021, o minério de ferro é o produto mais relevante (74% do total de toneladas), seguido pela celulose (16%), cujo destino é o mercado exterior.

Demanda

Para 2031, a projeção para a Malha Oeste é de 33,1 milhões de toneladas/ano, o que corresponde a quase 12 vezes a demanda de 2021.

O mix de relevância de produtos é alterado, com maior participação da celulose e minério de ferro, contrária à participação atual, na qual o minério de ferro é o principal produto. 

Em 2031, deve ocorrer a movimentação de uma série de outros produtos, como soja, com 3,8 milhões toneladas; açúcar 2,4 milhões de toneladas; e derivados de petróleo, com 2,2 milhões de toneladas, até então inexistentes na malha Oeste.

“Entre 2029 e 2031, ocorrerá a captação da maior parcela da demanda projetada no estudo de mercado [principalmente minério, celulose e produtos agrícolas] e, em 2035, haverá redução na demanda da malha Oeste como reflexo do início da operação da Ferroeste. A partir de 2035, a demanda crescerá de forma aproximadamente constante, com taxa média de 0,8% ao ano”, detalha o estudo.

Investimentos

No entanto, para solucionar esse abandono e viabilizar o incremento no transporte de cargas, serão necessários investimentos de R$ 18,1 bilhões ao longo de 60 anos. Para tanto, é apontada a necessidade da troca completa da bitola atual de 1 m para a bitola larga, de 1,6 m. 

Além dessa mudança, o aumento da capacidade de transporte “compreende todas as intervenções necessárias para adequar a via à capacidade necessária correspondente à demanda futura, prevista nos estudos correspondentes, bem como ao aumento da segurança operacional, incluindo, mas não se limitando, a obras de ampliação de pátios existentes, novos pátios, implantação de sistema de sinalização e comunicação, modernização de via”, segundo o documento, que também define todos os investimentos necessários para atender aos parâmetros técnicos de qualidade e segurança.

 Referem-se, principalmente, às instalações e aos equipamentos de manutenção.

Para tanto, são estimados investimentos de R$ 8,831 bilhões entre os municípios de Mairinque e Corumbá, em alargamento de plataforma (bitola) e serviços correlacionados; substituição dos materiais de superestrutura (dormentes, trilhos); demolição das obras de artes especiais (com exceção das pontes Paraná e Paraguai, por se tratar de bens tombados ou em processo de tombamento) e reconstrução de todas as obras necessárias para a mudança para bitola para larga; e modernização das passagens em nível.

Para garantir a qualidade do serviço, o estudo exige que sejam aplicados recursos para adequar a frota atual (vagões e locomotivas) e suprir a demanda futura, bem como para suprir as necessidades de aquisições de equipamentos de grande porte, relativos à manutenção.

A previsão é de que sejam aplicados R$ 7,959 bilhões, sendo R$ 4,172 bilhões em novos vagões e R$ R$ 3,786 bilhões em locomotivas.

De acordo com o documento, “verifica-se que os investimentos citados são exclusivamente do atendimento da demanda e operação ao longo dos anos de concessão, com destaque para a modernização da via permanente da linha tronco com impacto correspondente a 49% do valor total.

Os investimentos em Frota também são necessários ao atendimento da demanda ao longo dos anos, com impacto correspondente a 44% do valor total”.

Outros R$ 706,2 milhões são para ampliação e construção de pátios de cruzamento. Com a proposta de mudança na bitola e no trem tipo, a quantidade de pátios será reduzida para 60, e 58 serão modernizados e/ou expandidos e 2 novos serão construídos.  A extensão total dos pátios varia de 2.455,80 m a 2.575,80 m.

Mais R$ 136,7 milhões serão investidos em sistemas ferroviários; R$ 62,3 milhões em novas edificações e instalações; mais R$ 471,7 milhões em máquinas e equipamentos.

Outro ponto do estudo diz respeito à redução dos conflitos urbanos, com investimentos para minimizar o impacto da operação ferroviária nas cidades, incluindo obras de passarelas, viadutos, passagens em nível para veículos e para pedestres, sinalização ativa, passagens inferior e vedações. 

Após o estudo, de acordo com metodologia da ANTT, conclui-se que será necessária a implantação de 21 intervenções de integrada simples, 43 intervenções de integrada completa e 1 contorno ferroviário.

Em relação às questões socioambientais, está previsto que a futura concessionária aplique, ao longo de 60 anos de concessão, cerca de R$ 1,2 bilhão.

A rubrica Gerenciamento de Passivos Ambientais é a responsável pelo maior valor de desembolso (R$ 677 milhões), distribuído ao longo dos 13 primeiros anos de concessão.

Outros R$ 510 milhões, em termos de Opex (custo operacional) Socioambiental, serão empregados ao longo dos 60 anos de concessão.

Revenda

Embora tenha de investir R$ 18,1 bilhões, a nova concessionária vai obter rendimento de R$ 646,9 milhões com o material gerado com as demolições de via, como trilhos, dormentes e contratrilhos que não serão reutilizados ou reaproveitados.

Estes serão classificados como inservíveis e destinados à venda.

No material rodante, de acordo com o estudo, “constatou-se que os vagões apresentam más condições, e por conta da mudança na bitola todos os vagões serão vendidos, com a seguinte definição, aqueles com mais de 40 anos serão comercializados por 10% do seu valor, enquanto os que possuem menos de 40 anos serão vendidos por 20%.

Quanto às locomotivas, todas possuem mais de 40 anos e serão vendidas como sucata”.

Outorga

O estudo aponta que haverá duas parcelas de outorga. Uma no valor inicial do leilão e outra de acordo com o volume de carga transportada anualmente. A primeira terá valor zero, que servirá de critério para o certame.

De acordo com o documento, “verificada a viabilidade financeira da concessão, é possível apurar quais seriam os pagamentos a título de outorgas que permitiriam ao concessionário obter um retorno justo para o padrão de risco do empreendimento (ou seja, exatamente igual ao custo de capital).

Considerou-se que as outorgas se dividirão entre uma parcela inicial fixa (Outorga Inicial) inicialmente assumida com valor zero e que servirá como critério no leilão da concessão, a ser paga previamente à assinatura do contrato pelo concessionário; e parcelas variáveis anuais (Outorga Variável), proporcionais à movimentação de carga (R$/mil toneladas por quilômetro). 

Data do leilão

O documento, datado de 23 de março, estipula que o leilão seja realizado em janeiro de 2024, daqui a nove meses.

Ele é assinado por Larissa Wendling, gerente de Investimentos e Operações da ANTT; Marcelo Fonseca, gerente de Estruturação Regulatória; Paulo Roberto de Oliveira Júnior, gerente de Modelagem Econômico-Financeira; e Renan Brandão, superintendente de Concessão da Infraestrutura Histórico.

Assine o Correio do Estado

Senado

Tereza Cristina destaca aprovação do hidrogênio de baixo carbono

De acordo com o texto aprovado, o PHBC deverá conceder crédito fiscal na comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados produzidos no território nacional.

07/09/2024 07h33

Tereza Cristina, senadora pelo PP em Mato Grosso do Sul.

Tereza Cristina, senadora pelo PP em Mato Grosso do Sul. Foto: Marcelo Victor

Continue Lendo...

A senadora Tereza Cristina (PP) comemorou o fato de o plenário do Senado ter aprovado, na quarta-feira, o Projeto de Lei (PL) nº 3.027/2024, que estabelece regras para o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC). Agora, o PL segue para sanção presidencial.

O tema foi vetado na sanção do projeto do marco regulatório do hidrogênio de baixa emissão de carbono (PL nº 2.308/2024). Apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, a proposta recebeu parecer avorável do relator da matéria no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), que ressaltou que o PL preenche uma lacuna deixada com o veto presidencial.

Segundo o texto, o PHBC deverá conceder crédito fiscal na comercialização de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados produzidos no território nacional.

“A aprovação desse projeto marca um avanço importante na transição energética do Brasil, promovendo a redução de emissões em setores estratégicos e o incentivo ao uso de novas tecnologias”, destacou Tereza Cristina.

“O futuro da nossa indústria e a preservação do meio ambiente precisam andar de mãos dadas, e esse é um passo decisivo na direção de uma matriz energética mais limpa e sustentável”, complementou.

O total de crédito fiscal passível de ser concedido entre 2028 e 2032 será de R$ 18,3 bilhões (valor previsto no texto vetado). Os limites anuais de créditos serão R$ 1,7 bilhão em 2028, R$ 2,9 bilhões em 2029, R$ 4,2 bilhões em 2030, R$ 4,5 bilhões em 2031 e R$ 5 bilhões em 2032.

 

Assine o Correio do Estado. 

 

Loterias

Resultado da + Milionária de hoje, concurso 179, sexta-feira (06/09)

A + Milionária realiza dois sorteios semanais, às quartas e sábados, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

06/09/2024 20h40

Confira o resultado da +Milionária

Confira o resultado da +Milionária Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 179 da + Milionária na noite desta sexta-feira, 6 de setembro de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo  com um prêmio estimado em R$ 10 milhões.

Confira o resultado da + Milionária de hoje!

Os números da + Milionária 179 são:

  •  04 - 25 - 15 - 28 - 35 - 05 
  • Trevos sorteados: 6 - 2

O sorteio da + Milionária é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: + Milionária 180

Como a + Milionária tem dois sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sábado, 7 de setembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 179. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da + Milionária é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 6,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher de 6 a 12 números dentre as 50 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar de 4 a 6 números.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).